A Direcção-Geral do Orçamento (DGO) divulgou ontem dados sobre o
estado das contas públicas referentes a Janeiro e Fevereiro. E para quem alimentava a esperança de que o Governo vai cumprir os -4,5% de défice até final do ano, o resultado é uma desilusão. Desceu a receita e subiu a despesa. A causa para o deslize destes indicadores fica ao sabor dos «analistas», geralmente partidários, mas o povo tem, certamente, uma ideia segura sobre as origens deste descontrolo. Estamos em brasa, sofremos os efeitos da terrivel austeridade levada «alem da Troika», mas sempre tivemos alguma esperança de que as coisas se iriam compôr. Por este andar da carruagem, não me parece seguro que vamos chegar ao fim da linha, em segurança e vitoriosos. Cá dentro, o Governo todos os dias nos promete o fim da crise, «custe o que custar». Lá fora, os «mercados» (idolatrados por esta "gente honrada") não deixam de prever os piores cenários para o nosso país. As aves agoirentas são os senhores Stiglitz, o Krugman e o Roubini. Todos eles apostam, cinco contra vinte, que Portugal vai baquear, e terá de recorrer a novo empréstimo da Troika. É verdade que o senhor Roubini, depois de ter sido laureado por 3 Universidades lusas 3, com o prémio de doutor honoris causa, deixou de lançar oráculos sobre o terrivel destino a que Portugal está fadado. Mas na UE tambem há quem nos lance os piores anátemas. Os "bifes" do Financial Times ou do The Economist (alinhados com os neoliberais), tambem estão a «ver» o futuro dos portugueses muito sombrio. O americano Cittigroup, depois de deitar as cartas de Tarot, tambem veio hoje emitir opinião, dizendo que «é impossivel que Portugal não vá precisar de novo empréstimo». E é neste cenário de contradições inauditas que vivem os portugueses, sofrendo já o inferno da austeridade, e levando com o sádico prognóstico dos «mercados» e dos seus agentes endinheirados. Por mais que Passos Coelho e o seu ministro das Finanças cantem loas e hossanas a esta austeridade, já não conseguem convencer-nos da sua bondade. É verdade que o deslizamento das contas ainda pode ser corrigido (não sei como), até final do ano, mas o resultado dos primeiros meses, para mim, foram uma decepção, uma desilusão completa... E ainda falta contabilizar os prejuizos (presentes e futuros) causados pela seca extrema que está a flagelar a agricultura.
À medida que o tempo passa, o Governo começa a perder o "estado de graça".
E o povo começa a ficar desiludido. Não consegue ver a luz ao fundo do tunel...
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