Segunda-feira, 31 de Outubro de 2011

Hoje, o meu espírito, está cinzento. Está igual ao clima, neste dia das Bruxas

(Alloween): cinzento, morno, sem vento nem brilho. O clima influencia o comportamento das pessoas. Já Richard Wagner, no século XIX, escrevia a um amigo, desculpando-se com o clima: "se eu vivesse no sul de Itália, certamente criaria mais óperas do aqui, em Zurique". Os invernos helvéticos são muito duros, e os de Itália são muito amenos. Tudo isto, vem a propósito do cinzentismo político que estamos a viver. Cá dentro, aguardamos pela aprovação do OE, que vai dar "pano para mangas". A nível da UE, esperamos pelas decisões do G-20, para melhor avaliarmos como vai ser feito o aumento do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EEF), que passa de 440 mil milhões para 1 bilião .(Ontem o Professor Marcelo, na sua homília televisiva, referiu 2 biliões para o FEEF e 12,2 mil milhões o valor disponibilizado pela Troika para a recapitalização da banca, quando o valor é tão só de 12 mil milhões... Duas gaffes do Professor Marcelo, que parece sofrer de dislexia verbal). À margem destes fait-divers, anote-se o que aconteceu na Cimeira Ibero-Americana, e que os meios de comunicação afectos (todos) ao Governo, deixaram passar: o México aderiu ao Magalhães, e terá feito uma encomenda gorda destes PCs a Portugal, e apresentado uma parceria com a empresa J.P. Sá Couto, fabricante do Magalhães, para a instalação de uma fábrica de PCs no México... Ainda me lembro, quando há dois anos, na Cimeira anterior, José Sócrates apresentou o Magalhães, como ferramenta para o ensino escolar... Acusaram Sócrates de ser "caixeiro viajante"!... Foram os mesmos que agora aceitaram a encomenda do México... Outro tanto aconteceu em Caracas, para onde viajou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Concluida a construção da segunda fase da refinaria de Sines, a Petrogal está em condições de refinar 1 milhão de barris de crude, fornecido pela Venezuela, sendo a mais-valia da parte portuguesa, para a CGD, que depois financiará o pagamento das exportações portugueses para aquele país. Pois é esta gente, que dizia "cobras e lagartos" de Hugo Chaves, que tratava José Sócrates por "o meu amigo Sócrates", que agora se verga, para assinar os contratos firmados pelo então primeiro-ministro José Sócrates -- o único político que fomentou uma "política de exportações" capaz de tirar este país da crise que assolou Portugal, a Europa e o Mundo, vinda do outro lado do Atlântico, ou seja, dos EUA. Este Governoo de neoliberais, ainda nada fez pelo crescimento económico. Todos os negócios e contratos, anunciados nos últimos dias, são obra de José Sócrates. Não são desta gente. Que tudo fizeram para chegar ao "pote", mas ainda nada fizeram pelo crescimento económico do país... Isto, aliado a este dia cinzento, deixa-me triste, revoltado, enxofrado...



