Quarta-feira, 27 de Fevereiro de 2013

Cresce o mal estar entre Angola e Portugal. De dia para dia. E este Governo,

por mais que se esforce, não consegue ultrapassar as causas que estão na origem deste desentendimento. Não podemos esquecer que, os dirigentes do CDS, sempre alinharam com Jonas Savimbi, ou seja, com a UNITA. Quando a nossa diplomacia está agora entregue a Paulo Portas, não é possivel haver simpatia nem fraternidade entre quem representa o estado angolano e o representante do nosso, conhecida que é a história das lutas pela independência de Angola. As elites angolanas têm isso presente, não esqueceram o passado, nem as forças políticas que se colocaram ao lado de Savimbi. Veja-se aqui, o editorial de hoje do Jornal de Angola, para se perceber o que está acontecendo. Neste momento Angola está em expansão, reconstrução e construção de uma economia florescente. Em Angola trabalham, neste momento, cerca de 100.000 portugueses. Perto de 8.000 empresas portuguesas exercem a sua actividade em Angola ou dela dependem para a sua sobrevivência. Angola "está no bom caminho" e, além do peso diplomático que tem a nível internacional, tem objectivos para se tornar a economia mais importante do continente africano. O nosso país tem tudo a beneficiar com o desenvolvimento do país irmão. Mas enquanto o governo português não esquecer a costela de colonizador, não vai ter o caminho facilitado. Paulo Portas em Angola é como Miguel Relvas numa Universidade, só prejudica o ambiente e contamina as relações entre os angolanos e os portugueses. Diplomata, não pode ser qualquer um. Representar Portuga,l não pode ser um qualquer Paulinho das Feiras, pessoa cínica, oportunista e hipócrita. Em Angola esteve tambem, há cerca de meio ano, o deslicenciado Miguel Relvas... Que ideia farão os angolanos desta gente! Este Governo não tem emenda. Agora mandou o ministro Álvaro para Londres, a fim de promover a venda de negócios imobiliários... Não seria melhor entregar essa tarefa ao AICEP, ou a um agente imobiliário qualificado, registado na associação dos vendedores de imóveis? Este Governo, com esta gente, não ficava nada mal servido se contratasse o Beppe Grillo, o comediante italiano.

Mais do que apontar os apoios a um partido político, importa conhecer a natureza deste,

e de quem o dirigiu, contra quem guerreou, e com que cúmplices contou aqui, em Portugal.

O editorial do Jornal de Angola, acima indicado, é um espelho do que aconteceu naquele país.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:43 | link do post | comentar

Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013

Este Governo falhou em toda a linha, apesar do "custe o que custar" e do

alinhamento "iremos para além da Troika". A cegueira política, o credo ideológico e a inexperiência governativa contribuiram para este falhanço. Com a soberba da chegada ao "pote", Passos Coelho esqueceu-se das "reformas estruturais", do corte nos "custos intermédios", e avançou à bruta, subindo o IVA em todos os escalões, cortando 50% no subsídio de Natal aos reformados e pensionistas, cortando em tudo o que contribuisse para para manter o consumo interno... Nesta fase, falhou os objectivos do OE-2011. Depois veio 2012, e foi o que foi, cortando aqui e ali, no SNS, na Educação, nos subsídios de desempregos, nos salários dos trabalhadores, nas pensões acima de 1.350 euros e no subsídio de Natal. Aumentou as propinas, subiu as taxas moderadoras, os transportes públicos, etc., etc. Os portugueses protestaram nas ruas, o país asfixiou, a economia afundou, o desemprego alcançou percentagens nunca vistas... A fechar o ano, o PIB baqueou, o défice descarrilou, o desemprego subiu, a cobrança de impostos desceu, e as contas públicas, mesmo com a privatização da ANA, desequilibraram-se em mais de 5%... O país está enfermo, a economia de rastos, as famílias perderam recursos, e o desemprego está só nos 16,94%, graças às dezenas de milhar que emigraram para fora do país... Mas Passos Coelho ainda tem esperança na "refundação do Estado", e vem agora, quase dois anos depois, falar num "corte permanente" de 4.000.000.000 de euros... Passos está desnorteado, quer começar agora com as "reformas estruturais", em fim de cíclo, e depois de arruinar a economia e empobrecer os portugueses. O guru das Finanças, Vitor Gaspar, lembrou-se agora de que o "problema" se deve à crise europeia. E o ministro Miguel Relvas, que tem sido a arrastadeira deste Governo, não tem coragem para se fazer ouvir, sempre que lhe entoam a canção "Grandola, Vila Morena". O ministro da Educação, Nuno Crato, depois de golpear a escola pública, foi agora para a China, para aprender como se administra o Ensino Público. Os jornalistas e os comentadores do laranjal, vêm agora "explicar" que o falhanço das metas do Governo se deve em particular à situação na UE. Estão todos a estrebuchar. Até o sonso do inquilino de Belém se recusa a promover Roteiros pelo país fora. Ele tem medo do povo. Ainda ontem reuniu com jovens empresários, mas no aconchego do Palácio de Belém. Nos tempos do Sócrates andava de terra em terra, a dizer que havia "limites para os sacrifícios" pedidos aos portugueses. Agora deve achar que estamos melhor. Isto está a precisar de uma vassourada.

