Esta gente que prometeu "cortar nas gorduras do Estado" e não aumentar os
impostos (mas que outra coisa não tem feito), transformou a nossa vida numa "apagada e vil tristeza", como diria o vate. O quotidiano das nossas vidas, com esta gente a (des)governar o país, foi transformado num inferno. Apetece-me citar o Eça: este país parece uma choldra. O desânimo está a apoderar-se de mim. A desilusão -- quanto ao futuro -- é total. Estou farto de ouvir o lento matraquear do ministro das Finanças; estou cansado de ouvir o desclassificado Dr. Relvas; não consigo entender o que pretende fazer do Ensino, o ministro-matemático Nuno Crato; cansa-me ouvir a minisra da Lavoura a prometer mundos e fundos do QREN, quando é sabido que Vitor Gaspar não dá cheta para o investimento; irrita-me ouvir o ministro Álvaro quando fala nos "maiores investimentos de sempre", vindos de multinacionais, que estão a cortar no investimento e a vender nacos de activos, por falta de financiamento; o ministro da Solidariedade, Mota Soares, dá-me vontade de rir quando diz que vai aumentar os mais carenciados, mas depois cria um corte de 10% nos subsídios de doença e desemprego; O ministro dos Estrangeiros, pai do Partido do Contribuinte, vive encafuado nas Necessidades, para mais tarde recordar que o "enorme aumento de impostos" não é da sua autoria (não me vêem na foto, pois não? -- responderá mais tarde). O presidente Cavaco Silva, deixou de promover os Roteiros, ou seja, as suas viagens pelo país real, onde costumava criticar Sócrates, com a frase "há limites para os sacrifícios do povo". Agora distingue-se pelo silêncio esfíngico. Nos mentideros fala-se em doença, o presidente sofre de amnésia, afirmam alguns. Antes isso, do que sofrer de Alzeimer. A amnésia trata-se com as leituras... dos Roteiros escritos pelo presidente.
Este sentimento de "apagada e vil tristeza" seria aliviado, ou totalmente eliminado, se pudesse
deslocar-me ao Sahra, por oito dias, a fim de adquirir um novo jeito de encarar a vida com mais
confiança. Para isso, o melhor fazer uma viagem pelas areias do deserto, onde pouco ou nada
se vislumbra, a não ser a imensidão do vasto areal... À noite, o deserto é um altar de silêncio.
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