Sexta-feira, 30 de Setembro de 2011

Vamos entrar no 4º. Trimestre de 2011. A actividade económica

continua débil e o Governo prepara-se para apresentar o seu Orçamento de Estado para 2012. Ainda faltam duas semanas para o debate, mas já se notam fricções no PS por causa do sentido de voto. Este é o primeiro teste à "mudança" gerada por António José Seguro, referente à liberdade de voto que instituiu no seio do PS, a qual permite aos seus deputados liberdade para decicidirem o sentido do seu voto. Seguro dirige agora uma equipa, onde cada jogador faz o jogo que quer. Isto é perigoso e não favorece a acção política. Seguro vai agora saborear a anarquia, a indisciplina no voto. Não se compreende que um dirigente político tenha uma equipa onde cada um pode decidir à revelia da estratégia do seu partido. Neste momento já assistimos a divergências. Uns deputados são a favor da aprovação do OE, outros pela rejeição e outros pela abstenção... O mais sensato, para o PS, seria a abstenção. O PS não pode rejeitar grande parte das medidas da Troika, mas tambem não deve aprovar tudo o que o Governo de Passos Coelho quer implementar, e que "vá mais além da Troika". António José Seguro começa a experimentar a instabilidade da corda bamba. Em política é preciso firmeza, assertividade, transparência e unidade na acção. Com a liberdade de voto, nada disto é possivel.

 

Quem lê jornais não pode nem deve acreditar em tudo aquilo que

lê. As contradições, as omissões e a imparcialidade nas opiniões e nas notícias dos jornais, são frequentes na imprensa que temos. Hoje, ao lermos a primeira página do DN, ficamos a saber a saber que Isaltino Morais, presidente da CMO, foi preso e terá de cumprir dois anos em prisão da PJ. Ficamos ainda a saber que esta prisão gera polémica, porque "há um recurso pendente pelo que a condenação ainda não transitou em julgado". Esta é a notícia da primeira página, em letras garrafais. Perante esta notícia ficamos com a sensação de que a Justiça funciona mal, e de que pode haver ali vingança pessoal. No entanto, quem ler o editorial do DN, publicado na página 6, é informado de que "um último recurso agora rejeitado pelo Tribunal Constitucional levou finalmente a polícia a dar-lhe voz de prisão". A notícia de primeira página é errónea, como se vê, mas o DN e os seus jornalistas, nunca admitem o erro. Na página 11 do mesmo DN pode ler-se: "Contradição - Imposto de Natal afinal fica nos Açõres". É mais um desvario editorial do DN. Já ontem o DN tratava deste ssunto, mas acrescentava que o Governo Regional dos Açores aceitava o corte do subsídio de Natal, "desde que este fosse aplicado nos Açores", ou seja, desde que conte para as receitas orçamentais do Arquipélago. Às vezes os jornais em vez de informarem, confundem, desinformam.

 

E.T. - A subida do défice nas contas do 2º.Trimestre, deve-se, em grande parte, ás consequências da queda do Governo de José Sócrates, por acção conjunta da direita (PSD/CDS) e da extrema esquerda (BE/PCP). Agora vêm culpar o Governo anterior... Deixaram o país à deriva, festejaram a vitória e queimaram fogo de artifício durante tres meses, e agora apresentam a factura... Acabou a festança, D. Constança. 



publicado por Evaristo Ferreira às 12:17 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Quinta-feira, 29 de Setembro de 2011

São algumas as vozes que se colocam ao lado do soba da Madeira

(sempre que se fala do "colossal buraco" nas contas do Arquipélago), para defender Jardim e desvalorizar o montante da dívida por ele engendrada. Os defensores de Alberto João tudo fazem para diliur o efeito do enorme endividamento, desde compararem o valor da dívida com a dos Açores ou a do Continente, até invocarem os custos da insularidade. Estes avantesmas empedernidos pululam na área do jornalismo, da construção, do turismo, e, naturalmente, na política, como é o caso de Carlos Abreu Amorim (CAA), o mesmo que se recusou a avaliar a acção do Governo, por pensar que ainda era cedo e temer, por via disso, uma "ejaculação precoce". O ex-blasfemo CAA, defende o jardinismo com tanto fervor que até range os dentes...

