Segunda-feira, 30 de Abril de 2012

Esta é uma semana crucial para o futuro da União Europeia. Se os franceses

elegerem François Hollande no domingo, o futuro da "austeridade europeia", tão caro à senhora Merkel, pode amenizar-se e dar lugar ao "crescimento e emprego" defendido por Itália, Espanha, Holanda e Inglaterra -- a Pérfida Albion que havia recusado o novo tratado juntamente com a República Checa. É bom lembrar que, até agora, o novo tratado só foi explicitamente aceite por Portugal e a Grécia -- que estão à mercê da senhora Merkel e da Troika.

Por cá, esta semana vai ficar marcada pela reportagem divulgada pelo Diário de

Notícias sobre a Fraude no BPN, um estudo exaustivo que se estende desde a fundação do banco, à gestão mafiosa e fraudulenta de Oliveira e Costa, à nacionalização do BPN e ao balanço dos acontecimentos pós-nacionalização. Um trabalho jornalístico que está a ser publicado desde ontem, e se vai prolongar até sexta-feira. Os procedimentos bancários utilizados por Oliveira e Costa, superam, em larga escala, o simples jogo de Ponzi, utilizado por Madoff nos States. O testemunho do Diário de Notícias é conciso, detalhado e rico em personagens ligadas ao cavaquismo dos tempos em que Portugal recebia, da União Europeia, a fundo perdido, 3 milhões de contos por dia... Era uma torneira de dinheiro que inundava os cofres públicos (e privados) respeitantes a Fundos FEDER e outros, destinados a colocar Portugal mais perto da média europeia. Esse manancial de dinheiro levou muita gente ligada ao poder a pensar que era chegada a hora de "enriquecer", ainda que de forma fraudulenta. Assim terá nascido, por via disso, uma classe de novos ricos, de oportunistas e chico espertos, que se desenvolveu durante o cavaquismo. Oliveira e Costa emprestava dinheiro aos amigos de sempre, dinheiro de depositantes do BPN, que passavam depois a "investidores", e com o qual o banqueiro transacionava de offshore para offshore, até chegar ao Banco Insular (BI) em Cabo Verde. Foi um rol de manigâncias e estratagemas suicidários. Mesmo depois de nacionalizado, o BPN foi "assaltado" por empresários carentes de financiamento, todos eles a pedir "milhões": 15,865 milhões para o Amorim; 20 milhões para a Sonae; 20,686 milhões para a Soares da Costa; 42,220 milhões para a Visabeira; 56,359 milhões para o Grupo Lena; 14,555 milhões para a Mota-Engil; 25,445 para a CP; 20 milhões para o Metro do Porto; 30,503 para a TAP... O principal gestor, designado pelo Estado, foi ganhar 17 mil euros por mês, em acumulação dos 15.350 euros recebidos da  CGD... Enfim. O "doente" foi assaltado. Anote-se ainda, que alguns dos actores do "núcleo duro" do cavaquismo, ajudados por Oliveira e Costa, se juntaram todos para comprar casa  numa urbanização de luxo na Aldeia da Coelha, com jardins, piscinas e court de ténis. O caso mais mediático o de Eduardo Catroga. Até convenceram Cavaco Silva a trocar a sua casa de Boliqueime por um terreno na Aldeia da Coelha, para fazer companhia aos seus queridos amigos. Pela reportagem do DN ficamos a saber que a transação rondou os 157 mil euros, e que Cavaco Silva nunca pagou a respectiva sisa ao Estado. Tudo isto cheira a corrupção, fuga aos impostos e extorsão de dinheiros alheios. Assim vai o cavaquismo.

Eleito há pouco tempo, o presidente da Guatemala, Otto Perez Molina, deslocou-se

a Huitan, para conviver e trabalhar com a população local. Sendo uma república da

América central, a Guatemala tem 56% da população abaixo do nível de pobreza.

