A partir de Outubro, a Grécia deixa de pagar ordenados e pensões,
por falta de dinheiro em caixa. Se na reunião de hoje, entre Angela Merkel e Sarkozy, ficar decidido que aceitam a "queda progressiva" da dívida grega -- embora Atenas continue no euro -- podemos estar perante uma crise europeia com consequências desastrosas para os países que estão a ser assistidos pela Troika,como é o caso de Portugal e da Irlanda, mas tambem Espanha e Itália, que estão a ser vítimas da gula dos "mercados". O desastre pode ainda afectar a Bélgica e a França, por efeito dos seus défices e da dívida. A banca francesa está a ser penalizada, com fortes quedas das suas acções, devido ao facto de terem em carteira enormes quantidades de obrigações do Tesouro grego.
A tragédia grega, a acontecer, vai tambem penalizar os grandes
bancos de investimento americanos, designadamente o Goldman Sachs, que sempre "ajudou" a Grécia a "mascarar" as suas contas públicas, para poder entrar no clube do Euro. O tsunami in progress é de tal ordem que até o Secretário de Estado do Tesouro americano, Timothy Geithner, vem à Europa para assistir a uma reunião com os seus congéneres da Zona Euro. Por outro lado, se a Grécia for abandonada ao seus destino, a Troika deverá fazer mea culpa, devido à forma e ao conteúdo dos acordos impostos à Grécia, que não tiveram em conta a profunda recessão a que conduziriam a economia grega. Os acordos deviam comtemplar prazos mais dilatados, juros mais suaves. A falência do acordo, embora se diga que será por inépcia de Atenas, é tambem um falhanço do esquema montado pela Troika. Vamos esperar pela decisão de Merkel e Sarkozy.
Decididamente, nada do que disse Pedro Passos Coelho sobre os
"mercados" está a acontecer. Tem acontecido o contrário daquilo que Passos prometeu. Os "mercados" -- dizia ele -- não têm confiança em José Sócrates. Eu formarei uma equipa de "gente credível, honesta e competente" para acalmar os "mercados". Os juros da dívida vão descer e os "mercados" vão dar-nos crédito... Tem-se visto, como os "mercados" gostam desta "gente honrada". Os juros, que à data da rejeição do PEC-4 estavam nos 6,35%, atingiram os 13% no dia 10. O Financial Times e o Wall Street Journal, deixarem de pedir entrevistas a Passos Coelho... José Sócrates sabia que tinha acontecido uma "crise financeira" glogal, mas Passos Coelho e os seus acólitos só agora descobriram a "crise internacional"... Foi assim, através do ódio e da mentira, que chegaram ao "pote".
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