Quinta-feira, 28 de Março de 2013

"Notoriamente, os dois jornalistas destacados para entrevistar José Sócrates

estavam impreparados, ou não tomaram em consideração a aptidão dialéctica do ex-primeiro-ministro, ou, pior, não estavam ali para esclarecer, sim, acaso, para baralhar e entrar em chicana, colocando-se como protagonistas, quando deviam ser mediadores. Chegou a ser pungente a evidência com que o entrevistado repôs a natureza dos factos, perante a turva propriedade das enunciações. O esclarecimento das manobras e das conspiratas com origem em Belém, e as inclinações ideológicas do dr. Cavaco, que põem em causa a sua tão apregoada «independência», foram pontos fulcrais da entrevista. Ficou-se a saber o que se suspeitava: o manobrismo eleitoral de quem começa a ser cúmplice consciente do desastre para que nos encaminham. Um a um, ponto por ponto, Sócrates rebateu as alegações de «desincorporação» que ambos os jornalistas se aplicavam em expor, recorrendo às instâncias que estabeleciam as relações marcantes na época. Aí, a sua intervenção foi arrasadora.

Claro que Sócrates e o seu governo não podem ser responsáveis de todas as malfeitorias, apesar das estruturas de contra-informação, da negligência propositada de alguma comunicação social, e que ele denunciou com denodo. A entrevista foi extremamente interessante porque o reconhecido talento de José Sócrates voltou a impor-se em grande estilo. Ficámos esclarecidos? Não, porque os entrevistadores, além das deficiências apontadas, foram intimidados pelo «animal feroz».

O homem está em grande forma."

(Opinião de Batista Bastos na sua coluna semanal do DN). Eu não teria dito melhor.



publicado por Evaristo Ferreira às 13:13 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Sexta-feira, 22 de Março de 2013

O carisma de José Sócrates sempre causou engulhos à esquerda e à direita,

mas nunca julguei que, dois anos depois, ainda causasse tanta comichão aos seus detractores, e não só. Ao CDS e a uma parte do PSD. Logo que foi conhecida a "contratação de Sócrates" pela RTP, caiu o carmo e a trindade no seio da Coligação. O CDS disse que ia pedir esclarecimentos à Administração da RTP, pois achava que Sócrates, enquanto cidadão português, não podia ter a liberdade de se exprimir e de ter opinião política. Logo o CDS... que tem acantonados nas televisões meia dúzia de comentadores. O PSD não seguiu o CDS, talvez por que não tem razões de queixa. Na verdade, ainda ontem assisti à "missa" de tres "cardeais" do PSD, que peroram nos três canais de televisão. Um deles, foi o "pentelheiro" Eduardo Catroga, justamente aquele que, ao contrário do que tem dito Passos Coelho  e Vitor Gaspar, confessou que a implementação do Memorando da Troika foi "moldado" com as ideias apresentadas por si e pelo Carlos Moedas, ambos do PSD. 

Será que a "liberdade de expressão" em Portugal pode estar em perigo, devido aos peticionários que andam a recolher assinaturas para "tapar a boca" ao ex-primeiro-ministro José Sócrates? Duvido. Esta gente que nos governa é inexperiente, mas sabe que neste país de Abril, a censura nunca mais poderá ser instalada. O "regresso" de Sócrates vai aumentar as audiências da RTP, mas tambem vai servir para esclarecer os portugueses. Com o contraditório de José Sócrates, a "ladaínha" pregada por esta "gente honrada", vai evaporar-se. A "verdade" sobre a crise será reposta, e os "mentirosos" vão ficar carecas.

Agora os "fazedores de opinião" Marcelo Rebelo de Sousa (TVI) e Marques Mendes

(SIC) -- ambos do PSD -- passam a ter contraditório com José Sócrates (PS) na RTP.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:56 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Quarta-feira, 20 de Março de 2013

Estamos a ver como Chipre, um pequeno país da ZonaEuro, tem resistido ao

canto da sereia, recusando os ditâmes da senhora Merkel. Logo que foi conhecida a "carta de intenções para o resgate financeiro", na qual constava o confisco de 6,75% nos depósitos bancários, os cipriotas vieram para a rua manifestar-se de forma veemente. De tal forma que o Parlamento cipriota, que deveria dar o aval ao acordo de resgate, recusou, por unanimidade, as condições impostas pelo Eurogrupo. O Parlamento cipriota deu seguimento aos protestos de todos aqueles que haviam confiado no sistema bancário, saindo fortalecido, e dando com a luva na cara daqueles que, ignorando a regra da "confiança", poderiam levar o sistema bancário europeu ao colapso.

