A esta hora ainda não sabemos quais vão ser os resultados da
reunião ministerial dos países da Zona Euro, relacionada com a dívida grega. O que podemos dar por certo é que a Grécia não vai cumprir o défice estimado para este ano. Tambem já sabemos que, pelo menos 30% da sua dívida, vai ser contabilizada na coluna de "perdas" pelos respectivos credores, ou seja, a banca alemã, francesa e holandesa. Tambem sabemos que a Troika continua em Atenas para avaliar o nível de cumprimento das medidas recomendadas ao governo grego. Ao mesmo tempo que se desenha um cenário de "incumprimento", outro cenário é ensaido com vista à recuperação da economia grega. A emprega de consultoria, Roland Berger, já entregou a Atenas uma proposta para ajudar a Grécia a sair do sufoco em que se encontra. A ideia é criar um Holding que incorporaria os portos, aeroportos, auto-estradas e imóveis do Estado grego. Esta Holding entregaria cerca de 145 mil milhões de euros ao Governo grego, valor estimado para aqueles activos. Com este dinheiro, Atenas poderia pagar parte da dívida, reduzindo esta para cerca de metade, e ainda ficava com alguma folga. O prazo deste contrato não é conhecido, mas tem pernas para andar. O laxismo de Atenas, no que toca à execução das medidas da Troika, pode estar relacionado com a proposta da Roland Berger. Vamos esperar para ver como vai o Governo desenvencilhar-se da situação insustentável em que se encontra.
De Espanha e Itália chegam notícias inquietantes. A dívida
espanhola atingiu os 510 mil milhões, em Agosto, quase o dobro em relação a 2007, antes da "bolha imobiliária". No próximo ano a Itália precisa de ir ao "mercado" pedir cerca de 550 mil milhões para pagar dívida vencida. Por cá, depois do "buraco" na Madeira do Alberto João, o Governo de Passos Coelho tem mais uma dor de cabeça por causa do défice das contas... Tem encontrado "buracos" atrás de "buracos" ... Passos Coelho, em tres meses, já vai no PEC-III... E agora vem aí mais um pesadelo, ou seja, o Orçamento para 2012, donde se esperam mais impostos, cortes na despesas, nos salários, nos transportes e aumento de custos na Educação e na Saúde. Com o desemprego em alta e a economia em recessão, o futuro de Portugal e dos portugueses é negro... E não se vê uma única medida destinada a incentivar o crescimento das exportações, a dinamizar o consumo, a aumentar a produção interna.
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