Em vez de "Roteiros", eu gostava que o nosso presidente dedicasse uns dias a

conviver com a "pobreza envergonhada" de Portufal. Seria muito estimulante para

puxar pelo orgulho de ser português. E um acto de solidariedade com os pobres.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:49 | link do post | comentar

Sexta-feira, 27 de Abril de 2012

Uma grande parte dos portugueses está cada vez mais desiludida com os

resultados negativos do Governo de Passos Coelho. Até queles que votaram PSD estão  cada vez mais insatisfeitos por Passos ter ido "mais alem da Troika", ao cortar metade do subsídio de Natal, sem necessidade nenhuma, já que as verbas recebidas do fundo de pensões dos bancários foi muito além do que era necessário. Resultado: Passos roubou-nos 50% do subsídio de Natal e arrecadou 6.000 milhões dos bancários, fazendo com que o défice de 2011 ficasse em 4,2% do PIB, quando este ano tem dificuldade em cumprir os 4,5% inscritos no OE para 2012. Por outro lado, com o exacerbamento dos discursos feitos no dia do 38º Aniversário do 25 de Abril, as dificuldades por que estamos a passar ainda se tornaram mais sentidas. E o discurso feito por Cavaco Silva na sessão solene do 25 de Abril realizada na AR, onde apelou ao optimismo e ao orgulho de sermos portugueses, trouxe-nos à memoria os discursos de Sócrates, quando este puxava pela nossa auto-estima e prometia dias melhores. Com uma diferença, Sócrates era coerente e sincero; Cavaco Silva além de incoerente, é hipócrita. Esta "gente honrada" (e o próprio Cavaco) recusavam os apelos de Sócrates, rotulando-o de "vendedor de ilusões". Contra Sócrates, Cavaco Silva afirmava que "já não podiamos continuar a pedir mais sacrifícios aos portugueses", agora aplaude e aprova as medidas brutais tomadas por este Governo, incluindo aquelas que vão "para alem da Troika". Cavaco Silva o que pretende, é "apagar" os erros e as gaffes cometidas nos últimos tempos. Quanto à clarificação do Estado da Nação Cavaco Silva nada diz, não se quer comprometer. Para compreendermos o que está a acontecer é preciso dar ouvidos ao que vem de fora. Joseph Stiglitz diz que "a Europa está próxima de um suicídio", se continuar a aceitar as receitas da senhora Merkel. Silva Lopes, ex-ministro das Finanças, já admite novo resgate a Portugal: "O que espero é que o novo empréstimo não venha com mais medidas restritivas". O primeiro-ministro Passos Coelho começa a ter dúvidas quando diz que "crescimento e criação de emprego passam indubitavelmente pelo sucesso das medidas estruturais". É pouco, mas já começa a preocupar-se com "crescimento" e com "emprego". Passos Coelho já não está seguro de que o país possa sair desta crise sem estímulos à economia e à criação de emprego -- temas que já estão na agenda de alguns países da Eurozona. O motor principal desta nova política poderá ser a França, caso François Hollande ganhe as eleições presidencias no próximo dia 6 de Maio... Entretanto, com toda esta austeridade, a dívida portuguesa está perto de atingir os 120% do PIB... Mais 30% do valor em Janeiro de 2011.

Ao fim de 27 anos de carreira, a Discovery é levada para o Museu da NASA.



publicado por Evaristo Ferreira às 16:30 | link do post | comentar

Terça-feira, 24 de Abril de 2012

As comemorações do 25 de Abril deste ano estão a ser envoltas em polémica.

De um lado estão os puristas, os defensores de Abril e os militares que protagonizaram a Revolução dos Cravos; do outro estão os ressabiados, os anticomunistas, os defensores do 25 de Novembro. No meio destes, está o actual poder, que nada tem a ver com os protagonistas da Revolução de Abril, e onde podemos incluir o actual presidente da República e os neoliberais do Governo de Passos Coelho. Todavia, como se trata de uma data muito cara à maioria do povo português, o poder em exercício vê-se forçado a cumprir as comemorações desta data histórica. O ponto alto das comemorações oficiais será a sessão solene na Assembleia da República, simbolo da democracia e das liberdades conquistadas com a Revolução dos Cravos. Contudo, a profunda crise económica e social que se abateu sobre o país, em especial nos mais pobres, na classe média, nos reformados e nos desempregados, são incompatíveis com os ideais de Abril, pelo que a Associação 25 de Abril decidiu não estar presente nas cerimónias oficiais. Vai daí, Mário Soares veio dizer que tambem não estaria presente, seguido logo por Manuel Alegre. Perante estes desencontros, o Miguel Sousa Tavares veio dizer, para quem o quis ouvir na SIC, que já era tempo de acabar com os discursos enfadonhos sobre o 25 de Abril. Pois, mas a festa é do povo, que gosta de comemorar o 25 de Abril nas ruas, só que, este ano, a festa pode ser prejudicada pela chuva, que atrasou a sua chegada. Seja como fôr, o 25 de Abril está presente na memória do povo, e jamais alguem conseguirá apagar da memória o dia da libertação de um país que vivia num regime ditatorial, que oprimia a todos e não permitia o uso das liberdades fundamentais. Com ou sem comemorações oficiais, o 25 de Abril é nosso, e ninguem vai apagar da histórica este acontecimento. Neste momento, a luta não é contra o passado, mas sim contra o que está a acontecer no presente. Não podemos esquecer o "buraco" para onde nos está a conduzir este Governo de tecnocratas neoliberais.

