Convém não esquecer a "Central de Desinformação" instituida no seio do PSD com o beneplácito de Belém, destinada a inculcar no espírito dos portugueses a ideia de que José Sócrates é "mentirosoo", não "fala verdade" e esconde o "pó debaixo do tapete"... Receita caseira, muito velhinha. Para desmontar a "verdade" propalada pela direita, permito-me transcrever aqui algumas notas sobre "a verdade do FMI" publicada no DN de hoje, da autoria de Viriato Soromenho-Marques:
"A quantidade de imprecisões, e até as asneiras, que têm sido ditas e escritas, tanto por comentadores como por responsáveis políticos de primeira grandeza sobre o recurso de Portugal ao FMI, justificam esta breve tentativa de esclarecimento da "verdade objectiva". A União Europeia, como já foi amplamente demonstrado, não tinha nenhum plano para enfrentar esta brutal crise financeira e económica. [...] Para a Grécia foi accionado um dispositivo de apoios bilaterais, por parte dos Estados-membros da Zona Euro, totalizando 80 mil milhões de euros, a que se juntaram mais 30 mil milhões do FMI. [...] Já a Irlanda foi "socorrida" pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira, uma sociedade anónima de direito luxemburguês instituida pelos Estados-membros, mas que continua a ser uma instituição à margem do Tratado de Lisboa. [...] O Conselho Europeu de Março decidiu avançar com um novo instituto, o Mecanismo Europeu de Estabilidade, que deverá substituir o FEEF a partir de Junho de 2013, atingindo 500 mil milhões de euros. [...] Se Portugal recorrer ao apoio europeu, o FMI estará sempre presente, [...] A UE preferiu partir-se em Estados credores e Estados devedores, exercendo os primeiros sobre os segundos uma punição colectiva que só poderá levar ao perigo de implosão da própria União. [...] Quando Portugal recorrer ao FEE/FEEF, será nos braços e na lógica do FMI que o país tombará. De modo doloroso e sem fim à vista".
Contra esta verdade, o que dizem os paladinos da "verdade"? Que o FMI não é como o pintam, até é nosso parceiro... e tal. Agora tentam empurrar Sócrates para os braços do FMI, mas o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, vem hoje afirmar que não pode negociar com um governo demitido. A irresponsabilidade de uns e a benevolência do Presidente, conduziram Portugal para este agravamento da crise financeira.
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