Terça-feira, 31 de Janeiro de 2012

A União Europeia continua sem rei nem roque. Mais uma reunião, desta vez

para aprovação do Pacto Orçamental, e sempre liderada pelo casal Merkozy. Chegámos a este disvario: quem governa a UE é a chanceler Merkel e o seu vizinho Sarkozy. Existe um Presidente da UE (senhor Rompuy), temos um representante para a política externa (senhora Ashton), temos o Parlamento Europeu, temos a Comissão Europeia (Durão barroso), e temos o Tratado de Lisboa (constituinte da EU). Mas quem dá ordens, quem governa, quem diz que sim e diz que não, é o casal Merkozy. A senhora Merkel, porque é a Alemanha que tem dinheiro e é talvez a única economia com crescimento; o senhor Sarkozy, porque é o presidente da França, um país fundador e «motor suplente» da União Europeia. Todos os demais países se ajoelham a prestar vassalagem a Merkozy, excepto a Pérfida Albion e a eurocéptica República Checa. A Grécia está de joelhos, a Irlanda arrepia caminho, a Itália vai escapando e a Espanha é ajudada. Dos aflitos, consta Portugal, representado por Passos Coelho, que além de estar de joelhos perante a chanceler Merkel, está quase a pôr-se de cócoras, tal é austeridade causada a Portugal com a receita «ir mais além da Troika». Depois da enésima reunião, festejada em tempo de crise, resta-nos agora o Conselho de Ministros de Março, onde será dado mais um show Merkozy. Esta semana, só nos resta aguardar pelo «parto» da Grécia, que está dificil de parir, e donde poderá resultar o perdão de 68% da dívida grega -- um sinal de que as vacinas aplicadas à Grécia pela Troika, são um autêntico veneno de morte. Infelizmente para nós, portugueses, a Troika está a aplicar ao nosso país a mesma dose letal que aplicou à Grécia. Portugal começa a entrar em delírium tremens, e os portugueses vão sentir o inferno da austeridade neoliberal, imposta e duplicada pelo Governo de Passos Coelho.

Na Europa há vida para além dos défices... Por exemplo, aconteceu o Campeonato

Europeu de Patinagem Artística 2012. Na imagem, a prestação de Valentina Marchei,

patinadora italiana de grande mérito, a mostrar que o azul é cor viva e mui alegre...



publicado por Evaristo Ferreira às 16:15 | link do post | comentar

Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2012

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, está a ser premiado pelos seus

actos. Está a ser massacrado com os boomerangues que atirou a José Sócrates. Todas as acusações que atirou a Sócrates estão agora a bater na cara de Passos Coelho. É o efeito boomerangue, uma arma milenar utilizada pelos aborígenes australianos. Atirada para bater num alvo, volta depois ao atirador. Passos Coelho está a ser criticado por alguns dos «barões do PSD», que discordam desta política de austeridade, por acentuar a recessão económica do país. Fala-se de desentendimento entre Cavco Silva e Passos Coelho. Fala-se, mas o Professor Marcelo, ontém, na sua homília dominical da TVI, suplicou: [Afastem de mim esse cálice]. «Estas críticas prejudicam a imagem do Presidente». «Desapareçam, desamparem a loja [de Cavaco Silva]». Outro tanto terá piado o Marcelito Marques Mentes.  Marcelo cuida do seu futuro, do caminho que o levará à Presidência. Marcelo porta-se como um videirinho. Já as promessas feitas por Passos Coelho, antes e depois do chumbo do PEC-4, estão a virar-se contra ele, e, indirectamente, contra Cavaco Silva, que apoiou esta «gente honrada e cumpridora da sua palavra». A situação de bancarrôta em que o país se encontra, deve-se à falta de transparência, à ineficácia do primeiro-ministro José Sócrates (cito de memória), dizia Passos Coelho. A Europa, os «mercados», quem nos empresta dinheiro, não confiam neste primeiro ministro, que não soube prever esta crise, nem tomou as medidas adequadas para o cescimento económico, apregoava Passos Coelho. Quando o PSD, quando nós chegarmos ao Governo, os «mercados» vão acreditar em nós, as agências de notação vão subir o rating da República, e os «mercados da dívida pública» vão baixar os juros e as suas yields -- apregoava Passos Coelho... Passados 10 meses após o chumbo do PEC-4 (plasmado no Memorando da Troika), o país está como está: hoje os juros da dívida a 3 anos atingiram os 22,299%, as agências já baixaram o rating da República duas vezes, a economia está em recessão profunda, o desemprego está em 13,2%. E o povo sente a austeridade cruel que lhe foi imposta. Não vale a pena dizer que Passos Coelho e a sua equipa governamental são uns incompetentes, são os culpados de todo este descalabro. Fazer isso, seria uma grande desonestidade intelectual, era «mentir», era fazer política rasteira, tal como o fez Passos Coelho. Mas que o país estava melhor com o PEC-4, isso estava. Passos Coelho e o seu secretário Moedas, estão a colher o efeito do boomerangue que atiraram a Sócrates. Mas não admitem a campanha de «mentiras» contra Sócrates, com o intuito de chegarem ao «pote».

