Os meios de comunicação social nacionais estão todos ao serviço do capital.
O Público de ontem relatou com alguma isenção a jornada de protesto, do dia anterior, efectuada em todo o país contra o Governo de Passos Coelho e as receitas da Troika, mas tambem foi vil e mesquinho ao registar, com grande destaque, a disparidade entre o número de manifestantes anunciado pelo movimento "Que se Lixe a Troika" e o cálculo efectuado pelo jornalista JPP. Um trabalho desnecessário, mas que muito deve ter agradado ao Governo e à Troika. O repórter esforçou-se por desvalorizar a mole imensa que foi protestar contra as políticas de Passos Coelho. O repórter JPP, técnico em agrimensuras, rebateu todos os números da organização. Mostrou, por A mais B, que a manif tinha sido um flop. Ele deixou registado que, no Terreiro do Paço, nunca podem reunir-se 180 mil pessoas, ainda que se lhe acrescente o Cais das Colunas. Disse mais. Disse que o Terreiro do Paço só pode receber 88 mil pessoas, quando muito 132 mil, mas se a densidade aumentar, então poderá receber 176 mil. Já na Rua Augusta, com a área de 6.500M2, poderá acolher 20 mil pessoas, desde que a densidade seja igual a 3... A Avenida da Liberdade tem 27.000M2, a Praça dos Restauradores tem 15.000M2, e o Rossio uns 17.000M2. Ora bem, estas tres áreas só podem receber 177.000 pessoas, à densidade 3, conluiu o repórter JPP. Portanto, daqui em diante, a CGT, a UGT, ou o movimento "Que se lixe a Troika", já não precisam de contar a esmo os manifestantes. Basta encher um dos locais agrimensionados por JPP, e tudo fica certificado.
"Não me lixem", como titula hoje o couceirista Vasco Pulido Valente na contra-capa do Público. Mas nada mais que aquele dixote, pois o historiador de Sidónio e Paiva Couceiro, vem descarregar a sua bílis no movimento "Que se Lixe a Troika", por este ter adoptado a canção/senha do 25 de Abril "Grândola, Vila Morena" como hino da sua organização. O ressabiado VPV (não confundir com Vinho Produzido em Valpaços) está desconfiado, pois aquilo é um movimento sem dirigentes, sem programa, sem estratégia, sem código postal. Isto é uma conspiração urdida por gente esquisita, pensará o historiador de Paiva Couceiro. Há muita gente com os nervos à flor da pele, a dar com a cabeça nas paredes, enquanto outros afirmam que "a sua dor é uma arma". Coisas distintas, que apenas baralham o nosso olhar. Tanto quanto faz o movimento dos "banqueiros reformados indignados" -- com reformas de 70.000 euros -- que pretendem fazer-se houvir, tal como fazem os reformados e pensionistas que ganham 600 euros... Cuidado com a cortina, cuidado com os oportunistas. Eles querem desvalorizar os protestos daqueles a quém o Estado -- pela mão de Passos Coelho -- confiscou parte das magras pensões a que tinham direito. (Que se lixe o JPP ao serviço do Público). Ponto final.
Na manifestação de 2 de Março, os reformados compareceram em grande número,
pela primeira vez. O empobrecimento do povo português é cada vez mais visível...
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