Este Governo não tem ética política. Quase dois anos depois, mantem-se unido apenas por

falta de decôro, pois alguns dos seus membros já há muito deveriam ter sido substituidos.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:54 | link do post | comentar

Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2013

"O que se passou ontem no ISCTE não tem justificação. Em democracia temos

de nos demarcar de comportamentos extremistas premeditados que impeçam um membro do Governo de discursar, usando a força como forma de boicote". Assim escreveu Eduardo Oliveira e Silva, director do jornal I. Aliás, os jornalistas e comentadores da nossa praça, com medo de perderem o emprego, metem a viola no saco e ajoelham-se perante o poder económico, que suporta este Governo. A profissão de jornalista, com esta crise, abastardou-se. Salvo raras excepções, hoje já são muito poucos os jornalistas íntegros, defensores da lei e da liberdade. Cederam em toda a linha aos "mercados", e áqueles que defendem a acção destes mesmos. Mas, afinal de quem é a culpa do que se está a passar? Não é Pedro Passos Coelho e o seu Governo por manter em exercício um ministro que está "morto", que tresanda a fedor e causa náuseas a qualquer pessoa honesta e de bom senso? Depois de todas as "trapalhadas", tropelias e atropelos cometidas por Miguel Relvas, não deveria Passos Coelho ter demitido este ministro, logo após ser conhecida a fraude da sua licenciatura em não sei quê? Um primeiro-ministro político, conhecedor dos meandros da governação, logo teria percebido que não podia continuar a dar cobertura a Miguel Relvas. Na hora apropriada não o demitiu, desculpou-o, e continuou a dar-lhe "vara larga". Nessa altura, Miguel Relvas recuou para os bastidores, após as "trapalhadas" com a privatização da RTP. Mas prometeu voltar (as Mac Artur said), com mais força e com mais determinação... Agora o "licenciado" Miguel Relvas, onde quer que se apresente, é motivo para chacota e o povo indica-lhe a porta de saída, mas nem Passos Coelho nem Miguel Relvas percebem que um produto pôdre, deve ser retirado para não contaminar os restantes. Ora, no caso de Miguel Relvas, verifica-se que o seu estado bolorento já contaminou o próprio primeiro-ministro e o seu Governo. Estão todos a apodrecer, já começa a cheirar mal, o povo já não aguenta esta podridão. Por isso protesta, exigindo do Governo uma "limpeza" completa, seguida de uma desinfestação geral. O ambiente e os portugueses assim o exigem. Queremos políticos com ética, honrados e respeitadores das mais elementares regras de transparência e rigôr na governação. Exige-se respeito pelas instituições nacionais e pelos cargos políticos.

Com Relvas no Governo o espectáculo de circo ambulante, vai continuar. Até apodrecer.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:57 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

Vasco Graça Moura celebrou ontém, no Grémio Literário, os 50 Anos da sua vida

literária. Foi uma cerimónia com etiqueta, com elegância, com fado à mistura. Foi um "serão fadista" para apresentar uma coletânea de textos diversos sob a capa de Discursos Vários Poéticos. A apresentação coube ao ensaísta e catedrático de Literatura, Fernando J.B. Martinho, e a Marcelo Rebelo de Sousa. Ora, Vasco Graça Moura poeta, tradutor e político, é tambem uma figura controversa e trauliteira. Não podemos ignorar  o lado menos poético do poeta. Permito-me pois transcrever aqui parte do Poema-Testamento escrito por VGM em 2001 -- à boa maneira de Francois Fillon -- durante o regresso de uma viagem ao Porto, e no qual é perceptível o estilo escatológico do tradutor de Dante. Estou certo de que VGM não falou ontém no Grémio Literário, deste seu poema panfletário. Aqui fica um breve resumo:

