O Diário de Notícias (DN) andou, durante um mes, a prometer aos seus leitores uma edição especial dedicada a marcar a passagem do 146º aniversário do matutino, que aconteceu ontem. Mas o jornal só chegou às bancas hoje, ao que parece devido a um "problema ténico". Pelo menos na minha área de residência, Oeiras, não foi possivel encontrar o jornal. Por parte do vendedor, as justificações foram esfarrapadas, e eu só tive conhecimento através do DN Online, que hoje estaria à venda nos locais habituais. Eu compreendo a razão deste adiamento, pois a distribuidora VASP inicia a distribuição de jornais e revistas pelo país fora durante as primeiras horas do dia, e não espera por atrasos ou contratempos. É este o procedimento de uma "máquina em movimento, como é a VASP. Quanto ao jornal, para além de ser em formato broadsheet, pouco ou nada trouxe de novo para os seus leitores. Tambem é verdade que, em matéria de aniversários, só é habitual comemorar os 20, 25, 50, 75, 100, 150 ou mais anos. Registar 146 anos de vida de um jornal, não é caso para tanta festança. E aquilo que nos haviam prometido foi um flop, um fiasco, tanto mais que o jornal não apareceu no dia de aniversário, nem foram dadas justificações aos seus leitores... nem ontém nem hoje.
Em resumo: hoje comprei o DN aniversariante, que havia reservado, e fiquei desiludido, enxofrado. De um total de 84 páginas, 27 eram páginas inteiras de publicidade de uma só entidade, com a agravante de serem páginas de "frente", do lado direito, aquelas para as quais se olha quando abrimos o jornal. Isto é enganar os leitores, demonstra falta de ética, apenas serve o mercado publicitário. Além das 27 páginas-propaganda, ainda havia 18 meias páginas de assédio publicitário, mais 2 páginas de 1/4 de página... Quer dizer, de 84 páginas, mais de 36 eram apenas "publicidade de prestígio", Desde a "técnica AUDI" até ao "Santander ideias", tropecei na "Bleu Channel", na "Vodafone negócios", na "natureza do BANIF", nos "saldos Corte Inglês" e nos "saldos TMN". Pelo meio bati na "História de Natal da CGD", nos "RH da Randstad" e nos "saldos Divani&Divani"... Atordoado, topei com o "C4-Citroen", com "está Zon quem é Zon", com a "Sport-TV", reparei na "energia viva da EDP", nos "14 milhões de passageiros da ANA", no "Turismo do Oeste" e caí na "Tricana dos tapetes"... Como leitor, fiquei desiludido, desagradado. Penso que este número "especial" do DN apenas serviu para aumentar a receita da Controlinveste, detentora do DN. Não serviu o interesse dos habituais leitores, que pagam 1,10 euros pelo jornal. Vivemos um tempo sem ética nos negócios...
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