publicado por Evaristo Ferreira às 15:11 | link do post | comentar

Sexta-feira, 28 de Outubro de 2011

O país é governado por um punhado de neoliberais que chegaram ao poder para

acabar com o "Estado Social". Está na moda. Neste momento, em Inglaterra, depois do tacherismo, é agora o cameronismo que pretende retirar ao Estado as funções que sempre exerceu, nomeadamente na Saúde, no Ensino, na Cultura, nos Transportes. Tudo o que de bom, nas políticas sociais, deu fama à Inglaterra, está agora a ser eliminado pela coligação dos Conservadores/Liberais. Por cá, o PSD/CDS, seguem-lhe o rasto. O grande desígnio deste Governo, é acabar com o "Estado Social". E lá vão conseguindo, a pouco e pouco. No meio deste desiderato, até esquecem o cumprimento das regras parlamentares. A discussão do OE para 2012, vai ser adiada, por falta das Grandes Opcções do Plano (GOP). A Secretária de Estado, Teresa Morais, acusa Silva Peneda, pelo atraso, e Silva Peneda afirma que Teresa Morais não sabe do que se passa. A par disto, temos o Presidente da República no Paraguai, e o PM Passos Coelho a caminho, para assistirem à Cimeira Ibero-Americana. E, nesta ida a terras paraguaianas, não podia faltar a "segunda figura deste Governo", Paulo Portas, que terá chegado ontem áquelas paragens. Por cá, resta o ministro da Propaganda, Miguel Relvas, que dos factos, só quer saber da "privatização da RTP". Claro que temos mais gente: por exemplo o Secretário da Cultura, José Manuel Viegas, que já trabalhou para o Comendador Joe Berardo, e agora, sem dar cavaco a este, pediu a avaliação do acervo do Museu Berardo, porque pensa poupar uns eurozitos, no seguro, pois, segundo Viegas, as obras de arte do Comendador estão sobrevalorizadas... Isto já irritou o Comendador, que deixou transparecer o azedume que sente, por esta acção, tomada pelo Secretário da Cultura... Ingrato, mal agradecido, terá desabafado o Comendador Berardo. Os neoliberais não gostam da Cultura, o que eles gostam mesmo, e sabem do que falam, é de "milhões", de "alavancagens", de Credit Default Swap, de yields. A Arte, não é com eles...

O Teatro Bolshoi, de Moscovo, abre hoje, após obras de restauração. O Bolshoi já tem

uma longa história. Foi destruido duas vezes, por incêndios (1805 e 1853). Desde 1756

que sofreu alterações na fachada e nos anexos, em conformidade com as necessidades.

A sua grandeza espelha bem a monumentalidade dos espectáculos levados à cena:

óperas, bailados, récitas, etc. O Bolshoi é, há mais de 250 anos, uma marca cultural do

povo russo, mas tambem da Cultura universal. (Foto da Agência de Notícias RIA-Novosti).

 



publicado por Evaristo Ferreira às 15:13 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quinta-feira, 27 de Outubro de 2011

A reunião da UE que era para terminar ontem, só ficou concluida às 03,00 horas

desta madrugada. Foi produtiva. Finalmente chegou-se a acordo para (1) resgatar a dívida pública dos países da Zona Euro, (2) recapitalizar a banca, e (3) salvar a Grécia da bancarrota. O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) vai ser reforçado, passadndo dos actuais 440 mil milhões para 1 bilião de euros. A banca europeia, que vai suportar perdas com o corte da dívida grega, vai ser recapitalizada para alcançar os rácios a que está obrigada. A Grécia sai do sufoco, com o perdão da dívida em 50%, suportada pelos bancos europeus. A dívida grega passará de 214% para os 140% do PIB. São boas notícias para a UE. Passos Coelho já disse que, "perante estes acordos, Portugal já não vai precisar de negociar um segundo pacote de ajuda. Esperamos que assim seja. Falta saber agora como vão ser implementadas as medidas ontem acertadas pela UE. Possivelmente só vamos saber, após a reunião do G-20, a realizar nos dias 2 e 3 de Novembro. Será dali que virá o reforço de fundos para o FEEF. Entretanto, a esta hora, a cotação dos bancos europeus, desponta do marasmo, com ganhos de 17% na banca francesa. Por cá ronda os 8%. Falta saber se esta subida vai ser sustentável.

Em tempo de crise, a Presidência da República continua a gastar à tripa

fôrra. Cavaco Silva já está em S. Paulo (Brasil), donde vai partir para Assunção (Paraguai), local onde vai decorrer a Cimeira Ibero-Americana. O Presidente leva uma comitiva de 23 pessoas. Passos Coelho parte hoje, em separado, por força da Cimeira da UE realizada ontem em Bruxelas, que acabou às 3 da madrugada de hoje. Passos Coelho leva, para a Cimeira Ibero-Americana, apenas tres pessoas. Temos de admitir que, o Presidente exagera, ao levar tanto convidado -- a menos que cada um deles, vá vender sapatos, rolhas de cortiça ou vinhos do Douro, a exemplo do que fez José Sócrates, quando levou o computador Magalhães... Mas fez negócio. Vendeu milhares deles para alguns países sul-americanos. Porém, a nossa "élite política" não gostou de ver o primeiro-ministro a "vender" um PC Made in Portugal. Preconceito e provincianismo luso.

