Com a subida «colossal» do desemprego para os 14,8% o clima político
em Portugal começa a mostrar vontade de mudança. Já não se trata apenas de críticas vindas do lado da oposição. A dúvida quanto ao sucesso das medidas de austeridade tomadas pelo Governo, vêm do lado do presidente Cavaco Silva, apoiante da actual maioria da Coligação PSD/CDS. Os números do desemprego "assustam qualquer pessoa", disse Cavaco Silva. Ouvem-se vozes críticas vindas dos apoiantes da Coligação, e em especial do partido maioritário, o PSD. António Capucho, disse que a reforma das freguesias é uma "autêntica palhaçada" e Marques Mendes, a propósito da aprovação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito ao BPN, afirma que o «CDS teve um comportamento desleal e hipócrita», ao abster-se na votação. Por outro lado, o CDS continua a reclamar uma "listagem dos contratos milionários" existentes na RTP, exigindo a Miguel Relvas que disponibilize o nome de todos os funcionários ao serviço da televisão pública que ganham mais do que 6.253 euros, que é o actual ordenado do Presidente da República. E, no meio deste furacão, cuja força é sustentada pelos 14,8% do desemprego, pelo crescimento negativo de -3,3% do PIB, pelos 35,1% do desemprego jovem e pelos cortes brutais nas pensões, na saúde e na subida em flecha dos transportes públicos, ainda aparecem ministros inaptos e improdutivos, como seja o Álvaro, incapazes de sentir e avaliar o que está acontecendo neste país, em especial na política económica, financeira, social e de apoio aos jovens. O Governo está escorado apenas em Passos Coelho, Vitor Gaspar, e Miguel Relvas. Ninguem sabe de Paulo Portas, o cameleão que em 24 de Março de 2011 afirmava: «Eu sou de franqueza. Quando concordo, concordo. Quando discordo, discordo. E tenho que vos dizer isto com toda a franqueza. Subir impostos é aumentar a recessão. Disse-o ontem, e digo-o hoje». Onde está agora este senhor? O CDS, parece estar resumido a Nuno Magalhães, líder do grupo parlamentar, e Assunção Cristas, ministra da Agricultura e mais quatro valências, que dá cobertura ao chefe "Paulinho das Feiras". Na verdade, a vida está dificil para Passos Coelho, e para todos os portugueses. Hà quem apele à unidade de tdodos, mas as feridas ainda não estão saradas. Cavaco Silva diz que os 27 dirigentes europeus estão a baquear perante as agências de rating, mas no tempo de Sócrates dizia que «não se deve criticar os mercados», quem nos empresta dinheiro, e que as agências de rating estavam a fazer o seu papel. Cavaco fazia o jogo da Velha Senhora, e depois de Passos Coelho. Esquecia a conjuntura internacional. Agora toda "esta gente honrada" se desculpa com a situação internacional. Não há dúvida que este discurso é hipócrita, difuso e maquiavélico. Parafraseando Marques Mendes, «isto é próprio de imberbes da política», disse-o ontém na TVI24, a propósito da aprovação de uma Comissão de Inquérito ao BPN apresentada pelo PS, onde o CDS se absteve. Até onde irá Paulo Portas, nesta fuga à sua quota-parte nas responsabilidades políticas deste Governo?
Aqui, nao há gato. Mas eles andam por aí, convivem connosco, desde o tempo
dos faraós, segundo testemunho de Herodoto. Ontem foi o Dia do Gato, por
por isso faz sentido registar aqui essa data. Na imagem, um bichano siamês.
A princípio era o ovo. E o ovo gerou um governo. Não um Governo sólido
e coeso, mas uma gelatinosa omeleta. Mal passada, com bolhas e algumas manchas escuras.. Um Governo assim, com altos e baixos, cozinhado em lume forte, com temperos importados ou feitos à base de salsa e pimentão amarelo, não podia deixar de ser intragável para o meu gosto. Ponto final. Ao fim e ao cabo, eu não faço parte do LIPP (Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal), um nicho de angariação de ideias, criado pelo Tozé Seguro. Portanto, fico-me por aqui, e vou directo ao assunto de hoje.
O super-ministro da Economia, Desemprego, etc, etc, Álvaro [Santos Pereira],
continua a ser "aliviado" da sua carga ministerial. Por este andar, ao Álvaro, qualquer dia só lhe resta emigrar. O "super-ministro", que antes de o ser era bloguer e dava pelo nome de Desmitos, tem-se revelado um verdadeiro "mito". O chefe do Governo, Pedro Passos Coelho, continua a alijar a carga do burro (salvo seja). Depois de lhe ter subtraído diversas valências, Passos Coelho, mais uma vez, ontem, apoucou a parafernália ministerial ao ministro Álvaro. Desta vez fica sem a coordenação do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). Durante os mandatos de Sócrates foram utilizados cerca de 80% do total das verbas do QREN para 2007-2013. Resta, portanto, utilizar 20%, qualquer coisa como 4,5 mil milhões de euros. A percentagem a utilizar a fundo perdido é agora de 85%, pelo que o Estado só terá que repôr 15%, quando dantes obrigava a 25%. Ora bem, estas eram verbas que o ministro da Economia deveria gerir... Afinal, para que serve o "super-ministro" Álvaro? Por este andar, qualquer dia o Álvaro fica despojado das suas competências no ministério da Economia. Atrevo-me mesmo a dizer que o Álvaro corre o risco de ficar confinado apenas à "indústria do pastel de nata".
A Floresta antes da Tempestade, pintura a óleo do grande paisagista russo,
Ivanovich Shishkin (1831-1898). A sua obra pictórica tem sido estudada para
avaliar a floresta actual com a contemporânea do pintor, onde se verifica que
parte das espécies desapareceram devido a cataclismos ou mudanças de clima.
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