Para desmistificar a "comparação das contas da Madeira com a dos Açores" convém termos em atenção os seguintes dados estatísticos:

 

MADEIRA : - Este arquipélago é constituido por 2 ilhas habitáveis (Madeira e Porto Santo), com uma área de 801 kms quadrados. Tem 268.000 habitantes e um rendimento per capita de 20.761 euros (dados de 2009) e uma dívida (até agora escondida) suprior a 5,800 mil milhões de euros.

 

AÇORES : - O arquipélago açoreano é constituido por 9 ilhas habitáveis, com uma área de 2.323 kms quadrados. Tem uma população de 246.000 habitantes, com um rendimento per capita de 15.123 euros (dados de 2009) e uma dívida de 1,300 mil milhões de euros.

 

Como se pode verificar, a Madeira é a Pérola, e os Açores são

9 ilhas dispersas no Atlântico Norte. Para uma população quase igual, a Madeira vai ter que cortar (Troika oblige) 2% dos 31.000 funcionários públicos; os Açores têm apenas 18.600 funcionários (em 9 ilhas!) e não seria justo ter que cortar tambem 2%. O Governo Regional e Central já acordaram num corte mais justo.

O "buraco colossal" da Madeira ainda vai dar muito que falar. Vai haver um bailinho de vestais em redor do dinossauro Jardim para o proteger de ataques feitos pelos adversários políticos, locais e nacionais. É útil sabermos estar preparados para responder às abéculas do costume.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:40 | link do post | comentar

Quarta-feira, 28 de Setembro de 2011

O país está a ser governado pela Troika, mas o Governo neoliberal

de Passos Coelho aproveita a boleia para ir ainda mais além, abrindo caminho para uma profunda e radical transformação da sociedade portuguesa em conformidade com a agenda do neoliberalismo que percorre a União Europeia. Se o programa de Governo de Passos Coelho for bem sucedido, o país nunca mais volta a ser o mesmo. Para uns ficará melhor, para outros será pior. Para atingir as metas traçadas -- indo mais além da Troika -- o Governo de Passos Coelho, nestes 100 dias de exercício, já tomou algumas medidas aceitáveis, mas tambem implementou outras que pecam pelo seu carácter absurdo, e pela sua inconsistência política. Vejamos tres das medidas tomadas recentemente:

 

INCENTIVOS PARA CRIAR EMPREGO: - O Governo paga 420 euros para quem contratar desempregados à procura de emprego. O sujeito do trabalho precário, o empregado, não tem direito a remuneração. Trabalha para o patrão, à borla, e o Estado ainda paga ao empregador. Isto é um absurdo. O que se pretende, com esta medida? Baixar a taxa de desemprego? Aumentar o índice de produtividade? Ou é pura demagogia?

 

EDUCAÇÃO - PREMIAR OS MELHORES: - O Governo anterior tinha instituido um prémio de 500 euros para premiar os melhores alunos do ensino secundário. O actual ministro da Educação, Nuno Crato, eliminou este incentivo. Não sei qual seria o gasto anual neste prémio. Sei que era um prémio justo para incentivar os melhores, e premiar o esforço dos mais aplicados. Não faz sentido cortar esta "despesa mexeruca", tanto mais que este Governo sempre falou em premiar a competência, o conhecimento, a excelência. O investimento no ensino, nas Universidades, na investigação e na inovação, devem ser a prioridade das prioridades.