 

Enquanto a PR gasta, esquecendo que o país vive em austeridade, o ministro

Nuno Crato, após o corte de 600 milhões de euros no Ministério da Educação (quando a Troika recomendava apenas 195 milhões) continua a tentar "implodir o ministério da Educação", cortando a torto e a direito. A obsessão dele é a "implosão". Depois do corte nos "chequinhos de 500 euros", destinados a premiar os "Alunos de Excelência", veio agora cortar no prémio de 25 mil euros que era atribuido, anualmente, ao "Melhor Professor". Para quem sempre defendeu "o mérito, a competência e o trabalho", isto configura um espírito mesquinho, venal e desarticulado. O matemático rendeu-se às ideias neoliberais, esquecendo o primordial, que é a educação e os seus actores.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:19 | link do post | comentar

Quarta-feira, 26 de Outubro de 2011

A União Europeia, nos últimos anos, não tem sido uma "união de países", como

pretende mostrar o nome que lhe deu corpo. Tem sido, sim, uma desunião de países, onde cada um "puxa a brasa à sua sardinha", e esqueceu, por completo, os valores da solidariedade e da equidade. Tudo isto por causa da crise financeira internacional, que afectou profundamente a economia dos países membros da UE, fez o desemprego subir para números alarmantes, e acabou com o longo ciclo de crescimento económico da Europa ocidental. O modelo inacabado do "Governo Económico", que deveria gerir a Zona Euro, tambem não foi além da criação da moeda única e da instituição do limite de 60% para a dívida pública e de 3% para o défice de cada um dos países do Euro. Por tudo isto, não admira pois, que nestes dias de grave crise financeira, económica e social, a UE não consiga conciliar os interesses divergentes de cada membro, agravando, assim, ainda mais, as dificuldades na acção política da UE. Um dia fala a Comisssão, no dia seguinte fala Merkel e Sarkozy, noutro dia fala o Presidente Van Rompuy, depois o director do BCE, para logo falar o presidente do Bundsbank alemão, a negar o que disse Trichet. A cacofonia é tanta, que até o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que nada tem a ver com o euro, começou ontem a dar conselhos aos seus pares europeus sobre o modo como estes deveriam "salvar o euro"... Depois foi repreendido por Sarkozy, com ironia.

 

Por cá, o presidente Cavaco Silva reuniu ontem o Conselho de Estado para ouvir

os membros falar sobre a crise do país. Passos Coelho adiantou-se, e disse que as medidas de austeridade são absolutamente necessárias para resgatar o país. Na mesma data, um dia antes da discussão do OE na AR, José Seguro veio queixar-se da falta de diálogo, por parte do PSD, numa altura em que se pede "unidade" para a aprovação do OE. Passos Coelho defende que o corte do subsídio de Férias e de Natal na Função Pública e nos Pensionistas, não vai atingir os trabalhadores privados, "porque isso não seria cortar na despesa do Estado". Dias depois a CIP aproveita para fazer lóbi, defendendo o não pagamento daqueles subsídios no sector privado. O Professor Marcelo, que é Conselheiro de Estado, disse que "o Presidente andou mal, ao criticar o Governo", mas ontem terá votado ao lado daqueles que alinharam com Cavaco Silva. Marques Mendes [Ganda Nóia], tambem Conselheiro de Estado, andou a perorar na TVI, para quem o quiz ouvir, que a austeridade deveria ser para toda a gente, mas ontem terá votado ao lado do Professor Marcelo, no sentido de apoiar Passos Coelho. Alguns daqueles que votaram contra o PEC-4  -- para apearem José Sócrates -- torcem agora a orelha. Todos quantos andaram na rua, acompanhados por gente grada do PSD, nas manifestações contra Sócrates... estão a sofrer. Não o dizem, mas é evidente que "passaram de cavalo para burro". Foram os professores, os funcionários públicos, os militares, os polícias, os magistrados. Toda esta gente está agora no Inferno. Calada, e a gemer em silêncio... até agora.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:54 | link do post | comentar