 

LEARNING WITHOUT FRONTIERS

Já que a comunicação social, «isenta e independente», mas conectada ao poder económico e controlada por Miguel Relvas, não teve autorização para divulgar esta notícia (com cheirinho a Sócrates), é bom lembrar que foi entregue, no dia 18, no Olympia National Hall, em Londres, o prémio «Inovação no Ensino pré-Escolar e Primário, à empresa J.P.Sá Couto, fabricante do Magalhães. Esta «gente honrada», que apregoa o mérito para puxar pelo astral do país, ignorou a atribuição deste prémio. A notícia pode ser lida aqui e aqui.

Maria Sharapova no Open da Austrália 2012.  As participantes femininas

apresentaram os mais belos vestidos com as cores vivas da Natureza. Uma

ideia a contrariar a moda da cor preta, imposta pelos designers eunucos

do Ocidente. Agora até os cozinheiros Chef se apresentam de roupa escura...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:35 | link do post | comentar

Sexta-feira, 27 de Janeiro de 2012

O Estado deu um prazo de 30 dias à Federação Portuguesa de Futebol

para proceder à liquidação de uma dívida relacionada com o «Totonegócio» no montante de 13 milhões de euros, por incumprimento do acordo celebrado em 2009. Recorde-se que os ayatolas e os bispos do futebol nacional sempre geriram o negócio do futebol à laia de merceeiro. Para acabar com a ribaldaria, o Estado exigiu que fossem criadas as Sociedades Anónimas Desportivas (SAD), por forma a haver transparência nos negócios do futebol, passando a actividade dos clubes a ser gerida por uma sociedade, que é suposto ganhar dinheiro e pagar impostos. Mas os clubes continuaram a viver à boleia do Estado, e a sua cúpula federativa nunca conseguiu que os seus associados cumprissem com os acordos. Em 2004, cinco anos após o acordo, já tinha sido executada uma acção no montante de 20 milhões de euros por débitos não pagos, estipulados no acordo do «Totonegócio». Oito anos depois, esta acção continua nos tribunais para ser derimida. O «Totonegócio» deu cabo do Totoloto, pois muita gente deixou de jogar, ao saber que o dinheiro ia para o futebol em vez de obras de caridade. Neste tempo de austeridade, a «indústria do futebol» deve ao Estado 33 milhões de euros, no entanto o senhor Madaíl -- que dirigiu a FPF durante 15 anos -- vem dizer que o «Totonegócio» foi [uma] «armadilha» [do Governo]. A FPF não cumpre, e exige um prazo alargado de 10 a 15 anos. Os clubes tambem não pagam, e ameaçam com uma greve na I, II e III Divisões... Vai haver um blackout, um apagão de futebóis. Estão a ver, a força do futebol? Os ayatolas  e os bispos da Futebolândia ameaçam o país, com uma greve!...Eles sabem que o Estado precisa da «indústria do futebol», para distrair os indignados, para ocultar os desvarios do Governo. Já se viu alguma vez, uma coisa destas, uma greve nacional? Isto vai despertar os ódios contra o Governo. O ministro Relvas já fez saber: «A lei é igual para todos». Isto ainda vai ser pior do que com o soba da Madeira. Passos Coelho que se  se cuide. Os ayatolas e os bispos da bola têm muito poder, são capazes de assanhar os «consumidores de futebol» contra o Governo. Chegamos à cultura do fanatismo, do extremismo, da chantagem. Os senhores da «indústria futeboleira» compram e vendem jogadores, a preço de ouro, passam os dinheiros através de offshores, ganham milhões nestas transações, vivem no Olimpo, mas não querem pagar pela actividade que exercem. Chantageiam o Governo, e ameaçam com greves em todos os distritos da Futebolândia nacional. 