Na madrugada do 25 de Abril de 1974 o poder ditatorial rendeu-se ao Movimento

das Forças Armadas, que foi de imediato aplaudido e acarinhado pelo povo. Este 

não tardou muito a vir para a rua, comemorar a Liberdade junto dos militares...



publicado por Evaristo Ferreira às 15:22 | link do post | comentar

Segunda-feira, 23 de Abril de 2012

O Governo de Passos Coelho está desnorteado com os efeitos da recessão,

provocada pelo programa da Troika. As receitas desceram e as despesas aumentaram. Está em causa o sucesso do "curativo" aplicado pela Troika, mas tambem está posta em causa a eficácia demonstrada por esta "gente honrada" que não consegue levar o país a bom porto. "A culpa não é nossa, se há um culpado é o programa da Troika" -- começa a ouvir-se nos locais onde palram os "papagaios" neoliberais. Pois é, mas foram vocês que, inebriados por terem chegado ao "pote", prometeram ir "alem da Troika", e ameçaram todos os portugueses com o diktat "custe o que custar" -- responderia eu aos palradores do costume. A verdade é que o país afunda-se, em todas as dimensões, e, pela Europa fora, soam alarmes e há quem esteja a entrar em pânico. A Holanda, é o caso mais recente. O governo de direita (!) não consegue aprovar as medidas de austeridade, e e o primeiro-ministro Mark Rutte, ameaça com eleições antecipadas. De França vêm sinais de mudança, que podem confirmar novos rumos políticos no dia 6 de Maio. Por cá, na ausência de Passos (Londres) e de Vitor Gaspar (Washington), foi o ministro Álvaro (dos pasteis de nata) quem esteve de plantão, a defender o Governo, a dar conferências de imprensa, a responder na AR, e a perorar (para quem o quis ouvir) sobre o "bom caminho" da economia portuguesa. No meio desta desolação, apareceu o ministro Mota Soares a falar do plafonamento das reformas, deixando a ideia de que a Segurança Social estava falida, e não havia dinheiro para pagar aos reformados. O plano deixado por Sócrates garantia a sustentabilidade do sistema até 2030. Por isso, muita gente se interrogou: "está tudo doido, ou quê? Então o que fizeram ao dinheiro?".  Bem, dias depois o ministro da Vespa deu o dito por não dito, acabou o "boato" do plafonamento, e o dinheiro está garantido, pelo menos até 2030. Esta "gente honrada, cumpridora da palavra dada", está a perder velocidade, e caminha agora em slow-motion (como nas tevês), à espera que a Troika nos empreste segundo pacote, um pacote com mais 16.000 milhões de euros. Sócrates fechou 2010 com uma dívida de 92% do PIB. Esta "gente honrada" já tingiu os 116% e vai atingir os 125% do PIB, com o pacote de 16.000 milhões... A economia está a borregar e a dívida a aumentar. Trapalhões duma figa...

Quem haveria de dizer que a Holanda tambem está endividada e caminha

para a recessão... Lá vão os tempos em que exportava tulipas para todo o

mundo. Agora tem a concorrência dos chineses, dos filipinos e dos indianos.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:42 | link do post | comentar

Sexta-feira, 20 de Abril de 2012

Esta "gente honrada, cumpridora da palavra dada", fez da mentira uma banalidade.