Terça-feira, 25 de Outubro de 2011

Começa a ser habitual. O minsitro de plantão, a dar a cara pelo

Governo, é agora o Álvaro [Santos Pereira]. Hoje foi ao Parlamento, para ser ouvido numa comissão qualquer. Não sei se os deputados ficaram esclarecidos, satisfeitos, descansados. Eu fiquei a pensar o mesmo: o ministro da Economia, Álvaro [Santos Pereira], continua a perorar sobre o futuro do país mas, de concreto, não tem nada na manga para animar a economia nacional. Continua a desancar no Sócrates, culpando este por todos os males que afligem os portugueses, e promete, promete que, "daqui a uns anos, uns meses, a economia do país vai crescer". O ministro continua a dizer que "é preciso reformar a economia", pois só assim será possivel criar emprego. Continua a fazer promessas com projectos -- já executados por José Sócrates -- como seja a exploração de minérios em Moncorvo, a criação de um cluster de aeronáutica em Beja -- que vai gerar largas centenas de postos de trabalho, segundo disse o ministro Álvaro -- a exploração de gas natural no Algarve e de petróleo na zona off-shore a norte de Peniche... Só que estes projectos foram aprovados por José Sócrates, e há muito que se encontram em desenvolvimento. Por exemplo, em Beja, a Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER) tem duas fábricas em construção, as quais devem estar prontas a laborar no próximo ano -- mas o ministro Álvaro, que nada conseguiu fazer, até agora, toma esses projectos como sendo da lavra dele!... Por um lado, o ministro Álvaro omina José Sócrates; por outro toma como seus os projectos em desenvolvimento legados pelo ex-primeiro-ministro, cujo Governo foi derrubado por Passos Coelho, para este poder chegar ao "pote"... Isto não é uma farsa; é uma comédia de mau gosto, interpretada por um actor de vaudeville, que além de mentiroso, é charlatão. Comédia que vai continua em cena durante a ausência de Carlos Gaspar, que agora anda às voltas com o OE para 2012... O ministro das Finanças, pelo menos fala de números, de coisas concretas. O Álvaro, fala de promessas.

Mosteiro ortodoxo à beira do Lago Valday, Iversky, Russia. Neste Outono...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:50 | link do post | comentar

Segunda-feira, 24 de Outubro de 2011

O povo português espera, e desespera. Foi-nos prometido muito,

com pouco, mas continuamos sem nada. Até agora, apenas temos sido esbulhados, através de impostos, cortes nos salários e pensões, e na subida de taxas por serviços prestados pelo Estado. Até agora, o primeiro-ministro Passos Coelho, escudava-se atrás do ministro das Finanças, Carlos Gaspar -- que tem aparado todos os protestos e feito a defesa do Governo. Nos últimos dias, o Álvaro [Santos Pereira], ministro da Economia e de mais um rol de "ministérios", apareceu a terreiro, para dar sinal de vida. E tem falado sobre algumas coisas, das quais não é autor, nem parece estar a par. Foi a Madrid e trouxe o recado, dizendo que o TGV não seria construido, mas como os compromissos internacionais são para cumprir, o país irá construir, não uma linha de "alta velocidade", mas uma outra de "velocidade alta"... Numa viagem ao centro do país, afirmou que a AE que ligará Coimbra a Mangualde (A25) é para construir, e que algumas das parcerias Público-Privadas não serão extintas, dado que o país precisa dessa forma de financiamento para obras públicas. Mais recentemente, e depois de ter prometido, há umas semanas atrás, "o maior investimento de sempre", na ordem dos 3.500 mil milhões de euros, veio concretizar a sua promessa, pressionado pela opinião pública. Trata-se de um projecto destinado à exploração de minérios no concelho de Torre de Moncorvo, sendo que, o principal investidor poderá ser a britânica Rio Tinto... Ora, isto é apenas propaganda, para calar os descontentes. O projecto de reactivação das Minnas de Moncorvo, já existe (veja aqui), desde Fevereiro de 2008, quando o então primeiro-ministro José Sócrates, concedeu a "concessão de exploração" à entidade Minas de Ferro de Moncorvo, cujo diploma foi publicado no Diário da República, em 5 de Janeiro de 2011. O ministro Álvaro [Santos Pereira], continua a prometer muito, mas ainda não conseguiu apresentar, até agora, nenhuma proposta da sua lavra, capaz de levar o país prá frente!... Este Governo, parece ter apenas um ministro: o das Finanças, que entra todos os dias pelas nossas adentro, através das televisões, para anunciar cortes e mais cortes nos salários e pensões. O ministro da Economia, que devia ser o mais activo ministro deste Governo, ainda não apresentou uma única medida para fomentar a Economia e o crescimento do emprego. Bolas!...



