Francisco Louçã, dirigente do BE, aceitou o "convite" do DN para desabafar, após o desastre eleitoral de Manuel Alegre, de quem foi apoiante desde a primeira hora, pois adiantou-se ao PS. Ao aceitar o convite do DN para perorar no espaço de duas colunas, Francisco Louçã enfileirou na rede dos "papagaios" palrantes da nossa praça. Antes de chegar ao fundo da questão -- a derrota de Alegre -- Louçã divaga sem rumo certo, falando de um "fenómeno maravilhoso", de "plumitivos neoconservadores", de "manhosa contorsão...". Além de apodar António Vitorino de "astuto dealer", afirma ainda que Mário Soares, para derrotar Alegre, "mexeu uns cordelinhos na pnumbra.". Em seguida, Louçã fala em "sinaleiros do centro" (PS) e descobre os "hussardos do FMI", acabando por dizer que o "Presidente rancoroso, eleito por escassos 23 por cento do eleitorado [...] ameaça agora a imprensa que antes considerava 'suave' ". A meio da parlação Louçã dita para a folha a seguinte decisão: "O que verdadeiramente afunda o PS nas sondagens é a sua persistência fanática na política do FMI". Mais adiante Louçã mostra-se convencido e confiante neste seu diktat: "Lamento [...] desiludir os comentadores da 25a. hora: a campanha de Manuel Alegre significou um importantíssimo passo em frente na afirmação de uma esquerda que governe". Enfim. Nesta parlação, Louçã mostra que é um bom "papagaio". Ainda pensa que Portugal está fora da UE, que tem o poder de emitir moeda, desvalorizar esta em vez de reduzir salários, que tem uma frota costeira de alto-mar, que tem uma agricultura emparcelada ou de grandes herdades, etc. Como qualquer "papagaio", Louçã não tem uma ideia, um projecto inovador para este país de marinheiros, de fadistas do arrincanço, de saudosistas do passado, do tiro-liro e do so-li-dó, e de como "elas cantam e bailam em Paços de Brandão"... Era assim que falava o poeta Homem de Melo. Francisco Louçã não vai tão lonje, fica-se pelo chiste de António Vitorino: "Não há festa nem festança sem a Dona Constança". Siga o baile, na capoeira e no poleiro dos "papagaios".
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