Somos um país pobre, mas a maioria dos portugueses vive como se fossem ricos. Temos ordenados baixos, carências diversas, mas todos querem ter um Serviço Nacional de Saúde (SNS), gratuito ou tendenciamente grátis. Não pode ser assim. O SNS tal como está é uma fonte de desperdício. A despesa com o SNS está nos 10 por cento do PIB, e vai continuar a subir, porque, com ou sem medicamentos gratuitos, o portuguesinho não poupa na saúde. Médicos, farmaceuticos e doentes, "para a saúde", gostam de ter o melhor. Uns porque quanto mais se gastar, mais ganham; os utentes porque exigem o melhor para si. Ora, isto só num país rico. Mas há países ricos que não oferecem este "banquete" grátis aos seus cidadãos. O SNS tal como está, é um sorvedouro de dinheiros públicos. Hospitais, pessoal, medicamentos, aparelhagem cirúsgica, meios de diagnóstico de ponta, tudo isto fica caro. Mas ninguem tem controle sobre a despesa. Os médicos receitam os medicamentos mais caros do mercado, os produtos de higiene desaparecem pelo cano abaixo, o corpo clínico esforça-se a facturar. O médico acede ao desejo do "doente" quando este lhe pede um medicamento para as insónias, para a dor de cabeça, para a azia do estômago ou para a dor nos calos... Como se isto não bastasse, ainda lhe concede um produto para as dores de dentes do cunhado, para a garganta do sobrinho, para a insónia do tio, etc. etc. O primeiro ministro afrontou a classe médica com a instituição do relógio de ponto, mas agora a classe médica vinga-se no desperdício... Quanto pior, melhor... Assim pensam os médicos ressabiados. O actual SNS é um serviço de "cinco estrelas" para os portuguses e para doentes estrangeiros ocasionais. É preciso acabar com o desperdício no SNS. A saúde dos portugueses começa na educação, na alimentação, no exercício físico. É por aí que deve começar a cuidar-se da saúde dos portugueses.
Hoje a imprensa vem a dizer que a insdústria farmaceutica atrasa o envio de medicamentos para as farmácias, porque estão a exportar para países onde esses medicamentos são mais caros... Tudo bem, isto é o "mercado" a funcionar, mas de forma mandriona, porque se existem oportunidades para exportar, então ponham todas as máquinas a trabalhar, mobilizem o exército, se preciso fôr. mas não nos venham dizer que não há capacidade para satisfazer o SNS e os pedidos do exterior. A ser verdade, isto é mais um desperdício, caramba!.
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