publicado por Evaristo Ferreira às 15:03 | link do post | comentar

Sexta-feira, 21 de Outubro de 2011

Aqueles que em Março aplaudiram Cavaco Silva por ter criticado

José Sócrates, aquando da apresentação do PEC-4, são os mesmos que agora dizem que o Presidente "não devia ter dito o que disse" sobre os sacrifícios impostos aos portugueses, previstos no OE para 2012. Até Eduardo Catroga -- o homem dos pentelhos gravados em telemóvel -- veio zurzir em Cavaco, dando a entender que o Presidente teria feito melhor, se tivesse ficado calado.

 

Os "noviços" da JSD querem levar a julgamento José Sócrates e

os gestores públicos, por causa das contas do Estado. Estes aprendizes de feiticeiro, estão prenhes de ódio visceral, sem saberem porque razão. E tambem não sabem, que em 2008, os responsáveis políticos dos EUA e da UE emitiram directrizes para a Reserva Federal e o BCE disponibilizarem fundos à banca, à indústria e ao consumo, com vista a  evitar o colapso do sistema financeiro (capitalista) mundial? Que esqueceram os défices e o montante da dívida soberana? Que os States ultrapassaram todos os limites? Que a Alemanha, a França, a Holanda e a Inglaterra não quizeram saber dos défices? Que só pensaram nos défices no final de 2009? A ignorância gera a incompreensão, e esta gera o ódio (a Sócrates).

 

Entretanto, o ministro da Propaganda, José Relvas, veio ontem

apelar à "unidade" e ao "patriotismo republicano". Quereria Relvas puxar as orelhas aos novatos da JSD? Ou queria Miguel Relvas atingir o PR da "Maioria-Um-Governo-Um-Presidente"? Miguel Relvas é matreiro, experiente, tem calo... Não é fácil advinhar-lhe o pensamento. Tanto mais que, até agora, Miguel Relvas, sempre espingardeou em todos os azimutes para espantar o inimigo. Quem está a brilhar, é o Secretário Carlos Moedas, que ontem foi visto na Adega de Colares, sentado à mesa, a sorrir para o prato do consomé, na companhia de Fernando Seara. Moedas, que dirige uma equipa de "30 peritos" destinada a zelar pelo cumprimento do Memorando da Troika, parece estar a viver dias felizes... É preciso mão-de-ferro para ser "mestre de orquestra" com "30 peritos"! E não olhar a despesas, mesmo que o Estado esteja na bancarrota.

 

Consta que o Zé Rodrigues dos Santos, pivô da RTP, mas escritor

prolixo, editor de tijolos com mais de 800 páginas (num tempo de e-mails e SMS), anda lá por Jerusalém, a afirmar que "o Antigo Testamento nunca profetizou o nascimento de Jesus"... Não querem lá ver, o ex-reporter de guerra, que cobriu a Guerra do Golfo em 1991, com despachos em directo das areias do deserto! Então, agora o Zé Robrigues dos Santos quer dar cabo da religião cristã, numa altura em que o Estado do Vaticano está a viver um pesadelo, com a crise financeira, que o atingiu, nos seus investimentos em Wall Street! A continuar, o Zé Rodrigues vai parar ao Tribunal da Santa Inquisição. Por blasfémia. Ai vai, vai.

A Líbia perdeu o medo, e já canta em liberdade, como povo livre e soberano.