Por cá, temos um Governo maioritário que faz apenas o que os "mercados" desejam, ou seja, pôe-se de joelhos perante a Troika, os "Mercados" e a senhora Merkel. Obedecem zelosamente aos "mercados" -- ao Goldman Sachs, ao Bank of America, ao Barclays, ao J.P. Morgan, ao Deutsche Bank, ao HSBC, ao Bank of Scotland -- a todos aqueles que causaram a crise financeira que alastrou pelos Estados Unidos e a Europa. São estes bancos que constituem os "mercados" a quem Passos Coelho e os seus acólitos gostam de obedecer cegamente, e de prestar vassalagem. Chipre foi uma bofetada nos apóstolos dos "mercados". O Vitor Gaspar, Passos Coelho e os seus restantes ministros, se tivessem coragem, se tivessem patriotismo (o "pin" da bandeira na lapela é uma blasfémia), deveriam corar de vergonha. Depois da Grécia (e não cumpriu), só Portugal tem enfiado o barrete e seguido os conselhos da senhora Merkel. Os resultados estão à vista.

Viva o Chipre livre! 

O povo da Rússia profunda e milenar festejou ontem o fim do Inverno. Das

comemorações consta a Festa das Panquecas. À medidas em que os fusos

horários iam caindo, os eventos foram-se sucedendo nas cidades, vilas e

aldeias, com folclore, danças, cantares, corridas a pé, banhos no gelo, etc.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:08 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Segunda-feira, 18 de Março de 2013

Este Governo de "neófitos, teóricos, inexperientes e incompetentes" atingiu o

grau ZERO de credibilidade. Perante o país, que lhe deu o mandato, e perante os críticos internos e externos, que nunca acreditaram nas políticas do "ir além da Troika" e do "custe o que custar". Passos Coelho e o seu Governo falharam em toda a linha: no défice orçamental, nos números do desemprego, na queda do consumo interno, na "reforma do Estado", na falência das empresas, no colapso da economia. Passos Coelho e o seu ministro das Finanças falharam todos os objectivos que traçaram. Merecem ser desclassificados, despedidos por incompetência, apeados do cavalinho que montaram. O executivo de Passos Coelho atingiu o descrédito total. Já nada se espera deste Governo, a não ser a corrida desenfreada para a queda no abismo. Já nenhum ministro do executivo de Passos Coelho merece uma réstea de credibilidade. Miguel Relvas, Vitor Gaspar, Álvaro Santos Pereira, Paulo Portas e Nuno Crato, todos eles merecem sair pela porta dos fundos, com bilhete de ida para Vancouver, coisa que recomendaram ao rol de portugueses que ficaram sem emprego, por culpa e êrro destes governantes iincompetentes.

No meio de tudo isto, veio agora o Dr. Cavaco queixar-se por não ter sido 

convidado para assistir à conferência sobre a Reforma do Estado... Senhor Presidente, o senhor tem "a faca e o queijo na mão" -- corte a preceito, uma boa talhada. Mande reunir o conclave dos "Conselheiros de Estado" e assuma a liderança, perguntando-lhes o que fazer com este Governo, dado que o mesmo não foi capaz de tirar Portugal do sufôco, antes agravou a situação, ao conduzir o país para "uma espiral recessiva", que se agrava de dia para dia. Força, Dr. Cavaco. Deixe-se de Roteirices.

(Cartoon do Jornal de Angola, edição do dia 15).



publicado por Evaristo Ferreira às 15:36 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Sexta-feira, 15 de Março de 2013

