As élites políticas do país continuam ressabiadas desde as eleições legislativas realizadas a 27 de Setembro de 2009. Ressabiadas porque contavam com a derrota do PS (leia-se José Sócrates) e, pelo contrário, foi este o vencedor, embora com maioria relativa. O eleitorado continuava a confiar em Sócrates, mas penalizava-o, obrigando este a negociar com a oposição. Ao constatar este facto, a oposição ganhou fôlego para vingar-se de Sócrates. Uniram-se todos no Parlamento (PSD-CDS-PCP-BE) para contrariarem a governação de Sócrates. Foram criadas alianças esporádicas e gerados consensos espúrios tendo em vista anular todas as propostas do Governo. Não estava em causa o "interesse do país", mas tão somente os interesses partidários. Este "caldo político" gerou ódios, vinganças, relações concubinas, "santas alianças, e tudo o que a ira e o fel podem fornecer para gerar um clima de tensão política. Os meses seguiram-se, e, um ano depois, Portugal estava sem soluções à vista, entregue aos "mercados", que aproveitaram o desvario dos políticos portuguses. Foi preciso Cavaco Silva "soprar" aos ouvidos de alguns dos seus amigos para que a calma e o bom senso regressasem ao seio do PSD. Neste momento o PSD sabe que vai ser governo, só que a crise das finanças portuguesas é de tal ordem que nenhum dirigente ousa avançar já... Aguardam por melhores dias. Ésta atitude do PSD compreende-se e aceita-se, pois governar o país na presene conjuntura económica e financeira é demasiado dificil. O país vai iniciar um ano muito dificil, por isso é bom que, da parte da oposição, haja serenidade e bom senso. Isso ajudará, e muito, à resolução dos problemas, pois os "mercados" sempre terão em conta a coesão política e social do país. Porém, as élites de "papagaios-analistas-comentadores", essas vão continuar a chafurdar na cultura dos ressabiados. Ressabiar, perorar, mal-dizer, é uso e costume dos que pouco ou nada produzem. A sua quota-parte na "produtividade" nacional, é tagarelar, palrar, dar bitaites... Trata-se de uma tradição muito antiga, que vem dos tempos de D. Dinis, das histórias de "escárnio e mal-dizer". Além disso, sempre tivemos "Velhos do Restelo", incapazes de fazerem obra, gerirem conflitos, passarem "além da Taprobana" e vencerem o Cabo das Tormentas.
Á margem destas considerações importa ter em conta que os "papagaios" palradores repetem o que ouvem até à exaustão. Além do mais, estes "papagaios" vivem em rede, repetem-se uns aos outros, criando, assim, uma chinfrineira de sons, que os leva a palrar dia e noite sem parar, até que a garganta lhes dôa... Chegados aqui, bebericam uns gins, uns scotch e tudo volta ao mesmo... Indefenidamente.
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