Ainda não me inteirei de todo sobre o modo como tem decorrido a rapidinha
feita por Merkel a Lisboa. Os portugueses estão divididos, uns acham que sim, que é muito bem-vinda, e outros não a querem por cá, acusando-a de ser a causa de todos os males que se abateram sobre o país. Por mim, a Chanceler Merkel está à vontade, que venha muitas vezes e que leve uma imagem positiva de Portugal e dos portugueses. E como o dia de hoje está soberbo, ameno e soalheiro, a Chanceler Merkel vai ficar triste por não ter tempo para gozar deste clima primaveril. Ela vai voltar, e vai dizer agora que este país é maravilhoso para passar férias, de verão e no inverno. O nosso país pode vir a tornar-se na Florida da Europa ocidental. Angela Merkel vai fazer mais por Portugal do que o "produtor e realizador cinematográfico" Marcelo Rebelo de Sousa, que fez um vídeo sobre Portugal, onde mostra que ele não percebe nada de cinematografia, de representação, de casting, de script, de tudo e mais alguma coisa sobre cinema. O vídeo produzido pela Professor Marcelo é tão piroso, tão rasca, tem inócuo que até foi filmado em Belem, junto ao monumento dos Descobrimentos, numa tarde enevoada, chuvosa, a mostrar o contrário daquilo que a Chanceler Merkel pode ver hoje com os seus olhos: clima ameno, cheio de sol e um céu azul infinito como não há, por estes dias de Outono, em Berlim.
Quanto aos protestos, prometidos para este dia, contra a Troika, Merkel ou
FMI, digo o seguinte: às 12,00 horas fui fazer o meu jogging pelo Passeio Marítimo, entre Santo Amaro de Oeiras e a Praia da Torre (S. Julião da Barra). O trânsito na Marginal era escasso. Junto ao Forte, onde a Chanceler Merkel iria almoçar e reunir com o Governo, estava tudo normal. Às 14,00 horas, continuava tudo sossegado, excepto o Falâncio do costume, que fazia pela vida, procurando fama e proveito, com altifalante na mão. Àquela hora, havia uns mirones à espera da chegada de Angela Merkel. Havia muita polícia, em número superior aos mirones, e o dispositivo de segurança era visível: em terra havia cinco carrinhas da PSP, guardas ao longo dos muros da fortaleza; no mar, havia duas lanchas de vigilância à volta do Forte. No ar, a intervalos breves, passava um helicóptero. Na Marginal, o trânsito era normal e fluido. O povo é sereno! -- diria o falecido Almirante Pinheiro de Azevedo, que neste dia, há 36 anos, era primeiro-ministro e estivera cercado na Assembleia da República, na companhia dos deputados eleitos.
O Forte de S. Julião da Barra é utilizado pelo ministro da Defesa, Aguiar Branco.
No almoço de hoje, oferecido à Chanceler Merkel, vai estar Paulo Portas, que já
foi inquilino deste baluarte, nos tempos de Barroso e de A Caminho para Bagdade.
Portas conhece os cantos da casa. Foi daqui que partiu com malas de fotocópias
de milharres de documentos secretos do Estado. E quem nos diz agora, que entre
aqueles, não estavam os documentos relacionados com a compra dos submarinos!
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