À terceira fumaça, foi de vez. O responsável pelo Estado do Vaticano foi escolhido

pelos eleitores-cardeais. Ficará na história como o Francisco. Não é europeu, nem africano, nem tão pouco asiático, e muito menos norte-americano, é sulano, lá dos "confins do mundo", da Argentina, um país latino , conhecido pelo tango, a carne bovina, as pampas, etc. A eleição de Francisco transformou-se num espectáculo mediático intercontinental. O Universo, que esteve sem interlocutor com o Paraíso durante quinze dias, está agora a festejar a eleição do Francisco, pois será ele quem vai restabelecer a ligação entre o Poderoso e os homens cá na Terra. Finalmente, podemos estar tranquilos, uma vez que já foram restabelecdas as ligações com o Além. Todavia, a crise financeira e económica que transformou as nossas vidas num Inferno, vai continuar, sem que o Francisco possa fazer alguma coisa para nos salvar do tormento em que estamos a viver. Em Portugal, por exemplo, pouco ou nada se alterou. A queda do PIB de 1% previsto para este ano, foi agora revisto para 2,3%, o desemprego vai subir até aos 18%, e o corte para a "refundação do Estado" está em andamento. São 4.000 milhões de euros no corte da despesa, embora o pentelheiro do Catroga tenha afirmado que o ideal seria um corte de 8.000 milhões... Está visto: não há milagre que nos salve, nem santo que nos ajude. Mas a Argentina sim, está confiante num milagre. Já pediu ao Francisco para que dirija uma "mensagem ao mundo para haver diálogo", e que não esqueça a questão da "soberania das Malvinas". De resto, na Argentina têm acontecido coisas milagrosas: os números das últimas quinielas (totobola) foram vislumbrados por um "menino que sonhou com Francisco um mês antes"; um indigente, não identificado, predisse a eleição de Bergoglio. Os argentinos estão felizes, têm o Papa, mas os brasileiros -- dizem -- estão mais felizes ainda, por terem Deus... Estão todos a viver uma ilusão. É que, no mesmo dia em que foi eleito o Francisco, os cientistas do CERN (Centre Européenne pour la Recherche Nucléaire) vieram informar que a "partícula de Deus", ou Bosão de Higgs, havia sido descoberta e confirmada. A ciência veio provar que uma pequena partícula subatómica, constitui a matéria e tem massa, ou seja, deu origem à criação do Universo.

Nestes dias o Governo de Passos Coelho foi poupado. Os que acreditam em milagres, entreteram-se com o espectáculo luxuoso e sonhador da festa vaticana, enquanto outros deram largas à sua raiva, assistindo aos jogos da UEFA transmitidos generosamente nos canais abertos da SIC e da TVI... Com "papas" e "bolos" se enganam os tolos... (E se acalma a cólera dos desesperados).

HABEMUS PAPAM!  (prá menina e pró menino).



publicado por Evaristo Ferreira às 15:53 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quarta-feira, 13 de Março de 2013

