Preciso de novos horizontes. Continuar por aqui, é viver num sufoco diário,
e sem hipótese de realizar os meus anseios como cidadão, pelo que fecho a porta, como já acontecera aqui, e aqui. Estou desiludido, não vejo saída política, e os portugueses parecem adormecidos, acomodados ou simplesmente resignados. Eu não quero resignar-me, quero apenas respirar outro ambiente político que não este. O que se passou com Miguel Relvas, que ameaçou uma jornalista com a devassa da sua vida pessoal, se fosse com o Governo de Sócrates, já teriamos uma campanha de "verdade" e luta contra a "asfixia democrática", enfileirada pelas televisões, jornais e comentadores a recibo verde. Com esta "gente honrada" no poder, nada se passa. Já toda a gente esqueceu a defesa do "direito à informação". os jornais calaram-se e o Público acabou a "defender" Relvas e o Governo, levando à demissão da jornalista que foi ameaçada... Tudo isto cheira a enxofre, tudo isto me deixa enxofrado, por ver que já nem a Fenprof se manifesta, nem os magistrados ou "juizes sindicalizados" se manifestam contra os cortes salariais, a perda dos subsídios de férias e de Natal, ou mesmo a perda do subsídio de habitação. Tudo deve "estar melhor", agora. Eu é que não sinto isso. Mas o povinho, na rua, queixa-se da crise, do desemprego, com os cortes na saúde, no RSI, no subsídio de desemprego, etc. Voltámos às acções de caridade, à solidariedade traduzida na entrega dos "restos" (restaurantes e cantinas). uma solidariedade que rebaixa, doma e anula todos aqueles que perderam o emprego ou viviam de um subsidio do Estado. Esta é a hora da "caridadezinha", este é o tempo de levar á sacristia aqueles que dela andavam arredados. Não vou continuar a malhar, já o tenho feito muitas vezes. Por hoje, só quero anotar aqui o carinho e as lôas com que este Governo (toda a direita) trata o principal líder da oposição António José Seguro. Eles devem ter razões para proceder assim... Para mim, o Seguro é um sonso, um ressabiado que nunca defendeu os Governos de Sócrates, e até mudou a côr rosa do partido. Ele mesmo recusa-se a usar gravatas rosa, porque Sócrates as usava. Prefere o azul, dos anjinhos... Com esta "gente honrada" a governar-nos, e um líder da oposição sonso, como é o Seguro, o país vai percorrer uma longa travessia do deserto. Esta é a hora da medíocridade, dos teóricos estruturais, dos boys e dos apparatchiks partidários. Não quero pensar mais em tal gente.
Um eclipse é um fenómeno temporário, não corresponde à morte do astro.
A carta do secretário Carlos Moedas não chegou ao seu destino. Perdeu-se
no labirinto de S. Bento. Ontem a comissão parlamentar de Economia e Finanças reuniu-se para apreciar o relatório do Governo enviado à UE no dia 4 de Maio, e que havia sido recomendado pelo Conselho Europeu. Mas tudo ficou sem efeito, uma vez que o relatório não tinha chegado àquela comissão parlamentar. O PS aproveitou para acusar o Governo de estar o omitir informação à AR, pois tratava-se de discutir o ponto de situação sobre os objectivos do Programa Nacional de Reformas (PNR). Ora um documento de 36 páginas, capeado por uma carta do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, não era coisa que se esfumasse. O Governo terá enviado a documentação para o Parlamento a 4 de Maio. João Galamba (PS), já conhecia o relatório, através dos serviços do Parlamento Europeu. "Um documento inteiro foi sonegado ao Parlamento e aos portugueses" -- desabafou o deputado. Mas não era verdade. Carlos Moedas veio dizer que o documento teria ficado no gabinete de Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República. E Moedas tambem enviou uma cópia ao presidente da Comissão de Acompanhamento do programa da Troika. Este secretário costuma enviar para as comissões competentes de forma directa. Portanto, toda a gente ficou descansada, mas agora, perante esta trapalhada, ninguem quer assumir a falta, o erro de comunicação que houve em todo este caso. Na verdade o culpado é o secretário adjunto, Carlos Moedas, que enviou a carta com a documentação para os destinatários errados. Mas tambem nenhum destes remeteu a carta para a comissão correcta... Resta acrescentar que o Plano Nacional de Reformas, equivale ao antigo Plano de Estabilidade e Crescimento de José Sócrates. Este caso mostra como esta "gente honrada" não sabe bem o que anda a fazer.