 

DESMANTELAMENTO DA CULTURA: - Este Governo reduziu a Cultura a uma simples bilheteira de concertos hard-rock. O Secretário de Estado F.J. Viegas, tambem conhecido pelo "Papa Almoços", empacotou os Teatros nacionais D. Maria II, S. João (Porto), S. Carlos mais a Companhia Nacional de Bailados e a Cinemateca Nacional num Agrupamento Complementar de Empresas (ACE). Sim, tal como fazem os empreiteiros, mestres-de-obras e pedreiros, quando edificam, em conjunto, um edifício de oito ou dez andares... A sigla ACE, até agora, era reservada à construção e obras públicas. O Secretário Viegas, parece encarar a Cultura como uma espécie de obra de caboucos toscos e telhados de zinco... Para poupar 2,5 milhões de euros -- disse O Secretário Viegas. Este valor irrisório, comparado com o "buraco" de 1,113 mil milhões que o soba da Madeira esbanjou, ou os 2,8 mil milhões que os "Irmãos Metralha" do cavaquismo fanaram do BPN, mostra todo o absurdo das medidas tomadas a granel por este Governo de Passos Coelho.

 

 



publicado por Evaristo Ferreira às 16:39 | link do post | comentar

Terça-feira, 27 de Setembro de 2011

Até ao dia 5 de Junho, tudo o que de mau acontecia neste país,

era culpa de José Sócrates e do seu Governo. Depois daquela data, passou a ser imputado à "crise internacional". Vemos, ouvimos e lemos, e custa a acreditar como "esta gente" se desculpa com a "crise internacional". A inépcia e a incapacidade demonstradas por este Governo para resgatar o país da recessão profunda em que se encontra, não encaixa no discurso eleitoral, não condiz com as promessas feitas ao eleitorado. Ainda hoje o Secretário de Estado Carlos Moedas, vem "confirmar que a recessão económica em Portugal em 2012 será mais profunda que o previsto, podendo chegar aos 2,5%, devido à crise internacional". Dantes  não havia o "efeito da crise internacional", o culpado era Sócrates, agora, todos os dias nos vêm dizer que estamos a sofrer com o efeito da crise internacional... Não será este discurso, apenas propaganda, para se desculparem com a inépcia deste Governo? Para além da subida de impostos e dos cortes em salários e pensões, ou do aumento dos transportes, gaz e electricidade -- que mais fez este Governo para o país sair da "crise internacional"?

 

O Governo de Passos Coelho nomeou uma comissão de "peritos",

liderada por Braga de Macedo -- o homem que em 1994 inventou o "país do oásis" lusitano -- para estudar a unificação dos organismos ligados à promoção de Portugal e das suas exportações, designadamente a Agência para o Investimento e Comércio Externo Português (AICEP), Turismo de Portugal, e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas Industrias (IAPMEI). Após dois meses de "meditação", estudo e exercício mental, a referida Comissão -- da qual faz parte o ex-ministro de Sócrates, Campos e Cunha -- apresentou ontem as conclusões do estudo ao primeiro-ministro Passos Coelho (conclusões dispersas em 1.453 páginas). Um estudo nada sintético. Além deste emaranhado de ideias, a Comissão não ousou decidir sobre a melhor opção. Não se quis comprometer com nada nem com ninguem. Passos Coelho tem agora mais um dossiê de 1.453 páginas para estudar. Os lóbis partidários estão no terreno. Uns querem que seja Paulo Portas a "ganhar a economia externa", outros preferem que seja o ministério da Economia a tutelar grande parte do novo organismo, pois o Turismo e as pequenas e médias empresas que não se dediquem à exportação, requerem uma acção concertada com os objectivos da economia nacional. Foi sugerida a criação do cargo de "Embaixador Intinerante", que me parece uma ideia imperialista. Isso é para os States, a Inglaterra e a Alemanha... A Portugal basta o trabalho  do Ministério da Economia, tendo como assessores os representantes dos sectores empresariais. Veremos como Passos Coelho vai resolver o problema, sem amofinar Paulo Portas.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:52 | link do post | comentar