 

O Banco de Portugal, que dizem ser uma entidade gerida por gente

competente e honesta -- acredito que sim -- tambem tem o seu «Totonegócio». Tem 44% da Finangeste SA, uma empresa imobiliária comparticipada pelo BPI (32,78%), BCP (15,8%), CGD (4,47%) e Outros (13,02%). Por sua vez a Finangeste tem 100% da Imobiliária Solreis, e 100% da Imobiliária Inturval. Que raio de negócios fará o BdP na área do imobiliário? «Activos tóxicos»? A empresa foi criada em 1982 no Governo de Pinto Balsemão, para «sanear activos tóxicos da banca e para recuperar crédito mal parado». O BdP faz negócios com outros bancos na área do imobiliário... O Supervisor é conivente com a banca? Há aqui qualquer coisa menos transparente. Já em 2006 a Provedoria da Justiça informou o Parlamento que esta actividade não tem «sustentação legal». Onde está a imagem de rigôr, transparência e imparcialidade que deve ter o Banco de Portugal? Afinal, o Olimpo existe para outras coisas, não apenas para isentar o corte de subsídios de Férias e de Natal. O exemplo da Futebolândia já chega ao altar dos deuses... Que terá a dizer, sobre isto, a Associação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliária (APEMI)?



publicado por Evaristo Ferreira às 14:48 | link do post | comentar

Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2012

Por entre a fauna de comentadores políticos-avençados-e-deprimidos que

frequentam os poleiros da comunicação social, destaca-se o «socialista» Manuel Maria Carrilho. Em 2001 foi vaiado no Congresso do PS realizado no Parque das Nações, onde bulsou forte e feio contra Guterres. Em 2007, foi candidato à Câmara de Lisboa, com o apoio de todo o partido, mas acabou por perder as eleições de forma estrondosa. Em 2009, não viu renovado o cargo que desempenhava na UNESCO, ao que se diz por não ter acatado as instruções do responsável pela diplomacia portuguesa; votou contra um «fascínora com largo cadastro [...] que ameaçava queimar todos os livros da cultura judaica». Vaidoso, narcisista e rancoroso, Carrilho vai fazendo a caminhada que o levará aos braços da direita. Que pretenderá fazer o filósofo «gelatina», com a campanha de ódio viperino contra Sócrates, o qual, «por ignorância e sobranceria, só convive bem com um deserto de ideias à sua volta»? -- aduz Carrilho. Na sua crónica de hoje, no Diário de Notícias, o filósofo da «gelatina» destila veneno contra Sócrates: «Vivendo sempre perto do mundo dos negócios e dos futebóis, e desprezando acintosamente o conhecimento, a cultura ou a educação, com o mais perigoso dos desdéns, que é o que se alimenta do ressentimento e da inveja» -- diz Carrilho de Sócrates. Mas não será esse, o problema existencial da vida de Carrilho? O que ele vê em Sócrates, é o espelho das sua ideias, é a natureza do seu carácter, são os tormentos que consomem Carrilho... O filósofo da «gelatina» horroriza-se com a ideia das «novas tecnologias», com as «energias renováveis», com os níveis alcançados por Sócrates na Educação, na luta contra a pobreza, na assistência médica e medicamentosa, etc. Mais adiante o filósofo da «gelatina» arrepende-se do veneno destilado, e acaba por reconhecer que «Em seis anos de governação nem tudo foi mau, e seria injusto esquece-lo. Mas sejamos claros: foram anos sem alma, numa constante deriva de valores e de convicções». Carrilho continua a viver nas núvens. Mas, por este andar, qualquer dia ainda vamos ve-lo a dissertar sobre a crise mundial do subprime, a falência do Lehman Brothers, a falência da Islândia, da crise na União Europeia, da recessão mundial. O culpado desta deriva no pensamento filosófico de Carrilho deve-se a um tal Daniel, do Expresso, que foi a Paris farejar o rasto de Sócrates, e veio afirmar que ele estava a estudar Relações Internacionais e não Filosofia, como alguém havia dito. Carrilho terá ficado mais sossegado. Sim, por que filósofo, em Portugal, só há um: o Manel Maria e mais nenhum, o pensador que desenvolveu a tese do «político gelatina». Fora Carrilho, fica o José Gil, que tem «Medo de Existir» [em Portugal de 2004]. Ora este pensador nada tem a ver com Carrilho. O Manel Maria é político de «gelatina», mole e narcisista; o Zé Gil, fala de medo [é medricas], veste de preto e vê tudo negro, não como bréu, mas como se estivesse numa caverna. Carrilho pode ufanar-se de ser o autor da «gelatina política», que tremelica ao sabor do movimento. Por outro lado, Sócrates filósofo, só houve um -- o da Antiguidade e mais nenhum.