Hong-Kong: todos bem artilhados para observar o eclipse de Vénus, quando
este planeta efectuou a sua órbita, passando entre o Sol e a Terra no início
deste mês... Estes sim, têm motivos para andar distraidos, com os astros.
Finalmente o país esmagou ontem o pessimismo e a desgraça causados pela
crise, por mérito e pelo esforço heróico da nossa Selecção, que derrotou os dinamarqueses. Este, não é o país de Passos Coelho; não é um país de "piegas", de "choramingas", de gente incapaz. Ontem, no Euro2012, sairam derrotados não só este Governo de "estrangeirados", mas tambem o Profeta da Desgraça que faz sermão com a Judite, às segundas-feiras na TVI. Este Governo não ama este povo, nem sequer incumbiu um ministro ou secretário de ir apoiar a nossa Selecção...
Em matéria de advinhação, ganhou a Yvone, vaca alemâ ao apostar em Portugal.
No meio do caos económico europeu, provocado pelos especuladores
financeiros, sobressai o poder dos "mercados". Nunca o poder político havia sido ultrapassado pelo poder da "indústria financeira"; nunca o poder da democracia tinha sido susbtituido pelo poder da "tecnocracia"; nunca os "mercados" tiveram tanto poder para sujeitar os governos aos seus ditames e interesses gananciosos. Quem manda, nestes dias, sãos os "mercados", ou seja, os especuladores, os oportunistas, os usurários, os traficantes de influência -- tudo o que tem a ver com a "indústria financeira". Até há pouco, era a economia quem mandava, quem criava riqueza e a distribuia. Nestes dias que passam, torna-se claro que a indústria transformadora (criadora de emprego e de riqueza), passou para segundo plano. Os norte-americanos já tinham muitos "derivativos" financeiros, mas quando a informática dispensou os "pregoeiros" de Nova Iorque (Dow Jones) e de Chicago (Mercadorias e Matérias Primas), ampliaram ainda mais o catálogo dos "futuros", dos "derivados", dos CDS (credit default swaps), etc., etc. Tudo isso nos conduziu ao estado em que estamos. "Os mercados estão nervosos", dizem os brokers e os analistas financeiros. Eu diria mais: se estão "nervosos", que haja alguem com coragem para os pôr mansos. Dêem-lhe com o chicote, amansem-nos, obriguem-nos a respeitar quem trabalha, quem dá enprego, quem paga impostos. Se a "Besta" está nervosa, usem a "espada", cortem-lhe o mal de raíz. Se a "Besta" está com apetite voraz, cheia de gula e incapaz de se conter na sua voracidade, dêem-lhe uma ração de trigo-rôxo. Enquanto os políticos não afrontarem a "Besta", nunca mais vamos ter tranquilidade; nunca mais haverá racionalidade, nem lugar para uma economia sustentável. Veja-se o que está a acontecer, neste momento, com a Espanha. A agência de rating Fitch -- arma de arremesso dos "mercados"-- mostra à Europa e ao mundo o poder que tem: desafia tudo e todos, baixando o rating do reino espanhol, dos seus bancos, das suas cotadas, arrasando e destruindo os efeitos de um "resgate" promovido pela U.E.. Os "mercados" gulosos é que ditam as regras. Como eles querem, é que é bom. Querem o caos, para comprar dívida soberana a 7,00% -- juros de rapina. Os "mercados" têm dinheiro a 0,50% e 1,00%, respectivamente na Reserva Federal americana e no BCE. O diferencial do juro chega a ser de 6,5%... um negócio gordo e seguro... Quando os negócios não correm de feição, os "mercados ficam nervosos" (temem perder o "repasto"), e arrasam tudo de um dia par o outro. Mas, não haverá meio de tratar os "mercados" com um chicote, domando-os e acalmando-os?... Só assim voltará a haver racionalidade nos mercados financeiros.
