«Com que objectivo o sr. Presidente da República escreve aquele prefácio
nos seus "Roteiros"?. Para quê abrir feridas antigas que apenas servem para dividir mais os portugueses? Que tipo de incómodo ainda lhe provoca José Sócrates? Será que não sabe que José Sócrates e o antigo Governo já foram julgados pelo eleitorado? Desconhecerá que nas suas funções não estão incluidos juizos morais? Lealdade institucional? Será o sr. Presidente capaz de dizer que foi sempre leal com o antigo Governo? De que tipo de lealdade ou mesmo de dignidade estamos a falar quando se ataca alguém que está afastado da vida política e que não se pode defender? Que diria se o Presidente da República na altura em que deixou de ser primeiro-ministro o viesse julgar na praça pública? A que propósito um Presidente em plenas funções faz balanços sobre as qualidades pessoais ou políticas de antigos primeiros-ministros? Terá esquecido as suas funções, a sua dignidade institucional? [...] Não, o Presidente da República não pode estar a pensar em concorrer com pasquins que descobriram que a simples menção do nome Sócrates lhes faz subir as vendas mesmo que seja preciso mandar às malvas as mais básicas regras da decência e que confundem jornalismo com insídia e desprezo pelos mais simples direitos de personalidade. [...] Não, o Presidente da República não pode imaginar que tirando o esqueleto de Sócrates do armário faz esquecer episódios como o das pensões ou o das escutas. Nós até estavamos dispostos a esquecer esses dislates, mas era por propósitos bem mais altos e bem mais importantes. Não, Cavaco Silva não pode estar a embarcar na nau dos infelizes que é capaz de culpar Sócrates pela chuva na eira e pelo sol no nabal. Não, não é possivel que o nosso representante desça a esse nível. Mas, afinal, que objectivo quis o Presidente da República atingir com aquele texto ressabiado a tresandar a ajuste de contas? [...] Só há uma explicação, e bem humana, para um infeliz momento do Presidente da República: há quem não domine os ódios e os rancores pessoais. Pensar [eu] que há apenas uma semana pedia, neste mesmo espaço, para que o Presidente não voltasse a desiludir...»
Pedro Marques Lopes, comentador e analista político, na edição do DN de 11 de Março de 2012. Não se trata de um «socrático», mas de um português que votou em Cavaco Silva. Já o disse mais que uma vez.
À MARGEM - O seboso pivô da SIC-N, Mário Crespo, entrou em conflito com o Expresso, o semanário da holding Impresa, pertença de Pinto Balsemão. Ao seboso Mário foi "censurada" uma peça onde defendia Luis Marinho, da RDP, que tambem censurou uma crónica de Rosa Mendes em que este autor censurava um programa da RTP transmitido de Luanda. O seboso Mário Crespo, já em 2010 se enfureceu por o Jornal de Notícias, do Porto, do qual era colaborador, ter "censurado" uma crónica sua sobre «O Fim da Linha», leia-se anti-Sócrates. Desta vez a crónica do seboso Mário tinha como título "Os Comediantes". Em 2010 o encrespado Mário, chegou a depôr na AR, numa comissão de inquérito, destinada a apurar se o Governo estava ou não a «controlar» os jornais, as televisões e as rádios. O seboso Mário vestiu um T-shirt e andou de deputado em deputado a distribuir fotocópias, como se fosse o groom da loja. Foi uma cena de "comediante". Por este andar, qualquer dia o seboso Mário vai pela borda fora da SIC-N. Em tempos andou a insinuar que o poderoso ministro Miguel Relvas o tinha abordado para ir para Whashington, como correspondente da RTP. Depois, deu o dito por não dito. E o ministro Relvas abortou a "operação Crespo». Se tudo isto acontecesse nos tempos de Sócrates, aqui-d'el-rei que o país vivia numa «asfixia democrática», onde não havia liberdade de expressão, e vinha aí a "censura " implantada por Sócrates. Agora, como são eles, todos quantos queriam era chegar ao «pote», tudo vai bem.
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