Quinta-feira, 30 de Junho de 2011

O Programa de Governo apresentado esta tarde na Assembleia da

República, tem sido tão propalado nos meios de comunicação social, que até parece ser um documento original. Mas não é, o programa que o Governo tem para executar, é o Programa da Troika. Ponto final. Têm sido tantas e tão variadas as análises feitas pelos "analistas e comentadores" da nossa praça, que do programa apresentado hoje por Passos Coelho, só resta a espuma e o desperdício daquilo que pouco ou nada vale. Seria bom que Passos Coelho cumprisse o que prometeu em 16-6-2011: "O Governo vai apresentar mais resultados do que palavras". Ora, o que se tem constatado, é que temos muito palavreado e poucos resultados. Aliás, o Governo não se poupou a promessas e coisas vagas. O Programa da Troika tem 34 páginas, mas o Programa do Governo -- que prometeu "ir mais além" -- tem 129 páginas, com "receitas da troika", é verdade, mas cosido e remendado com palavrório arengado, cheio de rodeios e argumentos capciosos. Em tempos de crise, não se entende como pode o Governo dar-se ao trabalho de "produzir" um Programa com 139 páginas, quando a Troika conseguiu encaixar o seu Programa em apenas 37 páginas!... A que se deve este poder de síntese? À análise fria e concreta dos problemas, colocando de lado as considerações, os adjectivos e as efabulações. Este é o tempo das SMS, do e-Mail, da Blogosfera, do Facebook, do Twitter... Tudo isto exige sobriedade nas palavras, assertividade nas frases, rapidez de raciocínio. Creio que muito pouca gente terá paciência para ler um Programa de Governo com 129 páginas.

Em política o que parece, nem sempre é... Devido às falsas proposições.



publicado por Evaristo Ferreira às 17:57 | link do post | comentar

Quarta-feira, 29 de Junho de 2011

O vendaval que fustigava os países periféricos da UE, vindos de

Atenas, amainou esta tarde, mas o temporal continua a fustigar a capital helénica. Cumpridos dois dias de greve geral, os tumultos continuam na rua, perpetrados por niilistas, anarquistas, desempregados, indignados em geral. O Parlamento grego aprovou novas medidas de austeridade, por maioria socialista. A direita, que há dois anos está na oposição, votou contra. Mas o retrato da actual crise grega, é o espelho da governação deixada pela Nova Democracia. Todavia, é bom não esquecer, a crise financeira alastrou sobre a Europa, vinda do outro lado do Atlântico. Com este tufão, as frágeis economias europeias, entraram em colapso. Por cá, já não se podem gabar de que Portugal é o único país da UE em recessão no ano de 2012. A Dinamarca, tambem entrou em recessão. (Mas não me venham dizer que a culpa é do engenheiro Sócrates).

Atenas está á beira de um ataque de nervos... Hoje viveu um dia de cólera.



publicado por Evaristo Ferreira às 18:34 | link do post | comentar

Terça-feira, 28 de Junho de 2011

Finalmente o primeiro-ministro, Pedro  Passos Coelho, completou a

"equipa" que vai "navegar, por mares nunca dantes navegados", a fim de "dobrar o Cabo das Tormentas" e acabar com a crise económica e financeira que assola este país. Porém, não podemos esquecer que a taróloga Maya continua a exercer influência sobre Passos Coelho, tal como fizera na campanha eleitoral. Este facto pode constituir um "enguiço" para a "equipa" de Passos Coelho, desde que não sejam cumpridas as promessas feitas aos deuses e às estrelas do céu... Quando se faz um pedido, fica-se em dívida; quando a dívida não é paga, é-se castigado. Além do Tarot, a "equipa" de Passos Coelho está sob o efeito da Numerologia... Trata-se de uma "equipa" com 11 jogadores (o árbitro é Passos Coelho) e a estratégia é 4 x 3 x 4, cuja soma é 11. O número 11 corresponde ao símbolo 2. Este 2, corresponde aos dois Secretários de Estado (Francisco Zé Viegas e Carlos Moedas), que tomaram posse com a "equipa", perfazendo, assim, o número 13 -- um número que pode ser "santo", mas tambem pode ser de "azar"... Depois, temos os 33 Secretários de Estado, que hoje foram empossados. Ora 33, dá o símbolo 6 (o dígito da Besta). Mas tem mais: 33 foi a idade com que Cristo foi crucificado. Depois de analizados estes factos (concretos), é fácil apontar o erro cometido por Passos Coelho, quando "misturou" a "equipa" de 11 com mais 2 Secretários; outro tanto fez com os empossados de hoje: eles eram 35 (a soma deste número é 8, um número de riqueza), mas Passos já havia subtraído 2, pelo que restam 33 = 6 (o tal número da Besta). Cruzes, canhoto!