Devagar, é certo, mas a União Europeia está em mudança. E para melhor.
O resgate à banca espanhola, acordado este fim de semana, mostra como os ventos de mudança sopram, e trazem novas formas de resolver os problemas que têm estado a afectar a economia europeia. Vamos esperar para ver como vão os decisores da UE acomodar o "resgate espanhol" com os países que estão sob a alçada da Troika. É certo que Espanha já estava, desde 2011, a implementar medidas de austeridade, e que Mariano Rajoy, após a tomada de posse, ainda cortou mais na despesa para reequilibrar as contas públicas. Mas quando se trata de fazer um resgate, ainda que seja directamente para salvar o sistema bancário -- e não as finanças públicas -- não pode ser mais favorável para uns do que foi para outros. Por isso a Irlanda se apressou a exigir o mesmo tratamento que teve Espanha. É um problema que terá de ser esclarecido e sanado. Considerando as medidas já tomadas por Espanha, convém não esquecermos os seguintes dados referentes aos países resgatados: No que se refere ao défice, de 2011, tinhamos o seguinte quadro: Irlanda 11%, Grécia 9,2%, Portugal 8,9% e Espanha 8,51%. Quanto á dívida pública, estava assim: Irlanda 130% do PIB, Grécia 189%, Portugal 90%, Espanha 68,5%. O PIB de cada país somava: 141 biliões na Irlanda, 214 biliões na Grécia, 171 biliões em Portugal, e 1,073 triliões em Espanha (traduzido do inglês). Sãos números que impressionam. A Irlanda com a nacionalização dos bancos, em especial do Anglo-Irish Bank, passou a ter um défice de 32%... A Inglaterra pressionou Dublim para assegurar o dinheiro dos depositantes ingleses. De resto, a banca irlandesa tinha-se afundado no subprime norte-americano, facto que em nada abona os seus banqueiros. Espanha tambem tinha, e tem, uma "bolha imobiliária" na qual as Caixas de Aforro acabaram por morrer afogadas... Esse naufrágio alastrou aos bancos comerciais. Agora, o que resta, são os terrenos, as casas inacabadas, os barrios vazios de gente, as gruas paralizadas... Ninguem está a comprar, e os preços têm vindo a descer cada vez mais. Portanto se o resgate à banca espanhola beneficia a sua economia, tambem será benéfica para Portugal.
Hotel Mistral Sport em Gniewino (Polónia), residência da equipa espanhola,
que tem um custo/jogador de 4.000 euros (a mais económica), quando a nossa
Selecção paga por cada jogador 32.000 euros (a mais dispendiosa) de todas
as equipas do Euro2012. Pelo menos neste particular, já somos campeões...