"Quando nós formarmos Governo, se os portugueses nos derem o seu voto, os "mercados vão acreditar em nós, os juros da dívida vão baixar, e as agências de rating vão parar de baixar a notação da República" -- dizia Passos Coelho em Março de 2011, após o chumbo do PEC-4 e a marcação de eleições. Poucos dias após o chumbo do PEC-4 a Moody's e a Standard & Pooor's baixaram o rating da República para a categoria de lixo, e, por arrasto, a banca portuguesa e as empresas com dívida de longo prazo. Os "mercados" borrifaram-se para o discurso de Passos Coelho. Nestes dias cinzentos de primavera, o primeiro-ministro faz pela vida, viajando para Londres, onde apelou aos "mercados" para baixarem o "machado de guerra", e o ministro das Finanças, Vitor Gaspar, viajou para os States, a fim de apaziguar os "mercados" e reafirmar-lhes que Portugal "está no bom caminho"... Como se os "mercados" não conhecessem a recessão profunda em que o país se encontra. A resposta dos "mercados" ao apelo patético de Passos e Gaspar é desconcertante e diabólica: "Portugal vai pedir [nova] ajuda até Setembro" -- responde o banco americano Morgan Stanley. "PIB [de Portugal] vai cair 5,4% este ano e 3% em 2013" -- profetiza o Citigroup. "Rating português cairá seis níveis para patamar da Grécia" -- ameaça ainda o Citigroup. Estas ameaças vêm dos States, onde está Vitor Gaspar. "Portugal tem até Junho para convencer os mercados" -- escreve o Financial Times de Londres, onde esteve há dias Passos Coelho. Em resumo: esta "gente honrada" não consegue convencer os "mercados", nem os portugueses. A continuar assim, o Enxofrado, qualquer dia, emigra para fora deste país.

Militares da Nato patrulham uma plantação de papoilas no Afganistão. Os Taliban recolhem 150

milhões de dolares por ano com a droga, que é exportada para o Ocidente. A nível mundial os

"mercados" desta droga contabilizam cerca de 4.000 milhões de dolares, segundo dados

fornecidos pela ONU. Como se vê, os "mercados" estão activos em todas as actividades...



publicado por Evaristo Ferreira às 16:15 | link do post | comentar

Quinta-feira, 19 de Abril de 2012

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho nunca foi um europeísta convicto.

Pelo menos nunca falou claramente sobre a Europa, antes e depois da campanha eleitoral de 5 de Junho de 2011. No seu programa de Governo, e depois no Congresso de Março, tambem não se ouviu falar do projecto europeu. Agora, em plena crise económica, com altas taxas de desemprego e a recessão a alastrar pelo continente, Passos Coelho resolve falar do "flajelo do desemprego", mas fora de portas.  E qual foi o lugar e o país escolhidos para dissertar sobre o "crescimento e o desemprego"? Foi o número 10 de Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro inglês, David Cameron... Ora, é sabido que David Cameron votou contra o novo "tratado de governo económico europeu", aprovado por 26 dos 28 membros da União Europeia. Só ficaram de fora a Pérfida Albion e a República Checa. Então, o que é que se passa na cabeça de Passos Coelho? Está a "jogar por fora" da Entente que predomina na UE? Não se compreende a jogada de Passos Coelho. Pior ainda, se tivermos em conta que a Inglaterra nem faz parte do euro. Afinal, que ideia tem Passos Coelho sobre o Eurogrupo, onde Portugal está a jogar o seu futuro? Será esta visita a Cameron, apenas um acto simbólico, dado que se trata de um "camarada neoliberal"?  É estranho, tanto mais que, se no domingo as eleições presidenciais em França derem a vitória a Francoise Hollande, a UE poderá dar um passo em frente, optando por implementar outras soluções políticas, financeiras e económicas destinadas a resgatar a Europa da recessão que está a minar toda a coesão da Zona Euro. Falar da "criação de emprego" em Downing Street é o mesmo que desvalorizar os parceiros da moeda única...

Haute Couture en Chechenia... A mulher do presidente Kadirov iniciou-se nos

negócios em 2009, abrindo uma boutique em Grozny, que depressa alcançou

fama e proveito, com os modelos desenhados pela proprietária. O negócio já

vai espandir-se até ao Dubai e Arábia Saudita, onde a burqa não tem futuro.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:51 | link do post | comentar