Segunda-feira, 26 de Setembro de 2011

Continuamos em estado comatoso. O ministro das Finanças, Carlos

Gaspar, que ainda há duas semanas nos prometera a recuperação económica para o final de 2012, vem agora dizer que a "emergência nacional" vai continuar em 2012 e 2013... Ainda vamos sofrer mais, diz o ministro Gaspar... Passos Coelho, que desde há meses sabia do "desvio colossal" nas contas do Estado, ou seja, do "buraco" na Madeira (um "desvio" de 1.113 milhões de euros), anda agora a desculpar-se com a crise internacional, com o incumprimento da Grécia,e com a crise bancária europeia... Tudo isto para nos exigir ainda mais sacrifícios. De tal forma o faz, que até D. Policarpo e D. Azeredo -- ministros da igreja -- estão assustados e já preparam uma "acção" para implementarem um novo paradigma de "consumo" na sociedade portuguesa.... Até o beato Bagão Félix começa a "pregar" contra as medidas deste Governo. Enquanto isto, o Professor Marcelo continua a "pregar" na TVI, alegre, alacre e frenético, como quem não está a sofrer com esta "emergência nacional", descoberta e certificada pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

 

O projecto de lei contra o enriquecimento ilícito, aprovado na AR

pelo PSD/CDS e os votos do PCP e do BE, não dignifica os orgãos de soberania, nem travam a corrupção do Estado. Ao aprovarem esta lei, os deputados da "Santa Aliança" dão a entender ao eleitorado que os candidatos, propostos por cada um daqueles partidos, são vulneráveis no seu caracter, podendo, todos eles, ceder à chantagem exercida por quem tem negócios com o Estado. Fica-se com a impressão de que o próprio Estado não tem meios para se defender, o que não é verdade. O Estado pode escrutinar a acção dos seus funcionários bem como os negócios que o Estado realize com a sociedade civil. Anote-se o caso de Isaltino Morais, que foi condenado. Mas a questão maior levantada pela Lei agora aprovada, diz respeito ao ónus da prova... Quer dizer, o Estado acusa um cidadão de enriquecimento ilícito, mas não assume o ónus da prova. Terá que ser o acusado a defender-se, de uma acusação sem fundamentos... Não sou jurista, mas penso que isto não é razoável, não é de um Estado de Direito. Bem fez António José Seguro, que não sujeitou o PS à aprovação desta Lei.

 

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:53 | link do post | comentar

Sexta-feira, 23 de Setembro de 2011

Passados tres meses, este Governo neoliberal nada fez pela nossa

economia. Apenas subiu impostos e aumentou os serviços. Do super-ministro Álvaro [Santos Pereira], titular da Economia, pouco se sabe. Neste momento, todos aqueles que se aliaram à direita para derrubar o Governo de José Sócrates, rejeitando o PEC-4, estão agora numa grande depressão, desiludidos com este Governo. Eles são os professores, os funcionários públicos, os polícias, os militares, os utentes do SNS, os pais com filhos em idade escolar, os reformados... Todos esperavam melhoria nas suas cndições de vida, mas este Governo agravou brutalmente o nível de vida de cada um. É tempo de desilusão, de infelicidade, de desânimo. Que sinal de esperança e de justificação para esta crise, têm agora o BE e o PCP pelo papel que tiveram na queda do anterior Governo, quando se aliaram à direita para derrubar Sócrates? É dificil compreender os políticos e as suas jogadas políticas, quando estes se aliam, formando uma coligação de interesses antagónicos. Servem os seus interesses, esquecendo os interesses do país. A presente situação é disso um exemplo.

 

A aliança política entre partidos de direita e de extrema esquerda

tem efeitos nefastos. Veja-se o que aconteceu com a Madeira de Alberto João. Para assegurar o príncipio da estabilidade orçamental, o Governo de maioria PS aprovou, em Novembro de 2006, uma nova Lei de Finanças Regionais. A Lei passou na AR com os votos contra de toda a Oposição, excepto o CDS, que se absteve. Mais tarde, em Fevereiro de 2010, durante o Governo minoritário de José Sócrates, a oposição aprovou, com os votos do PSD, CDS, BE e PCP, uma alteração à referida Lei, no sentido de retirar ao Governo Central o poder de fixar o limite de endividamento, levando a que, as verbas retidas pelo Estado fossem afectas à amortização da dívida da Região da Madeira, onde o desregramento era moeda corrente. E, com esta nova Lei, aprovada pela "Santa Aliança" em maioria na AR, o soba da Madeira pode continuar a gastar à tripa fôrra, em obras de fachada, que hoje se encontram encerradas, por inutilidade ou por falência devido a gestão danosa. E assim chegámos ao descalabro das contas da Madeira, cuja dívida deve ser superior a 6.000 milhões de euros... Tudo isto com o beneplácito da "Santa Aliança".



