Devagar, é certo, mas a União Europeia está em mudança. E para melhor.
O resgate à banca espanhola, acordado este fim de semana, mostra como os ventos de mudança sopram, e trazem novas formas de resolver os problemas que têm estado a afectar a economia europeia. Vamos esperar para ver como vão os decisores da UE acomodar o "resgate espanhol" com os países que estão sob a alçada da Troika. É certo que Espanha já estava, desde 2011, a implementar medidas de austeridade, e que Mariano Rajoy, após a tomada de posse, ainda cortou mais na despesa para reequilibrar as contas públicas. Mas quando se trata de fazer um resgate, ainda que seja directamente para salvar o sistema bancário -- e não as finanças públicas -- não pode ser mais favorável para uns do que foi para outros. Por isso a Irlanda se apressou a exigir o mesmo tratamento que teve Espanha. É um problema que terá de ser esclarecido e sanado. Considerando as medidas já tomadas por Espanha, convém não esquecermos os seguintes dados referentes aos países resgatados: No que se refere ao défice, de 2011, tinhamos o seguinte quadro: Irlanda 11%, Grécia 9,2%, Portugal 8,9% e Espanha 8,51%. Quanto á dívida pública, estava assim: Irlanda 130% do PIB, Grécia 189%, Portugal 90%, Espanha 68,5%. O PIB de cada país somava: 141 biliões na Irlanda, 214 biliões na Grécia, 171 biliões em Portugal, e 1,073 triliões em Espanha (traduzido do inglês). Sãos números que impressionam. A Irlanda com a nacionalização dos bancos, em especial do Anglo-Irish Bank, passou a ter um défice de 32%... A Inglaterra pressionou Dublim para assegurar o dinheiro dos depositantes ingleses. De resto, a banca irlandesa tinha-se afundado no subprime norte-americano, facto que em nada abona os seus banqueiros. Espanha tambem tinha, e tem, uma "bolha imobiliária" na qual as Caixas de Aforro acabaram por morrer afogadas... Esse naufrágio alastrou aos bancos comerciais. Agora, o que resta, são os terrenos, as casas inacabadas, os barrios vazios de gente, as gruas paralizadas... Ninguem está a comprar, e os preços têm vindo a descer cada vez mais. Portanto se o resgate à banca espanhola beneficia a sua economia, tambem será benéfica para Portugal.
Hotel Mistral Sport em Gniewino (Polónia), residência da equipa espanhola,
que tem um custo/jogador de 4.000 euros (a mais económica), quando a nossa
Selecção paga por cada jogador 32.000 euros (a mais dispendiosa) de todas
as equipas do Euro2012. Pelo menos neste particular, já somos campeões...
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