Pensava eu que o tradutor de obras mortas, Vasco Graça Moura, depois
de ser nomeado director do CCB, voltasse à Literatura, coisa que sabe fazer com mestria. Mas não, depois de limpar o pó ao CCB e de arrumar o Comendador Berardo a um canto, o Vasco largou a farda da limpeza, mais os espanadores e os produtos de desinfestação, e voltou hoje à política de «garnizés», com um ataque frontal e desrespeitoso ao PS, «criaturas menores» a quem Cavaco Silva não deve dar atenção. Tudo por causa dos remoques ao «prefácio» dos Roteiros do PR. Vasco Graça Moura -- que fala de galinhas, cocós e garnizés -- passou-se dos carris e vem acusar todos quantos recorreram a «pretextos de ataque político de que nem um atrasado mental lançaria mão» para atacar o presidente Cavaco. «A governação socialista transformou Portugal numa porcaria», afiança o Vasco. «Essas criaturas, vêm agora com trejeitos de virgens ofendidas, eriçar-se contra o Presidente da República» -- queixa-se o vate anti-AO. «A velhacaria envolve uma grotesca tentativa de branquear a governação socialista [...], e da incapacidade mais pantomineira de ser oposição nos tempos que correm», diz VGM. «A prova de que o presidente escolheu muito bem o momento [para falar da falta de lealdade], está no esganiçamento desvairado da guincharia que se levantou», adianta o amigo da Velha Senhora, dona da Ordem da Jarreteira nacional. Furibundo e espumando pelos beiços, o Vasco diz de todos, o que Maomé não disse do toucinho. Em defesa de El-Rei Cavaco, o escudeiro Vasco diz o contrário de alguns apoiantes do actual inquilino de Belém, ou seja, o presidente teve mais um momento infeliz. O colérico tradutor de obras mortas, ao dizer o que disse, quis atacar não só o PS, mas tambem os inúmeros sociais-democratas que não aprovaram o prefácio de Cavaco Silva. O Vasco não foi capaz de invectivar directamente contra Marcelo Rebelo de Sousa, António Capucho, Marques Mendes, etc. No entanto, todos estes militantes do PSD, eleitores do actual PR, dirigiram duras críticas a Cavaco Silva, por ter admitido que houve «falta de lealdade» por parte de Sócrates, e nada ter feito para o demitir, na altura devida. De agora em diante, passo a considerar como irrecuperável o «pantomineiro» Vasco G Moura. É que, em vez de falar dos problemas com que o país se debate, e apresentar soluções, o Vasco prefere destilar veneno, desunir quando é preciso unir, cacarejar apenas, como qualquer garnizé.
O bisonte europeu está em perigo de extinção. Consta do Red Book animal.
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