Perante tudo isto, a "equipa" de Passos Coelho está exposta a agoiros e enguiços de abracadraba -- nem mesmo a Maya, com as armas que tem (as cartas de Tarot) vai conseguir desfazer tantos nós. (Sim, o António Carrapatoso já tinha escrito a livro Desatar o Nó, mas ficou fora do Governo). Eu temo pelo futuro. As coisas vão complicar-se. A "trapalhada" com o Bernardo Bairrão, é um sinal da Besta. Não esqueçamos como tudo se passou: Miguel Macedo escolheu Bairrão para Secretário da Administração Interna, o Professor Marcelo, na sua homília dominical na TVI, quiz surpreender tudo e todos, indicando o nome do administrador da TVI para Secretário do MAI. Disse e repetiu o nome, duas vezes, pois o Júlio Magalhães ficou de queixo caído, ao saber que o seu patrão ia sair de Queluz... A impertinência do oráculo Marcelo, fez com que Passos Coelho (que não é um "animal manso") desse o dito por não dito e escolhesse outro nome para o cargo, Filipe Lobo D'Ávila. Passos Coelho já teve que emendar o "ficheiro que tem na cabeça", quando teve de substitiur Nobre por Assunção Esteves. Voltámos às "trapalhadas". 

Sinceramente, estou preocupado com o futuro.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:41 | link do post | comentar

Segunda-feira, 27 de Junho de 2011

Já se conhece a maioria dos Secretários de Estado que vão tomar

posse amanhã. Do Governo pouco ou nada se sabe. Há minutos fiquei a saber que Passos Coelho está a ultimar o Programa de Governo, que deverá apresentar até ao fim desta semana. Entretanto, a máquina do Estado vai funcionando, mas da parte dos ministros nada de relevante há para assinalar. Apenas o estrangeirado ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, apareceu em público, na abertura da Feira do Artesanato, realizada nos pavilhões da FIL. Eu sempre esperei, que o professor de Vancouver, agora ministro da Economia e do Emprego, tivesse uma brilhante ideia para desenvolver a economia nacional, mas não, não tem uma ideia para o país. Até pensei que apresentasse um novo paradigma para o desenvolvimento industrial do país, ou seja, uma parceria com a BHP-Biliton (para as pirites do Alentejo), um projecto ligado à NASA (para dar trabalho à OGMA), uma parceria com o Canadá (para a pesca do bacalhau), um avultado investimento da Exxon-Mobil (para sondagens de hidrocarbonetos na plataforma continental), mas não, o estrangeirado ministro da Economia só tem uma ideia para desenvolver este país: criar um cluster de artesanato, com a marca Portugal, para exportarmos para o resto do mundo... Sinceramente, penso que isto é pouco, muito pouco, de quem tanto era esperado. O artesanato (barato) vem de Marrocos, da  África subsariana, da China, da Tailândia ou do Paquistão. Como vamos nós competir com estes mercados, que têm mão-de-obra tão barata? Por outro lado, é sabido que os artesãos, não têm contabilidade organizada, não são capazes de criar milhares de postos de trabalho, raramente pagam impostos, e nem sequer descontam para a TSU... O ministro da Economia e Emprego, com a sua visita à Feira do Artesanato, promete-nos uma vida de miséria, uma penúria para as Finanças públicas, um futuro onde não cabem os nossos académicos, nem os técnicos formados pelas nossas Universidades. Só uma pessoa estrangeirada, a viver no Canadá, é que pode ter de Portugal uma visão tão anacrónica, tão rural e tão pitoresca, como é o caso de Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e Emprego. Mas eu espero que Passos Coelho corrija o rumo do ministro. (Faço ironia, mas há nisto um pouco de verdade)

