O jornal PÚBLICO apareceu hoje com novo rosto, e dirigido por um novo
director, o filósofo do medo, José Gil. Na verdade o Púlico deixou de ser um «jornal» e passou a ser uma Gazeta, à semelhança do I -- o jornal criado pela construtora Abrantina -- hoje propriedade de Jaime Antunes. A directora do Público, Bárbara Reis, entregou a direcção do jornal ao filósofo Gil, que é, até agora o pensador mais negativista, mais vazio, mais medroso de todos os obreiros do pensamento, que andam por aí, cheios de medo, e a viver obcecados com os «espaços vazios». Lembro-me de Bertrand Russel, que era amistoso, afável, humano. Lembro-me de Jean Paul Sartre, que era acessível e simpático e gostava de partilhar a vida com os estudantes. Recordo Einstein (não sendo filósofo), que era uma sumidade sobre energia e a massa, mas que era brincalhão e deitava a lingua de fora aos olhares indiscretos. Recordo Michele Foucault e Gilles Deleuze, homens de muitas ideias, que eram humanos, divertidos e sorriam. Em Portugal, temos o pensador José Gil, vestido de preto, sisudo e incapaz de sorrir para a vida, que escreveu um livro sobre o MEDO (em Portugal), e que nunca sorriu como uma criança, nem deu uma valente gargalhada perante uma incongruência da vida... Isto leva-me a não acreditar na «filosofia» de José Gil. Uma pessoa que perde o salutar costume de sorrir, é porque não está bem equilibrado, e o torna incapaz de ver a Luz que inunda este mundo. O nosso pensador só vê escuridão, vazio, insegurança. Ora, eu sempre ouvi dizer que «a natureza tem horror ao vazio», pelo que presumo não haver vacuidade onde outros enxergam o vazio. Numa área, onde há espaço entre corpos físicos, alguma coisa existe, é a energia. Sem essa energia, tudo se tornaria instável. Pois bem, José Gil, filósofo-jornalista, inventou uma «sondagem fictícia» para instrumento de trabalho, por um dia, no Público. Uma espécie de angulo rectangulo, com x de um lado e y do outro (mas sem bissectriz), para poder falar do vazio, das notícias que não deviam ser notícias, e daquelas que o sendo, não o são, por culpa dos jornalistas. Todavia, Gil não falou sobre os jornalistas como fazedores de notícias. Habituado ao escuro, ao vazio e ao medo, Gil deixou, assim, espaço para mais um «vazio». O pensador não se debruçou sobre os meios de comunicação de hoje, tais como os SMS, Ipad, e-mail, a Internet, etc. No entanto, é por aqui que corre a informação nos dias de hoje. São estes os veículos noticiosos do futuro. Gil fala de pobreza, saúde, educação e do ego. Politicamente, haverá aqui sempre falhas, porque a dinâmica da vida torna tudo mais obsoleto, a cada dia que passa. Dizer que o ego é o mal de todas as coisas, tambem é dizer nada. Neste mundo global, quem pode esquecer o seu ego? Todas as práticas pedagógicas conduzem à exacerbação do ego. Este mundo é de competidores. De resto, creio que não podemos falar em verdades, quando se deixa no escuro, no vazio, a globalização, a interdependência das nações. Não vivemos numa ilha, isolada no Atlântico.
Penso que o Público, ao querer inovar, promoveu apenas um flop.
É verdade que já não cheira a zémanelfernandes, esse jornalista que alinhou o jornal com o pensamento de Bush e os neoconservadores que tentaram renovar a política americana no pós 9/11. Mas a prometida renovação do Público não me agrada. O jornal transformou-se numa gazeta, com dois agrafes a segurar as páginas e pouco mais. O trabalho e as ideias do «director» José Gil, expressas na edição gratuita, parecem-se muito com as ideias do ministro Álvaro: mínimas, vagas, ridiculas. O Público ganhou, ganhou em publicidade, com 21 páginas de frente com publicidade a marcas de prestígio; 12 meias páginas e ainda 6 quartos de página com publicidade comercial ou institucional. Abrir um jornal, e encarar com uma página inteira do lado direito, de publicidade, é perverter a finalidade de um jornal de referência. Isso é de pasquim. Infelizmente, o director-filósofo, devia condenar esta falta de respeito pelos leitores do jornal. Não o fez, por inconsciência, ou por medo. Acabou, o futuro das notícias vai ser difundido através do "vazio", do éter, da electrónica. «O papel do papel», é contribuir para haver lixeiras.
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