(Kadafi morreu como um rato.  "Quem com ferros mata, com ferros morre").



publicado por Evaristo Ferreira às 14:38 | link do post | comentar

Quinta-feira, 20 de Outubro de 2011

É evidente que a tendência "social-democrata" do PSD está a

descolar do Governo de Passos Coelho, um governo composto por neoliberais, alguns "estrangeirados", que continuam a acreditar nas teorias de Milton Friedman, aplicadas no Chile em 1973. Tambem é verdade que um dos ministros "estrangeirados", com grande peso neste Governo, já veio dizer que a redução da TSU -- defendida pela maioria dos empresários -- não será implementada, por se tratar de uma teoria académica que nunca foi testada na prática. Ainda bem, porque o que este país mais precisa é de medidas efcientes, comprovadas e capazes de nos retirar deste sofoco. Não desejamos que Portugal sirva de cobaia para ensaiar novas teorias recessivas. O que o país precisa é de uma cura, que estabilize as suas finanças, e promova o crescimento económico e, por via disso, o emprego. Coisa que até agora não vislumbramos neste Governo. Daí que surja agora a "tendência" social-democrata do PSD (Cavaco Silva, Ferreira Leite, António Capucho, Marques Mendes, etc. a afastar-se, cada vez mais, das medidas de austeridade tomadas pelo Governo. Em boa verdade, as medidas são necessárias, mas devem abranger todos os portugueses, e não apenas os funcionários públicos e os reformados. Tambem é preciso que o Governo tome medidas para que a economia, senão crescer, pelo menos que não se afunde, como está a acontecer.

 

Ainda nada foi feito para incrementar as exportações, fora da UE.

Portugal exportava cerca de 70% para a UE, sendo 24% para Espanha, que está em crise e a piorar de dia para dia. Depois da Ficth e da S&P, foi ontem a vez da Moody's descer o rating da "República de Espanha" do nível A1 para Aa2. É verdade, os "técnicos" financeiros são ignorantes, desconhecem a realidade do mundo que os cerca. Reportaram, não a moraquia espanhola, mas sim a "República de Espanha"! Estes "técnicos" apenas sabem de números. Para eles o mundo, as pessoas, são apenas números. Não admira pois que o movimento dos Indignados se espalhe por todo o mundo, cada vez com mais aderentes, em protesto contra os senhores ligados à "indústria financeira".



publicado por Evaristo Ferreira às 12:06 | link do post | comentar

Quarta-feira, 19 de Outubro de 2011

O Jornal de Negócios de hoje é dedicado apenas ao OE de 2012.

Quem tenha lido esta edição terá ficado desnorteado, atordoado, tétrico, com tudo o que leu. Trata-se de uma leitura desaconselhável a quem sofra de problemas cardíacos. Além disso, pode ficar com distúrbios estomacais, dada a acidez das atrocidades cometidas pelo OE para 2012. A mim, até o facto de poder ler a edição em papel do Jornal de Negócios à borla -- que recebi com simpatia -- acabou por me estragar o dia, dado que, após breve leitura dos títulos, fiquei indignado (mais uma vez), com as "machadadas" que o Governo promete dar-nos no próximo ano.

 

Quero esquecer, por agora, todas as barbaridades que Passos

Coelho nos vai fazer em 2012. Sem nos poupar no presente, e nos ameçar ainda mais para o futuro. Prefiro agora olhar para Bruxelas, o único sítio donde pode vir esperança, moderação na cura, e a ajuda para ultrapassarmos este sofrimento. O problema dos "défices e das dívidas públicas" tem origem nos tratados inadequados da UE que levaram à criação do Euro. Neste momento a Itália e Espanha estão em perigo... E a Alemanha caminha para a recessão -- caso não resolva o impasse na Zona Euro. A França tambem está a caminhar para o inferno -- com a banca a ser atacada pelas agências de rating, e a economia a dar sinais de debilidade. O "eixo Paris-Berlim" perde força, enquanto o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia continuam a reganhar credibilidade, por serem organismos institucionais da EU. Acredito que, a partir de segunda-feira, dia 24, o pesadelo (a "peste" que se abateu sobre a UE) vai entrar em quarentena, e uma nova dinamica política, económica e financeira vai ressurgir no espaço da Zona Euro.

Hoje fiquei a saber que o furto no retalho (hipermercados), subiu

7,3% este ano. Nesta altura, Belmiro de Azevedo já deve estar arrependido do que disse no início do ano, numa conferência de imprensa... Após o Governo de José Sócrates ter apresentado o PEC-2, com medidas restritivas, Belmiro de Azevedo disse que, com tais medidas, os portugueses iam sofrer muito, e só lhes restava um caminho: começarem a roubar nos supermercados. Aliás, Belmiro de Azevedo já deve estar arrependido de ter ido ao comício do PSD, realizado na Avenida dos Aliados, no Porto, onde apareceu ao lado de Passos Coelho. Nunca Belmiro de Azevedo tinha aparecido em comícios de campanha política. Fê-lo para mostrar (penso eu) o seu azedume por Sócrates não lhe ter permitido a operação pública de aquisição (OPA) sobre a Portugal Telecom... Em política e em negócios não se deve guardar azedumes, porque as "jogadas" do presente podem ser corrigidas no futuro.