As nossas preocupações, dentro e fora da UE, estão neste momento

viradas para Atenas, à espera que o Parlamento grego aprove hoje

novas medidas de austeridade, para pôr fim a uma ameaça de implosão

financeira global, pior do que a crise do sub-prime americano...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:44 | link do post | comentar

Sexta-feira, 24 de Junho de 2011

Já passaram tres dias após a tomada de posse do Governo mas,

apesar da propalada dinâmica de trabalho duro e intenso, prometida pela equipa de Passos Coelho, com vista a cumprir e "ir mais além do programa da troka", até agora não dei por uma única e simples medida tomada pelo Governo. Tres dias depois da tomada de posse, já era tempo de vermos e sentirmos o suor do Governo. Mas, até agora, só o ex-blasfemo Carlos Abreu Amorim, deu sinal do ministério passista, ao aparecer nos Estaleiros Navais de Viana para dizer aos trabalhadores que é preciso calma, que a inactividade do Estaleiro se deve à ìnação do anterior Governo, e que tem a certeza de que "este Governo vai resolver", a seu tempo, o nó górdio que estrafega os estaleiros de Viana.

 

Passos Coelho foi a Bruxelas, para assistir ao Conselho de Ministros

da UE. Viajou em classe económica, para poupar. Esteve com os parlamentares ligados à sua familia política. Foi apresentado aos seus pares, a este e áquele, como se faz no baile de debutantes. Durão Barroso serviu de cicerone e a senhora Merkel deu-lhe a sua benção. No final, o primeiro ministro Passos Coelho, para além de afirmar que foi muito bem recebido e teve o apoio dos seus pares, até foi elogiado pela sua coragem em cumprir o "acordo da troika", e por ter reiterado que iria muito mais além... Disse ainda, que a Comissão Europeia lhe prometeu reprogramar os fundos estruturais do QREN para serem utilizados na revitalização da economia portuguesa... José Sócrates já tinha acordado parte deste pacote, e Maria João Rodrigues, conselheira da UE, já havia dito que esse trabalho ia continuar. Portanto, qual foi a novidade, qual foi o resultado obtido por influência de Passos Coelho em Bruxelas? Rien de rien.

 

Na emergência em que o país se encontra, e com 10 ministros em

exercício, é altura de perguntar: que tem feito ou já fez cada um dos ministros deste Governo? Se nada fizeram pelo país, de que estão à espera? Ou estão de mãos atadas pelo primeiro-ministro Passos Coelho, cuja ausência em Bruxelas, impede os ministros de trabalharem no duro, como tinham prometido? Se nada fizeram, para além de arrumarem os gabinetes, as secretárias e os computadores, então é porque -- tudo leva a crer -- estão à espera dos Secretários, para lhes apresentar os dossiês da troika. O "trabalho duro", portanto, está adiado até ao dia 27 ou 28, data da tomada de posse dos Secretários de Estado.



publicado por Evaristo Ferreira às 17:37 | link do post | comentar

Quinta-feira, 23 de Junho de 2011

O Governo, na ânsia de mudar e fazer, acaba por meter o pé na

argola. Esta é uma característica do amadorismo, mas tambem da falta de experiência, da acção tomada pelo impulso, da falta de ponderação na tomada das decisões. Passos Coelho, o seu Governo e os seus conselheiros, têm uma agenda reformista, neo-liberal. Estão todos ansiosos por dar início a um programa de Governo que tem como objectivo as políticas neo-liberais vigentes na União Europeia. Daí que, com a inexperiência governativa de todos eles, acabem por tomar decisões erradas no tempo e na forma.

 

A)- Ao insistir na figura de Fernando Nobre para a Presidênda da

AR, Passos Coelho averbou a sua primeira derrota. Não teve em consideração a opinião dos deputados do PSD, e muito menos da dos outros partidos. Ele sabia que Nobre era um outsider, que dissera não querer juntar-se aos "políticos profissionais". E estes acabaram por lhe dar resposta na AR.

 

B)- Passos Coelho disse que não pensava em renovar o mandato

dos Governadores Civis, porque ia extinguir aquele cargo. Vai daí, 16 dos 18 Governadores demitiram-se, e agora, em caso de calamidade nacional, não há quem coordene os meios de socôrro... O primeiro-ministro esqueceu-se, ou desconhece, que este cargo é uma "questão constitucional e de organização do Estado". Para extinguir este cargo, é preciso modificar a Constituição da RP. Sem Governadores Cívis, em caso de eleições, como vai o Governo resolver a distribuição dos boletins de voto?