Quarta-feira, 18 de Abril de 2012

Pedro Passos Coelho, em artigo de opinião publicado no jornal económico

Financial Times, reconhece, finalmente, que a recessão está a afectar muito a economia portuguesa, pelo que, em Setembro de 2013, já não é provável que Portugal possa ir financiar-se nos "mercados", ou seja, vai ser necessário pedir nova ajuda à UE. Numa situação destas, se fosse com Sócrates, Passos diria que tudo se devia à incompetência do primeiro-ministro, que não soubera prever o agravamento da crise, não tomara medidas adequadas para enfrentar o aumento do desemprego, nem tão pouco previra a crise imobiliária que está a arrastar os bancos para o crédito mal-parado, devido à insolvência de 26 famílias, que diáriamente entram em incumprimento e devolvem as casas ao banco credor.Passos Coelho tem agora o que merece, para sofrer como primeiro-ministro. Infelizmente. Mas não vai sair deste colete de forças tão depressa. É que a crise ainda pode agravar-se com o contágio de Espanha e de Itália. A menos que a "mudança" comece a acontecer a partir de domingo, em França, e no próximo ano na Alemanha. A UE precisa de dar a volta a esta crise, mas com os actuais actores políticos em cena, não se vislumbra melhoria. Alem das eleições presidenciais em França, este fim de semana reune em Whashigton, o FMI -- que defende para a UE o contrário da chanceller Merkel. Veremos quem irá falar mais alto, se Christine Lagarde ou Angela Merkel.

Transeuntes em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, após a inauguração

do monumento a King Jong-il, nascido à 100 anos e fundador (já falecido) 

daquela república popular. Festejam felizes e contentes... Não será um embuste?

Eles têm casa, escolas, serviços públicos de saúde. Será possivel viver feliz, num

país isolado das outras nações, sem as liberdades de reunião e de associação tão

caras aos ocidentais? O que é afinal ser feliz numa comunidade independente?...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:49 | link do post | comentar

Terça-feira, 17 de Abril de 2012

António José Seguro continua a fugir do centro da ribalta. Desta vez deslocou-se

a Bragança, para "lá do Marão", onde tem estado reunido com uma dúzia de militantes a fim de disssertarem sobre "jornadas parlamentares".  Cá embaixo, na capital, onde decorre toda a actividade governativa e parlamentar, o dirigente do maior partido da oposição prima pela ausência, deixando o palco livre para o BE e o PCP brilharem... Seguro não mostra coragem para enfrentar a tempestade, nem é capaz de opor-se às calinadas dos seus adversários. Acostumado a tratar tudo e todos com "elegância e cortesia", o líder socialista está a conduzir o Partido Socialista para um somatório de derrotas frente à coligação de direita. A prova está nas sondagens: dez meses após a tomada de posse de Passos Coelho, o PSD mantem-se à frente das preferências, e o PS afunda-se -- está abaixo da votação obtida nas últimas legislativas.

Estes tambem não gostam de multidões. Realizaram o seu casamento em pleno

Polo Norte, abençoados pelo padre luterano, e na companhia de 30 convidados. 



publicado por Evaristo Ferreira às 12:13 | link do post | comentar

Segunda-feira, 16 de Abril de 2012

O programa da Troika está a conduzir Portugal para o abismo e este Governo

é incapaz de corrigir os efeitos provocados pela recessão profunda em que o país se encontra. O tratamento de choque implementado pela Troika levou ao afundamento da economia grega e agora, a terapia recomendada a Portugal, está a arrastar o nosso país para o abismo. O Governo tem falhado por não cumprir o que prometeu, e a Troika esquematizou um "tratamento" que, em vez de curar, está a provocar a destruição da economia e o caos nas receitas do Estado. Ainda hoje o economista Nouriel Roubini vem recomendar à UE o alívio das medidas de austeridade, dizendo que a Europa precisa de olhar mais para o crescimento económico e menos para as restrições financeiras. O Governo de Passos Coelho prometeu "cortar nas gorduras do Estado", mas até agora não o fez. Sabemos como a tentativa para baixar as "rendas excessivas" na EDP levou à queda de um secretário de Estado da Energia. Passos Coelho poderia poupar cerca de 2.000 milhões de euros, caso cumprisse com a recomendação da Troika, renegociando as "rendas excessivas". Mas já se viu que Passos Coelho é forte e duro com os pobres e "respeitador" e mole com os poderosos. Passos está a recuar, não é capaz de se impôr e de obrigar as Parcerias Público-Privadas a renegociar os contratos. A Lusoponte, faz orehas moucas, a EDP, liderada por António Mexia, provocou a demissão de um membro do Governo, os Hospitais e as Scuts com contratos a 30 anos, permanecem intocáveis... Passos falou muito em cortar nas "gorduras do Estado", mas como não consegue vencer os fortes grupos de pressão, optou pelo aumento dos impostos, o corte nas pensões, nos subsídios e no roubo do 13º e 14º mês. Optou pelo lado da receita, quando prometeu faze-lo pelo corte nas "gorduras do Estado". Resultado: o consumo interno desceu a pique, a receita dos impostos ficou abaixo do esperado, a recessão agudizou-se, o desemprego está nos 15%, a falência de empresas atinge o número de 26, pordia... Em relação ao último trimestre de 2011, a falência de empresas cresceu mais 43%, sendo que, na restauração e hotelaria, subiu 147%, e na construção civil subiu mais 46%. Passos subiu o IVA de 13 para 23% (um tiro no pé do nosso turismo) e agora, depois de Bruxelas alvitrar uma taxa única, Passos Coelho é bem capaz de reduzir tudo para uma taxa intermédia de 18%... incluindo o pão, o leite, a carne, a hortaliça, a fruta. Entretanto o grande capital, fugiu para os offshores do costume, e as empresas cotadas em bolsa, para não pagarem IRC, deslocam-se para a Holanda. Mais: os fundos especuladores, para não pagarem 21,5% sobre as mais-valias, têm sede no estrangeiro. Os pequenos aforradores, esses têm mesmo que pagar a taxa extraordinária de 21,5%. Governar em tempo de crise não é fácil, mas torna-se ainda mais dificil quando um Governo opta por não se confrontar com os "lobis  do capital".