publicado por Evaristo Ferreira às 12:13 | link do post | comentar

Quinta-feira, 22 de Setembro de 2011

A partida de Ponta Delgada, em avião da Sata, foi mesmo a tempo

de fugir ao Presidente Cavaco Silva, admirador das "vacas que riem" (à sua chegada a Santa Maria), e das "anonas que são podadas" (na sua casa da Coelha) no Algarve. O Presidente foi recebido por Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores. que vai terminar o seu mandato após as eleições regionais de 9 de Outubro, conforme determina o Estatuto Autonómico. Ficaria bem a Cavaco Silva  (que há um ano, durante as suas ferias no Algarve, surpreendeu tudo e todos com uma urgente "comunicação ao país" para justificar a sua discordância com o novo Estatuto dos Açores) se mostrasse agora a Carlos César o quanto ele (Presidente) estava errado, ao recear a perda de "soberania" sobre o Governo Regional dos Açores. Ficaria bem a Cavaco Silva, se fizesse agora uma comunicação ao país, em directo de Ponta Delgada, a elogiar a governação do arquipélago dos Açores, que nada tem de similitude com a governação exercida pelo soba Alberto João na ilha da Madeira.

Após uma visita a S. Miguel, Ilha  Verde e capital dos Açores, onde

as suas lagoas, parques, montes, cidades, vilas e aldeias nos surpreendem pela sua beleza deslumbrante, chegamos aqui, ao Continente, e ficamos atordoados. Pelo ritmo de vida, pelas cidades atulhadas de carros, pelo desassossego causado pelos "meios de comunicação social" e com a palração dos "papagaios" nas televisões, rádios e jornais. Mas hoje, o meu espírito foi recompensado. O neurocientista António Damásio, numa cerimónia de doutoramento honoris causa pela Universidade de Coimbra, disse o que "esta gente" sempre se recusou a admitir: "não vejo que a situação de Portugal seja tão extraordinariamente diferente de outros países no Ociedente". [...] "Não falem constantemente do problema de Portugal. Não há só problemas de Portugal. Há problemas de conjunturas políticas muito maiores". O reputado neurocientista português, que vive nos States, afirma que 'a crise financeira deve ser abordada tanto com a razão como com a emoção e discorda que se fale de uma crise portuguesa, porque [ela] é global'. "Não é possivel ter respostas emocionais ou respostas ditas racionais puramente. São sempre precisos os dois aspectos para chegar a soluções que resolvam problemas" -- declarou o cientista que mais tem estudado o cérebro humano. Ora, nem mais. Pedro Passos Coelho, que sempre "desconheceu" a crise financeira global, começa agora a falar da "crise europeia", como o fez na entrevista à RTP, nesta terça-feira. Porém, como está no poder, e já "sente" a realidade, entrou agora numa choradeira e num exercício sádico de luta contra a "emergência nacional", que até a imprensa internacional se alarmou... Passos Coelho não devia "soprar" o que lhe vai na alma: "se a Grécia falhar, o nosso país será forçado a pedir segundo auxílio à Troika"... Isto é sadismo. No dia seguinte, os "mercados" ficaram em pânico. Senhor primeiro-ministro, cuidado com as emoções!.



publicado por Evaristo Ferreira às 12:04 | link do post | comentar

Quarta-feira, 14 de Setembro de 2011

A garantia dada hoje pela Chanceler Angela Merkel ao secretário

de Estado americano, Timothy Geithner, de que "não vai haver nenhum Lheman Brothers na Europa", deixa-me confiante e sossegado quanto ao futuro da Grécia e do Euro.

a crónica do assolapado Vasco Graça Moura, publicada no DN de hoje, leva-me a perder a esperança na "recuperação mental" do antigo poeta que, definitivamente, se virou para a política manhosa, o comentário sórdido, a terminologia mais escatológica. O coitado vem hoje palrar sobre o Congresso do PS, dizendo que o Tozé Seguro devia ter-se demarcado da política de Sócrates. O epitemologista continua bolçando ódio e raiva felina contra José Sócrates, a quem acusa pelo desvario económico e financeiro europeu...