O filósofo Carrilho acusa Sócrates de estar «perto do mundo dos negócios e futebóis»,

mas é o filósofo Manuel Maria Carrilho que aparece aqui, num campo de futebol. Cego e

rancoroso, diz que Sócrates despreza a Cultura e a Educação... Que torpe e cego é este

filósofo, narcisista vaidoso, de carácter enviesado, e à espera de chegar ao «pote».



publicado por Evaristo Ferreira às 15:52 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2012

Se o país se encontra numa «emergência grave», como disse Passos Coelho,

era de esperar que as medidas de austeridade, impostas pelo Governo, fossem partilhadas equitativamente por todos os portugueses. Mas Passos Coelho não pensa assim. Ele apenas quer que sejam os funcionários públicos e os reformados a pagar as medidas de austeridade. Além deste disparate, Passos Coelho, para além de poupar os trabalhadores por conta de outrem, criou uma série de «ilhas» onde vivem portugueses a quem a «lei do Orçamento não se lhe aplica». É o caso do Banco de Portugal e da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ou seja, o Olimpo dos que mais ganham em Portugal. Da parte da CMVM, o seu presidente, Carlos Tavares, já tomou medidas para cortar os dois subsídios ao pessoal. No caso do Banco de Portugal, o que sabemos é que o seu Governador, Carlos Costa, depois daquilo que se passou em Guimarães com Cavaco Silva, foi esta segunda-feira a Belém, mas não sabemos se Carlos Costa -- que por moto proprio prescindiu dos seus dois subsídios -- vai ou não «cortar» os subsídios aos funcionários do BdP, bem como aos seus pensionistas, onde está incluido Anibal Cavaco Silva, Presidente da República. Ainda não sabemos se Cavaco Silva terá ou não rogado a Carlos Costa para que este não lhe corte os subsídios de Férias e de Natal... Já todos sabemos que Cavaco Silva ganha pouco, não consegue sequer pagar as suas despesas, mas tambem sabemos que ele tem carro à disposição, telefone, água, luz, médico permanente, jornais à borla, alojamentos e refeições pagos em comissão de serviço, etc. Do que terá tratado Carlos Costa (enquanto pagador das pensões a Cavaco Silva), com o actual Presidente da República? Será que convenceu Cavaco a dar o exemplo, dispensando o seu subsídio de Férias e de Natal, tal como os funcionários da CMVM e da CGD? Não sabemos.

 

Um dos argumentos publicitados pelos «comentadores afectos ao BdP» tem

a ver com o facto de o Banco ter saído da «esfera da administração pública» e ter agora o «estatuto de banco central do eurosistema». Este eufemismo não pode colocar a entidade bancária acima da lei: o Governo legislou, exigindo sacrifícios aos portugueses, com o corte nos ordenados e pensões, com o corte de subsídios de Férias e de Natal. Trata-se de «salvar o país de «emergência» financeira, como bem lembrou o primeiro-ministro. O Governo legislou para sacar o nosso dinheiro e poder salvar o país desta «emergência». Sendo assim, ninguem deve ficar de fora. Todos têm que ser chamados a pagar as medidas de austeridade. Não importa se o BdP tem um estatuto de previlégio. Nesta emergência, os previlégios ficam à porta de casa. Todos os verdadeiros portugueses, a trabalhar em Portugal, devem ser chamados a contribuir, equitativamente, para ajudar o país. Os bancários do Banco de Portugal são portugueses, pagam o imposto de rendimentos, e devem pagar tambem a contribuição extraordinária que é pedida a todos os portugueses. Não podem ser apenas os funcionários públicos e os reformados (do Estado e dos privados) a pagar a crise. Nesta «emergência», Passos Coelho não andou bem: separou os portugueses, castigando uns e deixando incólumes outros. Roubou a uns e esqueceu os outros. Mostrou um enorme desprezo pelos funcionários públicos e pelos reformados deste país. O Orçamento de Estado para 2012, não deveria ter sido aprovado, por penalizar apenas alguns e esquecer os outros. Devia ser chumbado pela falta de equidade na repartição dos sacrifícios. Cavaco Silva andou mal, quando lavou daí as suas mãos, como fez Pilatos. 