O volume das exportações chinesas cresce, ajudado pela floricultura variada.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:44 | link do post | comentar

Sexta-feira, 13 de Abril de 2012

O ministro do Ensino, Nuno Crato, a quem Santana Castilho apelidou de

«prepotente de falas mansas», decretou a separação entre alunos "maus" e alunos "bons", medida a vigorar no próximo ano escolar. O ministro do Ensino, que militou nos grupelhos adoradores do comunismo albanês, não deu cavaco aos professores nem aos sindicatos. E eu pergunto: que é feito do sindicalista Mário Nogueira e da senhora Avoila? No tempo de Sócrates esmifravam-se em protestos, ao lado da direita, dos indignados e da geração à rasca. Mais tarde, na abertura de aulas, cheguei a ver Mário Nogueira à porta de uma escola nortenha, onde era esperado o primeiro-ministro PPCoelho, e onde se felicitaram e estiveram na cavaqueira durante meia hora, enquanto o conselho directivo e aos alunos estavam à espera de Passos Coelho. Mário Nogueira perdeu credibilidade e Avoila mostra-se desiludida. Quem beneficia com issso, é o ministro do Ensino, Nuno Crato, que reina sem contestação. Ainda agora veio dizer que as turmas passam a ter entre 26 a 30 alunos. Mais uma vez o «prepotente [ministro] de falas mansas», Nuno Crato, não deu cavaco a ninguem. Porque procede assim, o ministro do Ensino? Por ser prepotente. O ministro não foi moldado na cultura humanista, ele é um frio e inflexivel matemático, capaz de entender e resolver os maiores cálculos matemáticos, sejam eles algoritmos de qualquer coisa, ou sejam cálculos sobre a espiral de Fibonacci. O ministro Crato é um craque em números, ele não compreende mais do que isso. Sendo ele o «prepotente de falas mansas» não dá cavaco a ninguem. Porta-se como um iluminado nos tempos de Pombal. De tal forma é casmurro e convencido, que a OCDE e o FMI já lhe vieram lembrar (a propósito das provas de exame), que o ensino é, fundamentalmente, educação, cultura, formação, compreensão das coisas e do mundo, cidadania. Só o «prepotente» ministro do Ensino é que não compreende este desígnio. Mas o ministro Crato, que por vezes se apresenta com um ar um assarapantado, igual ao do professor Girassol e com cara e barba à capitão Haddock, a pouco e pouco, vai conseguindo realizar o seu mais profundo desejo: "implodir o ministério da Educação", sem que o Mário Nogueira e a senhora Avoila lhe perturbem os cálculos algoritmos com que realizará a implosão do ensino público em Portugal.

ADENDA: Às 18,30 da tarde, dou uma mirada pela imprensa online, e vejam aqui o que descobri sobre Nuno Crato, ministro do Ensino, "prepotente de falas mansas", a propósito do Parque Escolar. Reparem nos comentários dos leitores: "Moral abaixo de cão", "Falta de seriedade", "[Crato transformou] os números primos em sobrinhos" -- são alguns dos remoques dirigidos a Crato.

Extenso pomar de macieiras na Coreia do Norte. Imagem colhida durante

a viagem de comboio colocado à disposição da imprensa estrangeira pelas

autoridades de Pyongyang, a fim de assistirem ao lançamento de um novo

míssil que, afinal, se desintegrou poucos segundos após largar para o espaço.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 16:15 | link do post | comentar

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