Ao lado de VGM, o DN colocou uma arenga do flatulente Carlos Abreu Amorim, que continua a afirmar que é "dificilserliberalem portugal@gmail.com".

Este Amorim tambem veio dar conselhos a Tozé Seguro: "Braga deveria ter sido o virar da página dos últimos seis anos".  Esta frase aplica-se bem ao liberal CAA, pois andou a perorar sobre liberalismo durante seis anos no Blasfémias... Mas não fez carreira, por incompatibilidade com a Helena Matos, que haveria de tornar-se a estrela daquele blogue.

Para álem destes assolapados flatulentes, ainda fiquei chocado com o facto da "gente séria, honrada e competente" deste Governo fazer tábua rasa daquilo que em campanha condenaram: os ajustes directos. Para a privatização da EDP, da REN e da GALP o Governou ajustou, por contrato directo (sem concurso), com a consultora Perella Weinberg Partners, a assessoria para a venda daquelas empresas. Por um balúrdio... 20 milhões de euros. Afinal, este Governo continua a mentir. Enganou os portugueses.

Enxofrado com tudo isto, estou de malas aviadas. Vou uns dias até aos Açores. Espairecer. Rasurar da memória estes barbaridades cometidas por autoproclamada "gente honesta, honrada e competente".

S. Miguel -- a Ilha Verde -- está a sofrer com as alterações climáticas. Desde Abril que as chuvas têm sido escassas. Aguarda-se pelo "reposicionamento" do anticlone dos Açores.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:44 | link do post | comentar

Terça-feira, 13 de Setembro de 2011

A partir de Outubro, a Grécia deixa de pagar ordenados e pensões,

por falta de dinheiro em caixa. Se na reunião de hoje, entre Angela Merkel e Sarkozy, ficar decidido que aceitam a "queda progressiva" da dívida grega -- embora Atenas continue no euro -- podemos estar perante uma crise europeia com consequências desastrosas para os países que estão a ser assistidos pela Troika,como é o caso de Portugal e da Irlanda, mas tambem Espanha e Itália, que estão a ser vítimas da gula dos "mercados". O desastre pode ainda afectar a Bélgica e a França, por efeito dos seus défices e da dívida. A banca francesa está a ser penalizada, com fortes quedas das suas acções, devido ao facto de terem em carteira enormes quantidades de obrigações do Tesouro grego.

 

A tragédia grega, a acontecer, vai tambem penalizar os grandes

bancos de investimento americanos, designadamente o Goldman Sachs, que sempre "ajudou" a Grécia a "mascarar" as suas contas públicas, para poder entrar no clube do Euro. O tsunami in progress é de tal ordem que até o Secretário de Estado do Tesouro americano, Timothy  Geithner, vem à Europa para assistir a uma reunião com os seus congéneres da Zona Euro. Por outro lado, se a Grécia for abandonada ao seus destino, a Troika deverá fazer  mea culpa, devido à forma e ao conteúdo dos acordos impostos à Grécia, que não tiveram em conta a profunda recessão a que conduziriam a economia grega. Os acordos deviam comtemplar prazos mais dilatados, juros mais suaves. A falência do acordo, embora se diga que será por inépcia de Atenas, é tambem um falhanço do esquema montado pela Troika. Vamos esperar pela decisão de Merkel e Sarkozy.

