"Os mercados continuam nervosos" -- afirmam os analistas financeiros.
Se estão, é porque têm condições para continuar a "encher o saco", sem que nada nem ninguem lhes possa fazer frente. Na última reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, esteve na mesa a aplicação de uma taxa sobre transações financeiras, mas os "mercados" (eufemismo para definir os operadores financeiros) rejeitaram a proposta, com veemência. O "mercado" que desde sempre rejeitou a taxa Tobin foi a City de Londres. E com ela alinhou Wall Street, praça nova-iorquina, e alguns bancos europeus. Ao fim e ao cabo, os "mercados" é aquela gente que manipulou o crédito de alto risco norte-americano, conhecido por subprime. Perderam a batalha do subprime, mas agora escaramuçam na área da "dívida soberana" de alguns países europeus. Onde houver fragilidade, lá estarão os "nercados" a ganhar, com a subida dos juros, o downgrade dos ratings, e novamente com o agravamento dos juros agiotas, que atingem percentagens obscenas, rapinantes, como se fossem praticadas, não pelos "mercados", mas por piratas independentes ou corsários ao serviço de sua Majestade. Os "mercados" funcionam hoje como autênticos corsários ao serviço da banca de investimento, que perdeu biliões no subprime e vai perder com a dívida da Grécia. Quer recuperar esse dinheiro.
Deixamos de ter uma economia baseada na produtividade para ter uma economia
de casino, ou seja, de "futuros", "derivativos" e de short-selling, onde os "corsários" ganham sempre, ainda que a economia esteja estagnada. Não havendo crescimento económico, não é possivel ganhar, mas os "corsários" acabam sempre por "rapar", através do assalto às poupanças de cada um... Este sistema de capitalismo está a levar o mundo para o abismo. Se o poder político e económico, não "desarmar" os "corsários", estaremos a abrir caminho aos ditadores da especulação financeira, que conduzirão os países para a bancarrota. Os "corsários" que navegam nas águas dos "mercados" e ali cometem os maiores desvarios, já demonstraram que têm o poder nas suas mãos... Não, não se trata de pura coincidência, nem de uma teoria conspirativa.Vejamos:os "mercados" (ou corsários) impuseram a sua vontade e levaram à demissão de Brian Coewn, na Irlanda; de George Brown, no Reino Unido; de José Sócrates, em Portugal; de José Luis Zapatero, em Espanha; de Panpandreuo na Grécia, e agora de Sílvio Berlusconi, em Itália. Os "mercados"(ou corsários) cobravam ontem 12% pela dívida italiana a dez anos, e 7% a dois anos... No mercado secundário, a dívida portuguesa a dois anos, atingiu os 20%... Com juros destes, os "mercados" (ou corsários), podem derrotar políticos eleitos pelo povo, e levar qualquer país à bancarrota. A "pirataria financeira" vai continuar à solta, até que a tempestade mude de direcção, e os países da UE resolvam acabar com o rebaldaria dos "mercados".
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