O Congresso do PSD foi uma cartarse para a maioria dos seus militantes
que há mais de seis anos andavam a sofrer de impotência política. Foi o tempo e a hora certa para cantarem hossanas ao chefe e de apelarem à "unidade" do partido. Com efeito, o neoliberalismo praticado pela equipa governamental, ficou de parte e todos se sentiram felizes. Passos Coelho, pela primeira vez, veio falar do "partido social-democrata", para dizer que o seu Governo está interessado em manter o SNS, a escola pública e o Estado social. Mais: o primeiro-mnistro salientou o facto dos novos estatutos do PSD apontarem a "social-democracia à portuguesa" como rumo político, designação que a ninguem incomodou, e que só Passos Coelho conhece. Pois bem, vamos ver como é que Passos Coelho vai dar esta "cambalhota", quando até aqui, o seu programa de reformas do Estado, tem sido orientado para a desarticulação do "Estado Social", em conformidade, aliás, com a génese do seu pendor político. Agora que chegaram ao "pote", e já muitos (amigos e correlegionários), estão sentados à mesa do poder, é provável que o ódio e o rancor desta «gente honrada» contra Sócrates se vá esfumando... Vamos ver. Para já, o que aconteceu de mais importante neste Congresso, foi ver "inimigos" e "adversários" unidos em torno do chefe. Foi assim com o soba da Madeira, que bajulou Passos Coelho, quando há dois anos, em Mafra, tinha fugido dele, indo sentar-se ao lado de Paulo Rangel; foi assim com o "chorinhas" Luis Filipe Menezes, que não conseguiu "aguentar" o PSD enquanto esteve na liderança, e acabou por se demitir, lavado em lágrimas e queixumes, por falta de solidariedade dos "barões" do partido; foi assim com Paulo Rangel, o preferido pela Velha Senhora; e foi assim com Marques Mendes e o Professor Marcelo, que se passearam por lá, na esperança de, mais tarde, chegarem ao «pote». Para estes dois -- "está escrito nas estrelas"-- será reservado o Palácio de Belém: Marcelo a presidente, e Mendes a chefe da Casa Cívil. E assim se dará continuidade à presidência de Cavaco: presidente alto, chefe da casa civil baixo. Pelo menos é este o desejo deles, mas o Pedro [Santana Lopes] tambem quer ser candidato, e este sim, costuma ler nas estrelas o que o futuro lhe reserva.
A política faz-se com "armas", mas não desta espécie e muito menos deste calibre. A indústria
de armamento russo está presente num certame em Nova Deli, Índia. Na imagem, o novo T-90S.
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