O primeiro-ministro e os seus ministros festejaram ontem a chegada ao poder.
Dividiram-se em grupos para fazer propaganda, tal como fazem as empresas que fabricam produtos e promovem campanhas de marketing. Ouvi Pedro Passos Coelho a falar para um grupo de militantes, e pareceu-me convincente. Ele sabe fazer propaganda aos seus "produtos", sabe motivar os "vendedores", conhece bem as estratégias do marketing. Só que, o seu dircurso comercial, não se enquadra bem na acção política. Passos Coelho pode ser um bom gestor comercial, mas não serve para ser político. A acção política requer outros saberes. Em política é preciso saber falar com e para o povo. Um "gestor" político tem de ter carisma, ser sincero, e ter ideias brilhantes. A "festa" do primeiro aniversário deste Governo, não convenceu o contribuinte. Da falação ficaram duas ou tres ideias no ar: (1) o ministro do Ensino, Nuno Crato, saiu-se com um novo esquema destinado à nova gestão escolar. Sem consultar nenhum dos "actores", ou seja, a FENPROF e a Associação de Pais...Vamos ver como vai reagir Mário Nogueira... Pelo que li, para implementar as normas, vai ser necessária muita geometria, muita álgebra, e carradas de paciência por parte dos professores. (2) O "defunto" Miguel Relvas apresentou o Impulso Jovem, um programa para ocupar os jovens. Parece-me uma cópia das Novas Oportunidades (de José Sócrates), mas aqui fia mais fino: éxistem 340 milhões de euros para gastar, não se sabe bem como, nem por quem. Além disso, o Governo vai pagar até 90% da TSU a quem ofereça emprego a jovens... (Tira de um lado, paga pelo outro). Isto tambem me cheira a propaganda, não só por vir do "defunto" Miguel Relvas, mas tambem porque o desemprego continua a subir, e esta "gente honrada" só promete emprego um ano depois de lançadas todas as "medidas estruturais". Se as empresas estão a despedir, quem é que vai dar emprego, ainda que temporário, a um jovem, em troca do "isco" da TSU? Não se vê aqui nenhuma hipótese de travar o desemprego. É apenas propaganda. (3) O ministro das Tropas, Pedro Aguiar-Branco, afirmou que vai empossar uma equipa de auditores para estudar um novo conceito estratégico de defesa, que irá reduzir o número de tropas, poupando assim uns milhões. (Mais uma "equipa técnica" que arranja um lugar à mesa do Estado). (4) O ministro do Interior, Miguel Macedo, continua a querer cortar no orçamento do seu ministério, mas as diversas polícias (PSP, GNR), continuam à espera dos aumentos prometidos em 2010 (?). É mais uma onda de contestações que aí vem, caso Miguel Macedo não se entenda com os seus polícias. No meio disto, nota-se a ausência de Paulo Portas, que sempre defendeu o fortalecimento dos contingentes políciais, e a quem prometeu mais dinheiro e mais armas. O "Paulinho das Feiras" eclipsou-se. Raramente se vê.
Julian Assange, da Wikileaks, continua a lutar pela sua liberdade. Condenado
em Londres, vai agora recorrer, para não ser entregue à justiça sueca, que o
pretende julgar por assédio sexual... Daí, pode ser entregue aos EUA, que não
lhe perdôam por ter divulgado na Net os e-mails do Pentágono sobre a guerra
do Iraque e a correspondência dos embaixadores americanos que, nalguns
casos, não é nada simpática para os países "amigos" dos Estados Unidos.
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