Chegámos à beira do precipício, e agora o Governo tenta sacudir a água do

capote, acusando a Europa por Portugal ter chegado aos -3,2% de recessão em 2012. Dantes, culpavam o Sócrates por se desculpar com a crise internacional, ainda que com alguns resultados positivos. Agora, esta "gente honrada" já se deu conta da "crise internacional". Com a política do "iremos além da Troika", este Governo de gente incompetente, inexperiente e desonesta, conduziu o país para a pobreza franciscana em que nos encntramos. Ideias para sairmos daqui, por parte deste Governo, não se vislumbram. Apenas se preocupa com o "corte permanente de 4.000 milhões" na despesa do Estado. Hoje o pindérico do Catroga, veio dizer que o "corte" devia ser de 8.000 milhões. Esta gente só tem em mente uma solução para Portugal: cortes na despesa social e o empobrecimento generalizado das famílias portuguesas. Quanto ao futuro, nada têm para dizer. Apenas "cortes", "reduções", "aumento de impostos". Nem uma ideia quanto ao crescimento económico... "É a economia, estúpidos!" -- apetece-me dizer. Sem crescimento não há riqueza, não há criação de empregos, não há melhoria das condições de vida. Mas Passos Coelho e os seus ministros não vêem o caminho, esqueceram-se do fundamental. O Governo segue a corrente, embalado pelos bitaistes dos opinion-makers da nossa praça, que vão atirando setas ao alvo sem nunca acertarem uma. Falam de "emagrecimento do Estado", dos cortes necessários, do "Impulso Jóvem" para a criação de emprego, das "reformas estruturais", do impulso ás exportações, da necessídade de poupar, etc. A par daqueles papagaios, os meios de comunicação social -- todos afectos ao poder económico -- promovem entrevistas a "gente que conta", na mira de encontrar algum profeta que traga uma solução para a saída desta crise. Neste fim-de-semana tivemos o empresário Belmiro de Azevedo numa entrevista ao Público, de que é dono e senhor. E tivemos o filósofo José Gil no espaço "Gente que Conta" do Diário de Notícias. O primeiro foi entrevistado por dois directores do jornal Público, que reproduziu a entrevista na Revista do jornal, um espaço com "passadeira vermelha", ao longo de 10 páginas... Uma entrevista que deveria ser estudada por um filósofo ou sociólogo, mas tambem por alguns dos nossos empresários mal sucedidos. Uma entrevista que deveria ser glosada por este Governo, onde a aridez de ideias é abundante. Quanto à entrevista do "filósofo do medo", registada pelo Diário de Notícias, teve apenas como "provocador" o João Marcelino, que não conseguiu ir ao âmago das questões afloradas por José Gil, ou não tivesse o João Marcelino, actual director do DN, vindo da área do jornalismo de futebol. As questões levantadas por José Gil mereciam ser avaliadas por alguem de pensamento mais profundo. José Gil esteve mal acompanhado, e o DN desvalorizou o relêvo e a importância da personagem entrevistada. Geralmente o DN faz estas entrevistas delegando o trabalho em dois jornalistas. Quase sempre no director e num outro jornalista de traquejo, mas desta vez não. Foi tudo realizado á flor da pele. A entrevista não arranhou, não provocou, não desconcertou. E José Gil tambem não foi coerente. Criticou os actuais partidos políticos, anseia por um outro sistema, mas sempre acabou por dizer que "gostou imenso" de ter feito parte do Governo em 1976. Foi adjunto do secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica. E acaba por culpar os jornalistas, dizendo "que a visão que temos da política e dos políticos, e da sua acção política, através dos media, através do espaço público, está muito longe daquilo que se passa no interior". Enfim. Com a crise, todos estamos infelizes. Todos fazemos exigências, mas esquecemos que, sem crescimento económico, nada poderá voltar a ser como era -- no todo ou em parte. O problema actual reside na falta de crescimento económico. "É a economia, estúpido!" -- mais uma vez e sempre.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:52 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Quinta-feira, 7 de Março de 2013

Esta "gente honrada, cumpridora da palavra dada" transformou as nossas

vidas numa pasmaceira, num sofrimento, num empobrecimento atroz. Para além disso, transformaram a política numa banalidade de conceitos, sem princípios morais nem ética nos compromissos. Basta dizer que esta gente, em 2010, autodesignava-se de "gente honrada, cumpridora da palavra dada", por oposição a José Sócrates e ao seu Governo, a quem chamavam de "teimoso" e "mentiroso". Agora, com esta gente, nunca aqueles epítetos se aplicaram tambem a Passos Coelho e ao seu governo. Prometeram-nos uma coisa, e estão a fazer outra. Mentiram com todos os dentes que têm, e estão agora a ficar "carecas e com cabelos brancos". É um sinal de vingança que a vida prega aos que vivem em contra-mão (elas não matam, mas moiem, diz a sabedoria popular). Outro sinal, é o medo que esta gente tem em enfrentar o povo. Cavaco Silva deixou de correr o país em Roteiros, para se mostrar e mais tarde recordar. Agora diz que "faz mais pelo país estando calado" do que se falasse todos os dias...  Apareceu ontem, num lugar fechado, a falar para os telejornais, com um sorriso forçado, amarelo e sem alma. Cavaco Silva não sente o frémito do povo, nem os problemas dos reformados ou dos desempregados. Mas sempre foi dizendo, para Passos Coelho ouvir, que "as vozes que se fizeram ouvir -- na manif do dia 2 de Março -- não podem deixar de ser escutadas pelo Governo". Só que, à mesma hora, Passos Coelho afirmava na Assembleia da República -- para Cavaco Silva ouvir -- que "no dia em que um Governo decidir em função dos protestos da rua demite-se da sua responsabilidade". Esta "gente honrada" (des)entende-se assim, com tacadas em campo dos telejornais. Para esquecer o recado de Cavaco Silva, Passos Coelho viajou hoje para um périplo pelos países com mais peso político na Zonaeuro, a fim de pedir mais tempo para Portugal pagar a dívida aos seus credores. Finalmente Passos Coelho aceita, a contra-gosto, pedir mais tempo para pagar a dívida. Mas sem ofender, sem lesar, nem desagradar aos "mercados", instituições que merecem, da parte de Passos Coelho e o seu Governo, a mais absoluta submissão e a total fidelidade. Penso eu, por tudo isto, que Passos Coelho terá levada na mala de viagem um livro para se excitar, durante o périplo, e que dá pelo nome O Caminho da Servidão, escrito pelo liberal austríaco Friedrich von Hayek em 1944. Passos Coelho diz ter lido, enquanto jovém, A Fenomenologia do Ser, de Jean Paul Sartre, uma obra que não consta na bibliografia do autor. Esta confissão terá sido feita para impressionar os jornalistas que o ouviam, já qque Passos Coelho é um fanático do neoliberalismo, de Hayek, de Milton Friedman, e dos "mercados". Não é persona de fenomenologias nem tão pouco de filosofias sobre a condição humana. Passos Coelho é apenas um economista, um fã dos "mercados", um profeta do empobrecimento, um alucinado dos cortes na despesa social, um robô ao serviço do grande capital -- que nos explora aqui e depois leva os lucros para a Holanda, para não pagar impostos ao Estado Português... E por aqui me fico.