No domingo, dia 10 de Junho, o presidente Cavaco Silva vai galhardoar os
valerosos feitos cometidos por um punhado de portugueses, em seu próprio proveito. Isto num tempo de crise, de fome e de insolvência, um tempo no qual cada um procura fazer pela vidinha, mas onde alguns cada vez têm mais benfeitorias, tanto em mordomias como em cargos públicos e privados. Para estes, a crise não existe, antes pela contrário, pois este é um tempo de oportunidades, para enriquecer e engordar, rapando cada mais fundo, e sem deixar espaço nem lugar para os que não têm. Cavaco Silva, em tempo de crise, vai ser pródigo na atribuição de benezes, medalhas e ordens honoríficas. Um dos premiados, vai ser António Lobo Xavier, ex-deputado, ex-académico, comentador da quadratura, gestor da Sonacom, industrial de leis e de pareceres. Não entendo a razão pela qual o Estado, pela mão de Cavaco Silva, vai atribuir o penhacho de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique a quém muito pouco fez pela nação e pela comunidade, mas que muito terá feito em benefício de si próprio. Para se aquilatar da "grandeza e dos feitos deste senhorito", veja-se aqui a sua biografia pessoal. No que respeito à vida política, como deputado, veja-se aqui o registo do seu currículo existente na AR: Este é um país de penachos, de comendadores, de gente miúda agraciada pelo inquilino de Belém.
"Chapeus (ou penachos) há muitos, palerma!" Cada um tem o penacho que quer.
A promiscuidade na política portuguesa existe aos mais altos níveis, incluindo
o governamental, o empresarial, o partidário, e no ramo da "arte de bem papaguear". No sector dos "fazedores de opinião" chega a atingir níveis de obscenidade inadmissíveis. Vemos ouvimos e lemos, nos meios de comunicação social europeus, uma roda de comentadores que vão às televisões para opinarem sobre a situação política dos seus países, mas onde é evidente o nível intelectual dos convidados, bem como a sua isenção na análise das questões que lhes são colocadas. Aqui, em Portugal, sobretudo as televisões, arregimentam pseudo-analistas-comentadores, mais pelo vedetismo do que pela sua qualidade intelectual. Pior ainda, quando os "palradores" debitam discurso, como dirigentes partidários, mas sem contraditório. Refiro-me às vedetas Marcelo Rebelo de Sousa, e ao Marcelito (Marques Mendes), que nunca têm contraditório. E quero ainda referir o caso de António Pires de Lima, gestor da Unicer, e membro do CDS/PP. Que pode dizer um "comentador" como é Pires de Lima? Que interesses defende ele? Quem está ele a representar: o CDS/PP, o Governo, a Unicer?... Nunca se sabe, mas ontem, entrevistado pela Lusa, confessou o que lhe vai na alma: "Preocupa-me termos ministros que não experimentaram beber uma cerveja antes dos 18 [anos]". A ilação que tiro destas palavras, é que Pires de Lima anda a fazer lóbi para que o Governo legisle no sentido de permitir a venda de cerveja aos jovens, com 14 ou 16 anos...Pires de Lima está interessado em vender cerveja, e, para concretizar o seu desejo, apela à rebaldaria total na venda das bebidas alcoólicas. Já sabemos como os Rock in Rio, os Rock Alives, as Docas, o Sudoeste Alentejano, e outros semelhantes, que contribuem para o negócio da Unicer, mas o empresário e dirigente do CDS/PP, ainda quer ir mais alem... É preciso "cultivar" o costume de beber umas cervejolas, logo pela manhã. E as famílias tambem podem contribuir para esse fim, através da educação dos filhos. "Devia apostar-se na educação dos jovens, em casa e através de meios [dinheiros] públicos". Perante isto, pergunto-me se Pires de Lima, quando deu a entrevista à Lusa, não estaria sob o efeito do álcool das Superbock, uma marca da Unicer... Verdade seja dita que, nas suas prestações como "analista político" na SIC-N ou TVI24, sempre apareceu sóbrio.
Esta ovelha de Valdez (Argentina), não bebe álcool, nem leva o filhote para
as Docas del Plata. São animais mansos, saudáveis e vivem nas pradarias...
O primeiro-ministro e os seus ministros festejaram ontem a chegada ao poder.