Decididamente, nada do que disse Pedro Passos Coelho sobre os

"mercados" está a acontecer. Tem acontecido o contrário daquilo que Passos prometeu. Os "mercados" -- dizia ele -- não têm confiança em José Sócrates. Eu formarei uma equipa de "gente credível, honesta e competente" para acalmar os "mercados". Os juros da dívida vão descer e os "mercados" vão dar-nos crédito... Tem-se visto, como os "mercados" gostam desta "gente honrada". Os juros, que à data da rejeição do PEC-4 estavam nos 6,35%, atingiram os 13% no dia 10. O Financial Times e o Wall Street Journal, deixarem de pedir entrevistas a Passos Coelho... José Sócrates sabia que tinha acontecido uma "crise financeira" glogal, mas Passos Coelho e os seus acólitos só agora descobriram a "crise internacional"... Foi assim, através do ódio e da mentira, que chegaram ao "pote".



publicado por Evaristo Ferreira às 14:46 | link do post | comentar

Segunda-feira, 12 de Setembro de 2011

António José Seguro ganhou em toda a linha no Congresso do PS,

realizado em Braga, este fim de semana. José Seguro controlava o "aparelho do partido", por isso não espanta o resultado obtido. É sempre assim, tendo ganho nas "directas" -- por controlo da máquina do partido -- José Seguro foi agora entronizado. Sobre o futuro, poucas foram as ideias inovadoras apresentadas. Quanto ao passado recente, nada foi dito por duas razões: por um lado, Seguro quiz demarcar-se de Sócrates, de quem era crítico; por outro, pretendeu "renovar" o PS, mas sem o conseguir -- mudar o emblema, acabar com a "rosa" e colocar-se mais à esquerda, não vai beneficiar em nada o partido PS. José Seguro devia demarcar-se da "esquerda" que se aliou à direita para derrubar o Governo do PS, e que sempre recusou partilhar as responsabilidades da governação. O PS é um partido interclassista, moderador e com largo apoio da classe média. Os portugueses sabem que o PS sempre esteve do lado da democracia, com os valores do socialismo e dos direitos humanos. O lugar do PS não é onde estão o BE e o PCP.  Estes partidos sempre farão do PS um adversário e inimigo. O lugar do PS é ao "centro", com as suas políticas sociais e económicas, com a ciência e a inovação, com a Europa e a CPLP, com os valores do socialismo.

É inacreditável que José Seguro, por muito que lhe custasse, não tivesse feito referência à governação socialista dos últimos seis anos, liderada por José Sócrates. O "esquecimento" de José Seguro é sinal do azedume que sente por Sócrates. É, tambem, querer "tapar o sol com a peneira", pois o país foi beneficado com a gestão de Sócrates. Em 2005, tendo recebido um país com um défice de 6,83%, José Sócrates chegou a 2007 com um saldo negativo de 2,8% e com a economia a crescer 2,7%. A partir de 2008, com a crise americana do sub prime, as coisas complicaram-se e Sócrates viu-se obrigado a implementar medidas que a UE e os EUA estavam a tomar: ajuda à banca e às empresas, investimento público para animar a economia, designadamente através da construção de estradas, e renovação de todo o Parque Escolar nacional. Em seis anos Sócrates expandiu as exportações, investiu nas energias renováveis (somos o quarto país a nível mundial), na ciência e tecnologia e com parcerias das melhores Universidades internacionais. Modernizou a administração pública, os serviços de notariado e dos Tribunais. O Projecto Tecnológico serviu de base ao acesso de serviços online e à democratização do uso de computadores pessoais, etc. As Universidades portuguesas competem hoje em "ciência e inovação" ao nível das suas congéneres europeias. E José Seguro, que ideias inovadoras apresentou neste congresso? Que projecto tem José Seguro para o futuro de Portugal?

Se é certo que, cada época tem os seus protagonistas, e estes serão o que as circunstâncias permitirem, pouco há a esperar de José Seguro, pois está amarrado ao Programa da Troika... Ainda que a actual coligação possa implodir -- levando à exclusão do CDS -- José Seguro sempre será o "seguro" de Passos Coelho. Nada nos garante que o Bloco Central, naquelas circunstâncias, não seja reeditado. Para bem do país... E aí, sim. José António Seguro poderá marcar pontos... Porque é obrigatório "resgatar" este país dos braços da Troika.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:48 | link do post | comentar

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