O país está a ser governado pela Troika, mas o Governo neoliberal
de Passos Coelho aproveita a boleia para ir ainda mais além, abrindo caminho para uma profunda e radical transformação da sociedade portuguesa em conformidade com a agenda do neoliberalismo que percorre a União Europeia. Se o programa de Governo de Passos Coelho for bem sucedido, o país nunca mais volta a ser o mesmo. Para uns ficará melhor, para outros será pior. Para atingir as metas traçadas -- indo mais além da Troika -- o Governo de Passos Coelho, nestes 100 dias de exercício, já tomou algumas medidas aceitáveis, mas tambem implementou outras que pecam pelo seu carácter absurdo, e pela sua inconsistência política. Vejamos tres das medidas tomadas recentemente:
INCENTIVOS PARA CRIAR EMPREGO: - O Governo paga 420 euros para quem contratar desempregados à procura de emprego. O sujeito do trabalho precário, o empregado, não tem direito a remuneração. Trabalha para o patrão, à borla, e o Estado ainda paga ao empregador. Isto é um absurdo. O que se pretende, com esta medida? Baixar a taxa de desemprego? Aumentar o índice de produtividade? Ou é pura demagogia?
EDUCAÇÃO - PREMIAR OS MELHORES: - O Governo anterior tinha instituido um prémio de 500 euros para premiar os melhores alunos do ensino secundário. O actual ministro da Educação, Nuno Crato, eliminou este incentivo. Não sei qual seria o gasto anual neste prémio. Sei que era um prémio justo para incentivar os melhores, e premiar o esforço dos mais aplicados. Não faz sentido cortar esta "despesa mexeruca", tanto mais que este Governo sempre falou em premiar a competência, o conhecimento, a excelência. O investimento no ensino, nas Universidades, na investigação e na inovação, devem ser a prioridade das prioridades.
DESMANTELAMENTO DA CULTURA: - Este Governo reduziu a Cultura a uma simples bilheteira de concertos hard-rock. O Secretário de Estado F.J. Viegas, tambem conhecido pelo "Papa Almoços", empacotou os Teatros nacionais D. Maria II, S. João (Porto), S. Carlos mais a Companhia Nacional de Bailados e a Cinemateca Nacional num Agrupamento Complementar de Empresas (ACE). Sim, tal como fazem os empreiteiros, mestres-de-obras e pedreiros, quando edificam, em conjunto, um edifício de oito ou dez andares... A sigla ACE, até agora, era reservada à construção e obras públicas. O Secretário Viegas, parece encarar a Cultura como uma espécie de obra de caboucos toscos e telhados de zinco... Para poupar 2,5 milhões de euros -- disse O Secretário Viegas. Este valor irrisório, comparado com o "buraco" de 1,113 mil milhões que o soba da Madeira esbanjou, ou os 2,8 mil milhões que os "Irmãos Metralha" do cavaquismo fanaram do BPN, mostra todo o absurdo das medidas tomadas a granel por este Governo de Passos Coelho.
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