Dividiram-se em grupos para fazer propaganda, tal como fazem as empresas que fabricam produtos e promovem campanhas de marketing. Ouvi Pedro Passos Coelho a falar para um grupo de militantes, e pareceu-me convincente. Ele sabe fazer propaganda aos seus "produtos", sabe motivar os "vendedores", conhece bem as estratégias do marketing. Só que, o seu dircurso comercial, não se enquadra bem na acção política. Passos Coelho pode ser um bom gestor comercial, mas não serve para ser político. A acção política requer outros saberes. Em política é preciso saber falar com e para o povo. Um "gestor" político tem de ter carisma, ser sincero, e ter ideias brilhantes. A "festa" do primeiro aniversário deste Governo, não convenceu o contribuinte. Da falação ficaram duas ou tres ideias no ar: (1) o ministro do Ensino, Nuno Crato, saiu-se com um novo esquema destinado à nova gestão escolar. Sem consultar nenhum dos "actores", ou seja, a FENPROF e a Associação de Pais...Vamos ver como vai reagir Mário Nogueira... Pelo que li, para implementar as normas, vai ser necessária muita geometria, muita álgebra, e carradas de paciência por parte dos professores. (2) O "defunto" Miguel Relvas apresentou o Impulso Jovem, um programa para ocupar os jovens. Parece-me uma cópia das Novas Oportunidades (de José Sócrates), mas aqui fia mais fino: éxistem 340 milhões de euros para gastar, não se sabe bem como, nem por quem. Além disso, o Governo vai pagar até 90% da TSU a quem ofereça emprego a jovens... (Tira de um lado, paga pelo outro). Isto tambem me cheira a propaganda, não só por vir do "defunto" Miguel Relvas, mas tambem porque o desemprego continua a subir, e esta "gente honrada" só promete emprego um ano depois de lançadas todas as "medidas estruturais". Se as empresas estão a despedir, quem é que vai dar emprego, ainda que temporário, a um jovem, em troca do "isco" da TSU? Não se vê aqui nenhuma hipótese de travar o desemprego. É apenas propaganda. (3) O ministro das Tropas, Pedro Aguiar-Branco, afirmou que vai empossar uma equipa de auditores para estudar um novo conceito estratégico de defesa, que irá reduzir o número de tropas, poupando assim uns milhões. (Mais uma "equipa técnica" que arranja um lugar à mesa do Estado). (4) O ministro do Interior, Miguel Macedo, continua a querer cortar no orçamento do seu ministério, mas as diversas polícias (PSP, GNR), continuam à espera dos aumentos prometidos em 2010 (?). É mais uma onda de contestações que aí vem, caso Miguel Macedo não se entenda com os seus polícias. No meio disto, nota-se a ausência de Paulo Portas, que sempre defendeu o fortalecimento dos contingentes políciais, e a quem prometeu mais dinheiro e mais armas. O "Paulinho das Feiras" eclipsou-se. Raramente se vê.
Julian Assange, da Wikileaks, continua a lutar pela sua liberdade. Condenado
em Londres, vai agora recorrer, para não ser entregue à justiça sueca, que o
pretende julgar por assédio sexual... Daí, pode ser entregue aos EUA, que não
lhe perdôam por ter divulgado na Net os e-mails do Pentágono sobre a guerra
do Iraque e a correspondência dos embaixadores americanos que, nalguns
casos, não é nada simpática para os países "amigos" dos Estados Unidos.
Um ano depois, e depois de tantas "reformas estrurais", prometidas e levadas
a cabo pelo Governno de Passos Coelho, ainda continuamos a ouvir empresários e economistas a martelar na "falta de competitividade" da nossa economia. O primeiro-ministro não perde o slogan das "reformas estruturais", que vão levar a nossa economia ao crescimento; alguns economistas e palradores avençados, trauteiam a "falta de competitividade". É preciso "baixar os salários" -- dizem uns; é urgente "baixar a taxa social" para tornar as nossas empresas mais competitivas -- dizem outros. Ninguem se entende. Todos chutam para a frente, mas não há maneira de pontuarem. A economia continua frágil e endémica. Só falta anunciarem que, para as nossas empresas serem competitivas, tambem é preciso que os empresários estejam capacitados, e tenham conhecimentos para fazer mais e melhor, pelo mesmo preço, ou ainda mais barato... Neste ponto, que raramente é referido, está a solução do problema. Os empresários atiram as culpas para o pessoal contratado, para os impostos, para a falta de incentivos, etc. Mas esquecem-se de que eles, tambem são parte do problema, e enquanto não reconhecerem esse facto, a economia vai-se tornando cada vez mais anquilosada. Deveria haver uma "escola" para reciclar o nosso empresariado, fornecendo-lhe dicas sobre métodos de gestão empresarial.