Enquanto Paulo Portas anda a fazer turismo lá pela Taprobana, ontem o Governo esteve

na Assembleia da República a debate com a oposição, mas representado sómente pelo

primeiro-ministro e pelo inseparável e "morto" ministro-adjunto Miguel Relvas, mostrando,

assim, que este Governo está desconchavado e não corresponde aos anseios do país.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:52 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Segunda-feira, 4 de Março de 2013

Os meios de comunicação social  nacionais estão todos ao serviço do capital.

O Público de ontem relatou com alguma isenção a jornada de protesto, do dia anterior, efectuada em todo o país contra o Governo de Passos Coelho e as receitas da Troika, mas tambem foi vil e mesquinho ao registar, com grande destaque, a disparidade entre o número de manifestantes anunciado pelo movimento "Que se Lixe a Troika" e o cálculo efectuado pelo jornalista JPP. Um trabalho desnecessário, mas que muito deve ter agradado ao Governo e à Troika. O repórter esforçou-se por desvalorizar a mole imensa que foi protestar contra as políticas de Passos Coelho. O repórter JPP, técnico em agrimensuras, rebateu todos os números da organização. Mostrou, por A mais B, que a manif tinha sido um flop. Ele deixou registado que, no Terreiro do Paço, nunca podem reunir-se 180 mil pessoas, ainda que se lhe acrescente o Cais das Colunas. Disse mais. Disse que o Terreiro do Paço só pode receber 88 mil pessoas, quando muito 132 mil, mas se a densidade aumentar, então poderá receber 176 mil. Já na Rua Augusta, com a área de  6.500M2, poderá acolher 20 mil pessoas, desde que a densidade seja igual a 3... A Avenida da Liberdade tem 27.000M2, a Praça dos Restauradores tem 15.000M2, e o Rossio uns 17.000M2. Ora bem, estas tres áreas só podem receber 177.000 pessoas, à densidade 3, conluiu o repórter JPP. Portanto, daqui em diante, a CGT, a UGT, ou o movimento "Que se lixe a Troika", já não precisam de contar a esmo os manifestantes. Basta encher um dos locais agrimensionados por JPP, e tudo fica certificado.

"Não me lixem", como titula hoje o couceirista Vasco Pulido Valente na contra-capa do Público. Mas nada mais que aquele dixote, pois o historiador de Sidónio e Paiva Couceiro, vem descarregar a sua bílis no movimento "Que se Lixe a Troika", por este ter adoptado a canção/senha do 25 de Abril "Grândola, Vila Morena"  como hino da sua organização. O ressabiado VPV (não confundir com Vinho Produzido em Valpaços) está desconfiado, pois aquilo é um movimento sem dirigentes, sem programa, sem estratégia, sem código postal. Isto é uma conspiração urdida por gente esquisita, pensará o historiador de Paiva Couceiro. Há muita gente com os nervos à flor da pele, a dar com a cabeça nas paredes, enquanto outros afirmam que "a sua dor é uma arma". Coisas distintas, que apenas baralham o nosso olhar. Tanto quanto faz o movimento dos "banqueiros reformados indignados" -- com reformas de 70.000 euros -- que pretendem fazer-se houvir, tal como fazem os reformados e pensionistas que ganham 600 euros... Cuidado com a cortina, cuidado com os oportunistas. Eles querem desvalorizar os protestos daqueles a quém o Estado -- pela mão de Passos Coelho -- confiscou parte das magras pensões a que tinham direito. (Que se lixe o JPP ao serviço do Público). Ponto final.