«A vida portuguesa é, e vai continuar a ser, uma verdadeira trampa,

mas eles acabam de mostrar que preferem chafurdar na porcaria a

encontrar soluções verdadeiras, competentes, dignas, limpas».

«País de abjecta subsidio-dependência e de calaceiros profissionais».

Palavras de Vasco Graça Moura, após a derrota de Manuela Ferreira

Leite, em 27 de Setembro de 2009. -- Este subsídio-dependente,

calaceiro profissional, foi premiado pelo secretário Zé Viegas com um

«tacho» no Centro Cultural de Belém... Seu grande calaceiro, hein!



publicado por Evaristo Ferreira às 14:42 | link do post | comentar

Terça-feira, 24 de Janeiro de 2012

O país encaminha-se para o colapso financeiro, e o Presidente da República

mantem-se sereno e alheado, como se tudo corresse às mil maravilhas. Não admira, pois Cavaco Silva tudo fez para ajudar Passos Coelho a correr com Sócrates, o «inimigo figadal» que lhe «cortou» metade dos rendimentos anuais, ao obrigar Cavaco a optar pelo ordenado ou pela sua pensão. Este facto deve ter gerado um azedume rancoroso contra Sócrates. Daí que, no discurso da tomada de posse, Cavaco tenha lembrado que «não se podia continuar a pedir mais sacrifícios aos portugueses» [e a ele, Cavaco Silva]. Com Passos Coelho no Governo, Cavaco vingar-se-ia de Sócrates, ao mesmo tempo que esperava ter um mandato tranquilo... Mais um erro de cálculo de Cavaco. Passos Coelho rodeou-se de uma equipa de neoliberais e de ex-maoistas que tinham o desejo de «implodir» tudo o que cheirasse a Sócrates. Passos Coelho, munido da Cartilha dos Chicago Boy's entrou a matar, indo «mais além da Troika». Esqueceu «as gorduras do Estado» e os «custos intermédios» e começou a cortar fundo em tudo o que era «serviço público», despedimentos, função pública e reformados em geral. Apoiado nos tecnocratas Vitor Gaspar e no Álvaro [Santos Pereira], Passos «cavou fundo», levando a frágil economia do país (que ainda cresceu em 2010) para a recessão profunda. Apesar de alguns economistas mundiais, avisarem que «reduzir o consumo sem aumentar a produção é empobrecer» (Paul de Grauwe), Passos Coelho mantem-se autista, e obcecado em «ir mais além da Troika». Reultado: a economia portuguesa está anémica, em recessão profunda, e não se vislumbra como vai o país cumprir o défice de 4,5% em 2012. Já em 2013, no primeiro semestre, Portugal vai precisar de 9.000 milhões de euros para pagar dívida, e, não havendo crescimento, as receitas do Estado vão afundar... pelo que, para salvar o país da bancarrôta, só nos resta pedir um novo empréstimo à Troika... E, de degrau em degrau, Passos Coelho -- apoiado por Cavaco Silva -- vai conduzindo o país para o colapso total: a falência. O Wall Street Journal de hoje, vem uma vez mais, a indicar o caminho errado para onde o Governo está a conduzir o país. Com a economia em recessão profunda, Portugal não vai conseguir sequer pagar os juros da dívida. Os juros no mercado secundário atingiram os 19% a 3 anos, e os 14% a 10 anos. Os Credit Default Swap (CDS) atingiram os 1.300 pontos, ou seja, 1,3 milhões de euros para segurar 10 milhões. As agências de notação continuam a baixar os ratings da República e das grandes empresas do PSI20. Os «mercados» já não acreditam nesta «gente honrada, cumpridora da palavra dada». E até Cavaco Silva se insurge contra os «mercados», quando, no tempo de Sócrates, dizia que não «podiamos dizer mal de quem nos emprestava dinheiro». Enfim. «Esta gente honrada» já não tem credibilidade nenhuma, nem lá fora, nem cá dentro. É altura de começar a responsabilizar, criminalmente, os responsáveis por esta situação, ou seja, Cavaco Silva, Passos Coelho e a sua equipa de ministros incompetentes, autistas e sem visão de futuro.