"No ano em que sou trintão/ tempo de ver-me sem lisonja/ mas sem temor, sem contrição/ [...] deram-me amor, literatura/ algum suor, algum afecto/ e meias-tintas de amargura/ [...] bem quis as artes da pintura/ tinha algum jeito no desenho, mas o real sempre era estranho/ [...] entre o real e o meu engenho/ [...] fiz uma longa aprendizagem/ muitas rasuras e rascunhos/ muitos registos de passagem/ muitos borrões e gatafunhos/ [...] o óscar lopes e o david, deram-me as regras do jardim:/ vinho fazer da minha vide/ nunca ficar assim-assim/ montar em pêlo e em selim/ das teorias me dispenso/ [...] aos inimigos (pura perda/ de tempos ouvi-los a rugir-me)/ a esses deito toda a merda/ com que quizeram atingir-me/ e ao deixá-la digo a rir-me/ "comeia toda agora a cru/ que a disgestão vos seja firme/ e ao fim lambei o próprio cu" [...] se cada um só quer ver quanto/ ressona mais do que o vizinho/ eu sendo assim, não me levanto:/ vai Portugal por maus caminhos/ [...] que eu sempre fui bom cavaquista/ nem é preciso repeti-lo:/ anos depois já só avista/ tanto canário, tanto grilo/ tanto gorjeio, tanto trilo/ que de promessas se guarnece:/ um mundo e outro, isto e aquilo/ e o povo tem o que merece/ [...] "terceira-idade", digo e brinco/ sem ter poção nem amuleto/ que me devolva aos trinta e cinco/ e reestofe o esqueleto./ outros fariam un soneto/ de hora final quando a mão treme/ eu escrevi este folheto/ e assinei-o vgm".

O estro escatológico de Francisco José Viegas, patente na carta dirigida a Paulo Núncio, apesar de deselegante, não atinge o afrontamento nem o azedume que Vasco Graça Moura verteu no seu poema-testamento.

 

O editor José da Cruz Santos publicou o "testamento de VGM" nas Edições Asa.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 15:59 | link do post | comentar

Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2013

Finalmente o Francisco José Viegas voltou ao rebanho da blogosfera.

"Caro Paulo Núncio: queria apenas avisar que, se por acaso, algum senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira tentar "fiscalizar-me" à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel (quando forem legalizados) [...] lhe responderei que, com pena minha pela evidente má criação, terei de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa que peça a minha detenção por desobediência". Pode ler-se o resto desta primorosa prosa em A Origem das Espécies. Finalmente o Zé Viegas voltou ao seio daqueles que lutam contra os sabujos dos "mercados" e obedecem cegamente ás ordens da Troika. Viegas foi secretário de Estado da Cultura, mas não aguentou a tarefa de levar até ao fim a destruição dos organismos culturais do país. Acabou por se incompatibilizar com os coveiros da nossa economia e bateu com a porta, saindo do Governo desiludido e adoentado. Esta decisão enobrece o jornalista, escritor e publicista que tem tem uma larga folha de serviços na promoção da cultura portuguesa. Estou francamente satisfeito por Francisco José Viegas ter optado pelo regresso à blogosfera em vez do "regresso aos mercados" cantado pelos neoliberais.

Sempre achei que Francisco José Viegas não ficava bem na fotografia deste Governo neoliberal.



publicado por Evaristo Ferreira às 16:47 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Segunda-feira, 11 de Fevereiro de 2013

É penoso assistir às tropelias cometidas por um Governo de gente desvairada,

que não tem sentido de Estado nem respeita as mais elementares regras da ética republicana. É gente que não tem um pingo de vergonha, que faz tábua rasa do decôro, do rigôr e da transparência. Prova de tudo isto são as trapalhadas com a nomeação de Franklim Alves para secretário de Estado, cujo currículo, colocado no portal do Governo, omitiu a sua passagem pelo BPN. Causa-me asco, a continuada presença em cena do ministro Miguel Relvas -- um corpo estranho num Governo de licenciados e de doutorados. Causa-me azia, ver o apinocado ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no final da discussão sobre o "corte de 4.000 milhões, vir anunciar um rol de pequenos investimentos no montante de 154 milhões de euros, quando esta deveria ser a função do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. Causa-me revolta, ouvir o ministro Vitor Gaspar a falar do "crédito" que Portugal tem junto da Troika e dos "mercados". Esta gente desvairada e fundamentalista deixa-me deprimido. Por favor, corram con estes arrivistas, sabujos dos "mercados" e coveiros das famílias portuguesas.

Pateta é o Povinho, e Metralha é a cambada cavaquista, que assaltou o BPN...



publicado por Evaristo Ferreira às 15:13 | link do post | comentar | ver comentários (3)

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