Na manifestação de 2 de Março, os reformados compareceram em grande número,

pela primeira vez. O empobrecimento do povo português é cada vez mais visível...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:51 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Sexta-feira, 1 de Março de 2013

Como se não bastasse o papaguear dos "louros" cá de casa, temos agora

o papagaio Durão Barroso a debitar bitaites, e a acusar os portugueses de tudo o que por cá está a passar (Isto não é Europa!). Logo ele, que deixou o país de tanga, que prometeu um "choque fiscal", mas quando chegou ao poder aumentou os impostos e aldrabou os défices públicos com a ajuda de Manuela Ferreira Leite, ao tomarem como "receita do Estado" os Fundos de Pensões dos CTT e da CGD. Que teve como ministro da Defesa Paulo Portas, o qual contribuiu para o desequilibrio das contas públicas ao comprar 2 submarinos, 360 carros de assalto Pandur, e um up-grade nos aviões da Força Aérea. Mais: Durão Barroso assinou um compromiso com Espanha para implementar 4 linhas de TGV, e Manuela Ferreira Leite, no último ano, "remendou" o défice com o avanço de 1.850 milhões por parte do CITIbank, que recebeu do Estado um rol de dívidas para cobrança coerciva, e que acabaram por ser pagas depois pelo Governo de Sócrates. Durão Barroso nunca se afastou das políticas de Cavaco Silva, baseadas nos incentivos de Bruxelas.. Devia estar calado. Mas por cá, agora até o "merceeiro" do Pingo Doce se revolta contra a "austeridade da Troika", por estar a penalizar as vendas anuais do Pingo Doce. Diz o senhor "merceeiro" que "todos querem mamar na teta do Estado", enquanto outros querem resolver esta crise com cantigas de rua... O homem está a pagar o preço dos "saldos do 1º. de Maio", quando oferecia carne de borla, em troca de compras mínimas de 50 euros. Para resolver esta crise, tambem se apresentou na praça pública o megalítico economista João Cesar das Neves, ligado às beatitudes da Católica. O grande tema do evangelista Cesar das Neves está documentado num livreco intitulado "As 10 questões da Recuperação". Exacto, 10 questões, pois quem sempre lê os Dez Mandamentos, acaba por confunfir uma e a outra coisa. Deus o abençoe, coitado do assarapantado, que em tudo vê um "bar aberto de dinheiro". Pena é que não recomende tal coisa às Obras de Caridade... No meio deste papaguear de araras e papagaios louros, marcou ontem nota solta o "comentarista-explicador" deste Governo, Marques Mendes, émulo palrador do Professor Marcelo. Mendes, que julga ser ouvido por todos os anjos e belzebus, pediu ontem na TVI24 ao presidente Cavco Silva para "mediar um pacto de regime" ou "compromisso político" entre os partidos do arco da governação. Mendes, que em tempos aceitou a sinecura de Isaltino Morais para dar aulas na Universidade Atlântica, faz pela vida. Serve-se de "bufos" do Governo para deitar bitaites em primeira mão nas palestras televisivas (sem contraditório). E o homenzinho vai trepando, vai subindo de divisão. Agora vai "palrar" para a SIC-Notícias, um canal de primeira divisão... Ele faz pela vidinha. Assim disse o Ganda Nóia. Quanto ao resto, tudo como dantes, de mal a pior -- sem que o presidente dos Roteiros se atreva a sair à rua e mostrar que foi incumbido de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República. Assim correm os dias, antes do dia 2 de Março.

Durante oito anos no exercício de Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso nunca

dirigiu criticas ao povo português a partir de Bruxelas. Agora entrou na palração. Qual será

o motivo? Estará ele a pensar no Palácio de Belém? Certo, mas não será apenas por isso.

Durão Barroso perdeu poder para Van Rompuy, presidente do Parlamento Europeu, e por

causa da "política de austeridade" imposta e dirigida aos países do Sul por Angela Merkel.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:59 | link do post | comentar

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