 

C)- Passos Coelho tomou a decisão de viajar em classe económica,

e de dispensar a sala VIP do aeroporto. Trata-se de uma medida populista, já que o primeiro-ministro dispôe de um Fancon para deslocações urgentes, para ir a Bruxelas ou Estrasburgo. Em classe económica, no meio de todos os demais passageiros, como vão poder, Passos Coelho e os seus ministros, estudar os dossiês e preparar a sua agenda a bordo? Estas contingências só têm resolução em "classe executiva", com meios adequados e a confidencialidade rnecessária.

 

Haverá muito por onde cortar na despesa. Muito mais haverá,

cortando na fraude, na corrupção, na duplicação de gastos. O Governo deve "cortar" onde seja realmente moralizador, correcto e justo. Ainda agora foi noticiada uma "fraude gigantesca" no SNS. Os médicos criminosos utilizavam vinhetas para compra de medicamentos, cujo montante ronda os 40 milhões de euros... Só este valor dava para cobrir a despesa com os Governadores Cívis mais as viagens do Governo em "classe executiva". O Estado e o seu Governo ficariam melhor servidos e dignificados na sua representação. Passos Coelho não deve agir por impulso, mas sim por convicção, por conhecimento, com dignidade.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:13 | link do post | comentar

Quarta-feira, 22 de Junho de 2011

Já tudo foi dito e redito sobre a tomada de posse do novo Governo.

No entanto quero deixar aqui o meu registo do evento. Dir-se-ia que este Governo fica marcado pela chegada da estação mais quente, isto é, pelo início do verão e pelo respectivo solistício, quando o Sol atinge o ponto mais alto no hemisfério norte. Ontem foi o dia mais longo do ano, hoje começa a fase decrescente, até chegarmos a 21 de Dezembro. Este registo tem a ver com o facto do primeiro-ministro, Passos Coelho, estar marcado pela astrologia e pelas cartas do Tarot, deitadas pela taróloga Maya. Foi ela quem deu confiança a Passos Coelho, ao segredar-lhe, no inicio da campanha eleitoral, que ele seria eleito primeiro-ministro de Portugal. Daí que Passos Coelho, ungido pela taróloga Maya, se lançasse na disputa eleitoral, com redobrada confiança, pois "estava escrito nas estrelas" que a vitória ia ser dele. E foi. No entanto, não posso confirmar se a taróloga Maya, continua a ser "conselheira" do actual primeiro-ministro. Mas é provável que tenha lugar reservado num pequeno gabinete do Palácio de S. Bento, onde exercerá a sua actividade adivinhatória. Para bem do primeiro-ministro e de Portugal.

 

Quanto aos ministros que compôem o Governo de Passos Coelho,

para além do seu currículo académico, da sua experiência  profissional e/ou parlamentar, estou certo que alguma coisa deve mudar. É que, em tempo de crise, ao ministro da Economia, Alvaro Santos Pereira, não basta falar de emagrecimento do Estado, tem o dever de mostrar que assim é, ou seja, o ministro tem que cortar, emagrecer, queimar as gorduras... Ele não pode dizer uma coisa e fazer outra. O ministro tem "gordura em excesso", deve fazer dieta, comer menos, beber menos Jack Daniel's e mais água da torneira. Um exemplo de sobriedade, no que toca a emagrecimento, é o ministro Mota Soares, aquele que anda de Vespa, e não de BMW... Vamos ver se ele se deixa "contaminar" pelo exemplo dos seus pares, e troca a Vespa por um Mercedes... Quanta à polivalente ministra da Lavoura, das Pescas, do Ambiente e do Território, estou para ver como vai ela gerir a sua "quadratura ministerial". Penso que vai sair muito caro ao Estado. Para desempenhar o seu cargo, Assunção Cristas vai carecer de um tractor, de um barco, de um todo-o-terreno e de uma vioneta. Ora, tudo isto custa dinheiro. Poupar, poupar... mas isto assim é pior a emenda do que o soneto. Quanto ao matemático ministro da Educação e Ciência, deixe-mo-lo poisar... O ministro andava nas nuvens, ainda não aterrou. Estava a "sonhar", lá no céu etéreo, quando foi chamado a desempenhar funções num ministério que tanto criticou... sempre pela negativa. Vamos ver que matemática, que algoritmos, que geometria euclidiana vai o ministro Nuno Crato, aplicar à educação deste país. Quanto aos restantes minitérios, são o que deles se espera.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:58 | link do post | comentar

