Não há dúvida de que o Governo começa a apresentar sinais de cansaço.
Mas não apenas cansaço, tambem mostra sinais de descoordenação, de falta de entendimento entre os diversos departamentos e ministérios. Vejamos um caso que se arrasta há meses, e sem solução à vista: os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). Há mais de meio ano que ouvimos a administração, os trabalhadores e os clientes a reclamarem acção, trabalho, decisões atempadas, etc. A empresa, que ainda está na esfera do Estado, é uma unidade industrial importante para o país. Tem conhecido altos e baixos, mas neste momento tem encomendas, na ordem dos 100 milhões de euros, e, no entanto, tem os estaleiros de obra parados. Por falta de material, de ferro, e por falta de 3 milhões de euros. E o Governo não tem conseguido uma solução para este caso. O ministro da Defesa, por inépcia, delega os contactos no secretário de Estado da Defesa, Paulo Bento Lino, que apenas tem afirmado «acreditar que vai ser possivel escolher uma solução». Os sindicatos dos Estaleiros vieram a Lisboa, encontrar-se com o primeiro-ministro, mas tambem receberam apenas promessas. Entretanto, um dos administradores, Luis Miguel Novais, abandonou o leme do navio. E a Douro Azul, a empresa mais dinâmica no sector do turismo, desistiu de encomendar quatro navios aos ENVC, no montante de uns 50 milhões de euros, por não poder condicionar os seus investimentos, aos avanços e recuos dos Estaleiros de Viana. Toda esta novela, protagonizada pelo Governo de Passos Coelho, é inaceitável e ruinosa para o futuro do país. Que interesses haverá por trás de tudo isto? Sectarismo político, por ser um estaleiro com encomendas feitas por Hugo Chaves (dois asfalteiros), em nome do «amigo José Sócrates e do povo português?». Por inépcia do ministro da Defesa, Aguiar Branco, que tutela os ENVC? Por falta de verbas? Mas a administração apenas reclama 3 milhões de euros! Não poderá o Governo (o Álvaro, ministro da Economia; Vitor Gaspar, ministro das Finanças) canalizar os 4,4 milhões de euros (pagos à Lusoponte em duplicado, no mês de Agosto), para os ENVC? Ou a Lusoponte ainda não devolveu ao Estado aqueles milhões? Se não, quando o vai fazer? E vai pagar juros, ou não? Estes dois casos, além do descuido calado da Lusoponte, mostra como o Governo está desgovernado, intrincado, azedado interpares. Não há decisões, ninguem dá andamento à Economia, ninguem é capaz de resolver o problema dos ENVC. Ao que isto chegou!... Temos um Governo com ministros amuados, a desgovernar o país.
Onde está o ministério da Economia? Onde estão os 4,4 milhões de euros, pagos
em duplicado à Lusoponte, e que poderiam solucionar o impasse das encomendas
em carteira, para as quais os ENVC reclama ao Governo um avanço de 3 milhões?
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