Enquanto os portugueses vivem na penúria, decretada pelos neoliberais do

Governo de Passos Coelho, o povo chinês festeja o inicio do novo ano lunar,

durante quinze dias, e que tem como símbolo astrológico o Dragão.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:44 | link do post | comentar

Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012

Depois da asneira, cometida por Cavaco Silva, ao afirmar que a sua pensão

«não chega para pagar as despesas», ouvimos alguns dos seus apaniguados a desculpar o «deslize» do Presidente enquanto outros usaram vários subterfúgios para «limpar» a imagem de Cavco Silva. O povo, esse, compreendeu logo a ofensa, e o disparate cometidos pelo PR. Não se tratou de um mero lapsus linguae, mas sim de uma ofensa aos 600 mil desempregados e a todos aqueles que ganham a média nacional de 800 euros mensais. O que está em causa, é a falta de respeito pelos portugueses, cometida por Cavco Silva. Nunca o mais alto magistrado da Nação poderia fazer semelhantes afirmações. A questão colocada pelos jornalistas era saber se o PR vai, ou não, receber o subsídio de Férias e de Natal. E Cavaco fugiu à pergunta. Disse que tinha uma pensão de 1.300 euros. «Mil e trezentos euros, ouviu bem?». «Sabe, eu tambem não recebo vencimento como Presidente da República», acrescentou Cavaco, sem esclarecer que a lei o obriga a optar entre pensões e vencimento. Mas como é possivel ser-se tão intelectuamente desonesto, tão matreiro nas respostas, tão insensível ao queixume dos que menos têm? Que raio de Presidente temos nós em Belém? Um «Tio Patinhas» que conhece a «má moeda», que vive só para amealhar dinheiro, mas não sente o sofrimento das famílias desempregadas, dos reformados a quem cortaram dois subsídios? Um Presidente que pensa apenas em si, que mente despudoradamente ao omitir a reforma de cerca de 10 mil euros, uma pensão de 1.300 euros, a pensão de 800 euros da sua mulher, mais os 2.900 de ajudas de custo pagos pelo Estado. Um Presidente que se diz «pobre», mas tem um prédio urbano no Algarve, 3 prédios rústicos, uma quota de 50% numa sociedade comercial, uma bela moradia na Quinta da Coelha... Que tem 612.000 euros em cinco contas a prazo, mais de 39.000 euros numa conta à ordem, e 53.000 euros em poupanças-reforma... Tem ainda mais de 100.000 acções do BPI, BRISA, BCP; EDP e Jerónimo Martins, todas elas cotadas no principal índice nacional, o PSI20. Em face deste rol, como é possivel termos um Presidente que, quando o povo se acerca dele a pedir um «aumento para a reformazinha», responda que a Maria, sua mulher, «tem menos de 800 euros de reforma, e era professora». Ou quando lhe perguntam se vai receber o subsídio de Natal, responde que a sua «reforma são 1.300 euros, que mal dá para pagar as despesas»?!... O cargo de Presidente da República, é um cargo que exige muita sabedoria, humildade perante o povo eleitor, disposição para ouvir os queixumes do povo, espírito de solidariedade e respeito pelos portuguses. O problema está em quem exerce a função de Presidente. Cavaco Silva não tem a grandeza de espírito, nem a humanidade sufucientes para desempenhar aquela função. Nunca ele seria pessoa para reunir Cortes [Presidência], nesta ou naquela cidade, para ouvir as queixas do povo e obrigar a cumprir as decisões tomadas -- uma tradição da nossa História. Cavaco já sorri [um sorriso falso], aconselhado pelos acessores. Mas falta-lhe lastro cultural (que dá sabedoria e senso avisado)-- indispensável a quem queira candidatar-se ao cargo de Presidente da República.