À MARGEM: - Com o "circo" formado á volta da Selecção nacional, ainda não consegui ouvir o nome que os caracteriza. Não sei como lhe chamam, se são os "Magriços", os "Galos de Barcelos", os "Navegadores", os "Sebastiânicos"... O mais certo é não terem sido baptizados. Oxalá que, no próximo sábado, consigam ao menos empatar. Se perderem, o "circo" vai acabar mal. Se ganharem, é sinal de que estiveram em "meditação transcendental", conseguiram concentrar-se, sossegar, agir como um único corpo, como uma equipa totalmente concentrada na sua missão.
A loucura e a febre do Euro2012 tambem chegou ao Zoo de Dunstable, UK.
Nos últimos dias o país vivia como se tudo lhe estivesse a correr bem.
As televisões atropelavam-se em directos, feitos a partir de Óbidos, onde estava a estagiar a Selecção de futebol. Tudo era escalpelizado, esmiuçado até ao último pormenor. À hora dos noticiários, era ver os canais televisivos, em simultâneo, a noticiar os pormenores da equipa dirigida por Paulo Bento. Tudo esmiuçado, diziam. Só faltou entrarem nos balneários, nas casas de banho, e reportarem o que se dizia, e o que se ouvia, não do jogo, mas sim sobre os jogadores; se estavam felizes, se tinham algum dói-dói, se urinavam com elegância, se evacuavam com regularidade, se tinham as cuecas borradas, etc, etc.. Um delírio, uma diarreia verbal, um chinfrim danado. A palração dos caga-relatos futeboleiros, só parou no sabado à noite, depois da derrota da Selecção, que acabou por ser assoabiada, vaiada e apupada pela multidão que encheu o Estádio do glorioso. Com a derrota de 1-3, a chinfrineira acabou e a tristeza e a melancolia voltaram a apoderar-se dos adeptos do futebol. Uma desilusão para todos eles, pois ainda a Selecção não havia jogado, e já todos se julgavam campeões da Europa. Sabado à noite cairam na realidade, e desceram á terra.
À margem de todo este chinfrim, acicatado pelos canais de televisão, ocorre-me perguntar: é ou não verdade que a Selecção se instalou em Óbidos para treinar, estudar tácticas, e melhorar a sua perfomance? Creio que a razão era essa. Para um combate, a equipa deve retirar-se para um local onde possa estar em sossego, concentrada no jogo, sem interferências alheias, por forma a ganhar espírito de corpo. E o que é que fizeram as televisões? Pulverizaram os craques, incomodaram, infernizaram, desconcentraram. O treinador tem culpas por este desvario. Devia ter imposto um lock-out à chinfrineira dos media.
QUANTO AO MAIS, devo dizer que Passos Coelho, não cumprindo todos os itens do Memo da Troika, acabou por ser elogiado pelos representantes do triunvirato UE/BCE/FMI. No presente estado, a que chegou a crise europeia, o resultado do quarto exame a Portugal convém a ambos os lados. O país mostrou ser bom aluno, a Troika provou que as suas receitas são fiáveis. Se Portugal falhasse, tambem falhava a Troika, que tem as barbas a arder por causa da Grécia. Vamos ver como o Governo vai remar, a partir de agora, e já com um ano de exercício.
Este, está satisfeitíssimo, depois de ter matado a sede no deserto da Mauritânia.
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