Terça-feira, 21 de Junho de 2011

Assistimos ontém a uma cena pungente desenrolada na Assembleia

da República. Fernando Nobre, ex-candidato à Presidência da República, émulo de Cavaco Silva, convidado por Passos Coelho para cabeça de lista por Lisboa às legislativas de 5 de Junho, tendo a promessa de que iria ser eleito para a Presidência da Assemleia da República, apresentou-se no hemicíclo, sózinho, ignorado, sem ninguém para o receber, perdido naquele labirinto de "profissionais da política", a quém ele sempre menosprezou, e agora ali estava ele, sem saber o que fazer. Era um homem só, ignorado pelos seus pares, à espera de ser socorrido... Foi uma cena patética, carregada de pungente falta de solidariedade e excesso de maquiavelismo político. Mais tarde, depois de preenchido o "cadastro", Nobre foi sujeito a votação do seus pares, sendo rejeitado na primeira votação. Insatisfeito com o resultado, Fernando Nobre aceitou ir a segundo escrutínio. Pior, ainda: foi novamente rejeitado, mas com menos um voto. Foi uma humilhação, para Nobre, e uma derrota para Passos Coelho. Todavia, este episódio, mostra que em política, nada está préviamente ganho. Os deputados deram uma lição política, optando pelo bom senso, pelo rigôr e pela competência na escolha para a hierarquia do segundo magistrado da Nação.

A derrota de Fernando Nobre tem muitas leituras, conviria a alguns,

mas, quem deve estar mais satisfeito com esta derrota, deve ser Cavaco Silva. Fernando Nobre, enquanto candidato à PR, atacou Cavaco Silva, exigiu-lhe esclarecimentos sobre a moradia da Coelha, sobre a venda de acções do BPN, mas Cavaco Silva fechou-se em copas, e acusou Fernando Nobre de lançar "suspeitas infundadas". No dia das eleições, Cavaco Silva dirigiu um ataque a todos aqueles que o "acusaram de falsidades", e com tal veemência o fez, que até se esqueceu de que, após ser eleito, era o "Presidente de todos os portugueses". Cavaco Silva elogiou os portugueses que o tinham apoiado, e demonizou os que contra ele votaram. Nesta hora, Cavaco Silva deve ser a pessoa mais feliz, com a derrota de Fernando Nobre. Já não teme por ser "susbstituido" por aquele que foi seu "inimigo", nem tem que lhe apertar a mão nas cerimonias protocolares. Por outro lado, Fernando Nobre (e todos os chamados independentes), não devem esquecer que, para fazer parte da classe política, não se pode rejeitar esta, nem tão pouco acusá-la por ser a causa de todas as "desgraças do país". Em Roma, sê romano.

A rejeição de Nobre, é tambem uma derrota do oráculo Marcelo Rebelo de Sousa. Tentando jogar com uma "dupla", Marcelo, na sua homilia dominical da TVI, explicou porque apostava (áquela hora) na eleição de Nobre. "É possivel: só o PSD tem 108 deputados; o resto virá do CDS/PP ou até do PS". Para Marcelo "eram favas contadas". O resultado prova que Marcelo está a perder qualidades como adivinho-mor.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:42 | link do post | comentar

Segunda-feira, 20 de Junho de 2011

Eu sei que tudo já foi dito e redito sobre o Governo da coligação

PSD/CDS-PP, liderado por Passos Coelho. No entanto, eu ainda não tive ocasião para expressar a minha opinião, pelo que -- penso eu -- ainda venho muito a tempo de o fazer, dado que o "Governo de segunda linha" ainda não foi empossado, ou seja, ainda falta conhecer o nome dos 45 Secretários de Estado, que vão servir de" trincheira" aos ministros do PSD (4), do CDS-PP (3) e aos "Independentes" (4). Temos 11 ministros, dos quais 5 não têm experiência parlamentar; estes são considerados "técnicos", são a turma que está ligada aos Chicago Boys, do ultra-liberal Milton Friedman, aquele que advogava a liberalização dos mercados, a redução do Estado, a promoção da liberdade individual, e a aceitação do suicidio por parte daqueles que quizessem acabar com a sua vida -- uma espécie de suicidio praticado hoje pelos "mártires" do Islão.