A qualidade dos políticos, tanto a nível nacional como internacional,

tem descido abaixo dos padrões a que nos habituaram os «pais»

fundadores da antiga CEE, actual União Europeia.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:46 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2012

O Governo parece ter ganho algum ânimo nos últimos dias. O dia de ontem

terá sido o de maior euforia. Com a assinatura do acordo conseguido entre os parceiros sociais, toda a equipa ministerial entrou em transe e delírio. O ministro Álvaro, cantou vitória; o ministro Relvas (regressado de Angola) não deixou passar em branco esta onda de entusiasmo que grassa em S. Bento; o ministro do Erário Público, Vitor Gaspar, marcou já o «ponto de viragem do país», ou seja, de não retorno ao passado; a ministra da Lavoura (Assunção Cristas) e o ministro do Foreign Office (Paulo Portas) estão de corpo e alma nesta Coligação de neoliberais e democratas-cristãos; o ministro das Tropas (Aguiar Branco), instalado no Forte de S. Julião da Barra, continua em descanso e a ler a biografia de Gomes Freire de Andrade, que ali foi enforcado a 18 de Outubro de 1817, em frente daquele monumento nacional; o ministro da Solidariedade (Mota Soares), deu um bonus às IPSS, mais uns cêntimos aos pensionistas da «sobrevivência», e lá vai indo num Audi A-7. O único ministro que parece parece não estar a gozar desta «onda de graça», é Miguel Macedo, o ministro das Polícias, que ainda hoje foi ameaçado com uma «sublevação policial» levada a cabo por 162 comissários. De resto, como se viu hoje na Assembleia da República (durante o debate sobre a Reforma do Estado), a Coligação está coesa e determinada, formando um muro à volta de Passos Coelho, a quem prestaram vassalagem e teceram os mais rasgados elogios. O barco da governação segue rumo, para o alto mar... Todavia, os «meteorologistas» prevêem «mudança das condições atmosféricas» a curto prazo, pelo que o timoneiro da embarcação pode ser forçado a alterar a rota, e a refugiar-se num porto de abrigo. 

Bem pregava Frei Tomás: «Faz o que ele diz, não o que ele faz...»

O povo angolano tem consciência de que a corrupção em Angola é uma herança

do país colonizador, mas alguns sectores da sociedade portuguesa não aceitam

como seu o legado deixado pelo colonialismo. Julgam-se «puros» e incorruptíveis.

(Cartoon: Gentileza do Jornal de Angola).

 



publicado por Evaristo Ferreira às 15:42 | link do post | comentar

Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012

Era só o que nos falta agora, a desavença entre os duas centrais sindicais.

O ministro Álvaro e o primeiro-ministro Passos Coelho devem estar a esfregar as mãos de contentamento, ao verificar que o movimento sindical português está a descarrilar. A UGT e a CGTP sempre tiveram uma actuação divergente em relação às políticas laborais do Governo, seja do actual seja dos anteriores. Entre o radicalismo de uns e a moderação de outros, sempre foi muito dificil encontrar «unidade» na acção entre as duas centrais sindicais. Só que neste momento estamos a viver uma «austeridade insana», imposta pela Troika, e implementada por um Governo neoliberal que pretende, em todas as medidas que toma, «ir mais além da Troika». Por esta razão, não me parece justo que uma central sindical, em vez de enfrentar o Governo -- no Conselho de Concertação Social -- e discutir com o ministro da tutela todas as propostas apresentadas, por forma a aliviar as consequências mais gravosas que afectem os trabalhadores, desista da luta e abandone a via do diálogo. Este procedimento, na actual situação de «emergência nacional», não é aceitável. Digam o que disser os dirigentes sindicais, seja por que seja, não devem abandonar a luta. É dos livros: «há momentos em que é preciso dar um passo atrás, para depois dar dois em frente». A cegueira e o radicalismo político não beneficiam os trabalhadores, nem o povo em geral. O sectarismo político conduz o movimento sindical ao enfraquecimento da sua acção. É impensável, o que está a acontecer entre as duas centrais sindicais. Estão a esquecer os trabalhadores, os reformados, os milhares de desempregados, enquanto se entretêm, na praça pública, a espingardear acusações uma contra a outra. Entretanto o Álvaro, o Moedas, o Relvas e outros fundamentalistas neoliberais, estão a assistir a esta «luta de galos», rindo baixinho, para não afuguentar os desavindos. 

