O Diário de Notícias (DN) continua a esmiuçar o "monstro" criado a partir do cavaquismo, e que foi mantido e alargado pelos governos que se lhe seguiram. Para criar mais controvérsia, o DN de hoje inclui uma pequena entrevista, feita a Miguel Cadilhe, antigo ministro das Finanças do governo de Cavaco Silva no período de Novembro de 1985 a Janeiro de 1990. Este "factor-mix" enriquece o "Verdadeiro Retrato do Estado" que está sendo publicado pelo DN, porque, assim, confronta os autores do "monstro" com a situação a que o país chegou. É verdade que Cadilhe, como ministro das Finanças naquela época, foi beneficiado com os milhões que choviam diáriamente em Portugal, vindos de Bruxelas. Mas tambem é verdade que nem sempre esteve em sintonia com o então primeiro-ministro, Cavaco Silva. Cadilhe acabou por sair do governo devido a um problema relacionado com o pagamento do imposto de Sisa sobre um apartamento adquirido nas Amoreiras. Saiu por falta de apoio político, ressabiado com a falta de solidariedade do próprio Cavaco Silva. Desde então dedicou-se ao ensino e foi percorrendo as cadeiras do poder nos grandes bancos: BPA, BCP e por fim BPN. A sua "transferência" do BCP para o BPN valeu-lhe, na altura, um seguro de milhões... à boa maneira de um craque de futebol. Mas afinal, que diz Cadilhe ao DN? Pouco, nada, tudo fora de contexto temporal. Falou como Medina Carreira, Catroga, Bagão Félix ou qualquer outro "papagaio" da nossa praça. "Talvez agora se compreenda por que estive contra a Expo'98", disse o professor Cadilhe. Eu não me lembro deste facto, mas sempre penso que a Expo'98 foi das coisas mais importantes que se fizeram para valorizar a capital do país e projectar Portugal pelo mundo fora. A gestora Parque Expo tinha muito terreno para venda, muitos projectos para vender, muitos meios para realizar fundos. A prova disso são as unidades hoteleiras, as unidades de restauração, de diversão, a estação ferroviária projectada pelo arquitecto Calatrava, os parques e jardins que compôem o Parque das Nações, o Oceanário, a Marina, etc. Não vejo razão para queixumes. Quanto ao resto, trata-se apenas de chorar sobre o leite derramado. Disso estamos nós fartos. Cadilhe refere-se a "serviços susceptíveis de pricing" e ao conceito de "utilizador-pagador", como sendo ideias da sua lavra. Responde com sabedoria professoral às perguntas do DN, mas isso peca por falar de coisas que estão fora do contexto da actual situação: agora não temos uma torneira a pingar milhões da CEE, esta passou a União política, monetária e económica; tem um Banco Central, um Tratado de Lisboa; caminhamos para uma política fiscal, financeira e de governação únicas. Cadilhe além de receber os "milhões" da CEE, ainda podia, em caso de descontrolo financeiro, desvalorizar o escudo, subir os juros. Tudo isso é passado. Analisar a situação do país agora, é preciso ter presente o actual contexto político.
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