 

Não sou formado em futebol, mas sei que a táctica 4-3-4 é usada

por treinadores como o Mourinho, Vilas-Boas ou Jesus. Portanto, ainda bem que Passos Coelho escolheu esta estratégia para governar este país, tão carecido de vitórias. A equipa de Passos Coelho tem tres bons jogadores, dos "melhores de todos nós" -- dizem eles. São o Ministro das Finanças, Carlos Gaspar, o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, e o Ministro da Educação, Nuno Crato. O primeiro e o segundo vão superar as expectativas. Já o segundo, "matemático de nomeada", tem que provar se é capaz de enfrentar o Nogueira da Fenprof e não ceder aos professores. O Ministério da Economia foi entregue ao "teórico e sebenteiro" Álvaro Santos Pereira, que escreve nos jornais e na blogosfera, mas tem um pé em Vancouver (Canadá) e outro neste rectangulo da Europa. Todas as suas teorias podem cair por terra, mas, sinceramente, eu espero que isso não venha a acontecer. Porque isso seria castastrófico para o Governo, para o país, e para mim. (Ta renego Belzebu!) Quanto ao resto da equipa, estamos conversados. Paula Teixeira da Cruz (a durona) e Assunção Cristas (a sabichona), vão depender muito dos seus Secretários de Estado.

 

NOTA FINAL: As coisas parece que até estão a correr muito bem

ao país e a este Governo. A "Geração à Rasca" está queda e muda; os sindicatos da CGTP estão de quarentena; terminaram as greves na CP, Carris, Metro e REFER, e na TAP os trabalhadores de bordo desistiram de decretar a falência da empresa. Ainda bem. Por outro lado, ainda há cerca de um mês, este país vivia um clima de "fome generalizada", de gente com "fome envergonhada", com escolas abertas ao fim-de-semana para darem de comer aos alunos cujos pais passavam fome, e com apelos ao óbulo dos cidadãos para acudir às familias e IPSS sem vintém... Felizmente, com a saída de Sócrates, tudo isto desapareceu, como por milagre. Agora tudo está de barriga cheia, toda a gente está feliz... Até a "equipa dos melhores de todos nós", entrar em campo e começar a jogar.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:39 | link do post | comentar

Sexta-feira, 17 de Junho de 2011

Não me agradaria ver Paulo Portas como ministro dos Negócios dos

Estrangeiros. Isso causar-me-ia vergonha e raiva. Penso que, o ministro desta pasta, deve representar o que de melhor tem o seu país, em todos as áreas, na diplomacia, na história, na cultura, na linhagem da raça lusitana. Ora, eu não estou a ver Paulo Portas com estas qualidades, nem tão pouco com um pingo de dignidade intrínseca, exigida pelo magistériio da diplomacia. Com Portas, Portugal vai ser representado por um senhorito que não tem o perfil mínimo para aquela função. Portas é agarotado, saltitante, camaleão na política, inconstante no comportamento social, traquitanas no diálogo, feirante farsola, conservador nas convicções. É certo que Portas, após as arruadas, as visitas a mercados municipais e feiras francas locais (durante a campanha eleitoral), já alterou um pouco o seu perfil de comediante. Já aparou a trunfa que lhe saía do boné ou do chapeu de palha à lavrador, já compôs a marrafa para não exibir a pelada, já se empertigou para a frente...Mas isso, por si só, não o torna mais credível. Falta-lhe o caracter de um grande homem, de um diplomata negociador, esclarecido, ouvidor e recatado no sorriso. Com Portas o país vai ficar mais pobre. Eu não estou a ver Paulo Portas a captar a atenção da Assembleia Geral das Nações Unidas, a bater-se com os parceiros da Nato em reuniões para evitar a guerra, nem tão pouco a convencer os parceiros da União Europeia, ou seja a China, a Índia, a Rússia ou o Canadá. Não, isso não é possível, a menos que se tratasse de reuniões de gente com o cariz de Berlusconi. E já sabemos que il cavallieri está de malas aviadas. Que pobreza franciscana...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:54 | link do post | comentar

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