Lago Valday, entre Moscovo e S. Petersburgo, neste Outono de 2011...



publicado por Evaristo Ferreira às 15:14 | link do post | comentar

Terça-feira, 18 de Outubro de 2011

Com a divulgação das medidas de austeridade, constantes no OE

para 2012, a vida dos portugueses transformou-se num pesadelo. Passos Coelho disse, friamente, "não ter que pedir desculpa aos portugueses por tomar as medidas que se impõem ao país". O Álvaro [Santos Pereira], ministro da Economia, afirma que "há vida para além da austeridade. Chama-se combate à subsídio-dependência". Nuno Crato, ministro da Educação, foi além da Troika: em vez dos 195 milhões recomendados no Memorando, vai cortar 600 milhões de euros. E continua a dizer que é preciso "implodir" o ministério da Educação. Paulo Macedo, ministro da Saúde, corta a torto e a direito... mas recuou nalguns casos de transplantes e doenças crónicas. Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros, passa despercebido no meio de tantos "cortes cegos". Assunção Cristas, ministra da Agricultura, ainda só concretizou o "corte" das gravatas dos seus funcionários. Quanto ao resto, ainda não sabemos como vai incrementar a produção da Lavoura; se por emparcelamento, por distribuição de hortas e pomares ou por "subsídios" à produção de leite, ao plantio da vinha, à renovação da frota pesqueira ou aos combustíveis da biomassa. Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça, vai obrigar os juizes a despacharem, no mínimo, 65 processos judiciais por ano. Mota Soares, o ministro da Solidariedade, continua a implementar medidas de carácter misericordioso, ou seja, a "caridadezinha". Enfim. Este Governo não vai além dos "cortes", descurando o fundamental: o crescimento da economia, a criação de emprego.

À margem destas "medidas burocráticas", tomadas pelo Governo de

Passos Coelho -- e que transformam a vida da maioria dos portugueses numa trágica sobrevivência -- os contornos de uma "rotura social" começam a ficar cada dia mais claros. Enganam-se aqueles que apostam nos "brandos costumes" do povo português. Ao longo da nossa História tivemos períodos de instabilidade social que acabaram por se transformar em tumultos violentos. Hoje, com as redes sociais, é fácil criar movimentos espontâneos de revolta, que podem transformar-se em distúrbios incontroláveis. Até agora, o apelo à contestação das medidas tomadas por este Governo, foram pacíficas, mas com o tempo, com o acentuar da crise, tudo se pode complicar de um dia para o outro. A classe média está num sufoco. Há familias em desagregação, devido ao desemprego, ao corte nos subsídios, ao incumprimento de encargos assumidos. Os funcionários do Estado, estão à beira de um ataque de nervos. Os polícias, os prfessores, os enfermeiros, os militares, estão no limite da sobrevivência. O Estado tem sido cruel, frio, desumano. Tudo por causa do défice e da dívida -- dizem os tecnocratas. Mas esquecem que o Estado paga ordenados chorudos, subvenções e subsídios de sobrevivência, ou reformas, a uma classe de servidores, aos quais não são pedidos sacrifícios, nem cortes nos benefícios que auferem: refiro-me a ex-presidentes da República, da Assembleia da República, a ex-deputados, etc. Passos Coelho decidiu não cortar os subsídios de Natal e Férias no sector privado, mas as Confederações patronais já estão a pressionar para não pagarem, a troco de não haver despedimentos. Outra questão controversa diz respeito à falta de medidas para fomentar o crescimento da economia. Todos falam de contas públicas, défices, cortes na despesa, etc., mas raramente se ouve alguem a reivindicar medidas para aumentar o crescimento da economia e elevar o emprego... Sem crescimento, não vamos a lado nenhum. Morremos na praia.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:47 | link do post | comentar

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