«Pillars of Creation» existentes na Eagle Nebula, capturados pelo VLT (Very Large Telescope) da ESO (European Southern Observatory), que distam da Terra 6.500 anos/luz, são constituidos por nuvens densas de poeira onde se processam intensas formações de estrelas. O nosso egoismo, por maior que seja, não representa nada em face da escala cósmica. Mas o ser humano continua a viver como se o o Universo fosse insuficiente para satisfazer as suas ambições.



publicado por Evaristo Ferreira às 16:07 | link do post | comentar

Quarta-feira, 18 de Janeiro de 2012

Com o acordo sobre a Reforma Laboral, concluido ontem no Conselho de

Concertação Social, este Governo, o Patronato e o Capital, obtiveram o que ambicionavam desde há muito: açaimar os trabalhadores portugueses, pagando-lhes pouco, roubando-lhes direitos, e obrigando-os a trabalhar mais horas e a pagar-lhes cada vez menos. «Um acordo histórico!», gritou o ministro Álvaro. É o Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, uma espécie de bóia de salvação engendrada pelos neoliberais, destinada à domesticação dos sindicatos e à sujeição servil dos trabalhadores. Agora só falta «treinarem» os patrões, exigindo-lhes formação técnica em gestão financeira, e doutoramento em marketing. Este «acordo histórico» pode levar à falência o país e as famílias portuguesas. O país, porque este acordo não conduz ao arranque da economia; às famílias, porque estas vão ficar sem garantias de emprego, o que pode levar à penúria dos seus rendimentos. Sinceramente, por este andar da carruagem, não vislumbro nenhuma saída para o crescimento e o emprego. Mas esta gente está convencida de que pode fazer milagres. Vivem numa obsessão. Querem «vender» o país e «empobrecer» os portugueses. A coisa está negra. Não se vê luz ao fundo do tunel.

 

A Reforma Laboral, quanto a mim, só poderá ser implementada mediante

uma «ferramenta» adequada à sua consulta e estudo geral. Quer dizer, o Governo deve criar uma espécie de Livro Negro sobre a Reforma Laboral, onde patrões, sindicatos e trabalhadores possam consultar um índice alfabético com os diversas temas articulados, sejam eles comexos ou colaterais à vida laboral. Sem essa «ferramenta», está aberto caminho para os advogados criarem uma indústria de consultadoria fiscal, laboral e de direitos afins, tanta e tão variada é a articulação da sua matéria. Só um especialista é que poderá explicar como funciona o «banco de horas», quantas «pontes» são suprimidas, quantos feriados vão ser eliminados, ou quando há lugar ao pagamento de horas extra, etc. Mas só assim, com um «Manual sobre a Reforma Laboral», poderão os tabalhadores sentir que ainda lhes resta alguma coisa a seu favor. De outro modo, os trabalhadores vão entender, mais tarde ou mais cedo, que estão a ser tratados ao nível de cão, de escravo, com açaime ou com trela.

Os eunucos da moda ocidental, vestem toda a gente de negro. A cor preta

é símbolo de morte, dor, sofrimento. Tem uma energia negativa, que pode

levar à melancolia, à depressão. Mas os «criativos» da moda desconhecem

isso. Tal como os roqueiros da metálica, vêem tudo negro. Não observam a

Natureza. Agora até a «Miss América» foi vestida de negro! Para levantar a

moral a esta gente, aconselham o consumo de drogas... Vivem na escuridão. 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:49 | link do post | comentar

mais sobre mim
Abril 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30


posts recentes

FIM DE CICLO...

A ENTREVISTA DE SÓCRATES

SÓCRATES NA RTP

PASSOS DE JOELHOS

DESCRÉDITO TOTAL

COM PAPAS E BOLOS...

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!

OS PROFETAS DOS "MERCADOS...

QUE SE LIXE O "PÚBLICO"

OS PAPAGAIOS DO COSTUME

arquivos

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

links
blogs SAPO
subscrever feeds