Os caboucos da "refundação" de Passos Coelho não passam de sound-bites.
"Se nós não formos referências dificilmente os portugueses aceitarão sacrifícios.
A classe política tem de ser exemplar, se não for, perde legitimidade. (...) Todos e cada um de nós, no seu local, têm de ser essa referência". (Parte do discurso "moralizador" proferido pela mnistra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, durante as jornadas parlamentares do PSD/CDS/PP). Ora bem, este discurso da ministra da Justiça, não passa, mais uma vez, de retórica ao estilo Frei Tomás. Esta "gente honrada", como gostava de se apresentar, não tem vergonha nenhuma em prometer uma coisa e fazer outra bem diferente. Não podemos esquecer -- quando o Governo impõe ao povo português "um enorme aumento de impostos" -- que a ministra da Justiça "no maior sigilo, prometeu aos magistrados que continuarão a usufruir os previlégios em vigôr nos Tribunais portugueses, incluindo as viagens em primeira classe dos comboios Alfa". O OE para 2013 será aprovado na generalidade quarta-feira, mas isso não é problema. A ministra vai pedir aos deputados e a Passos Coelho para que retirem do OE o corte nas viagens, ficando tudo como dantes. Em face da promessa feita, os magistrados fizeram logo circular a notícia, pedindo, no entanto, para que não fossse divulgada, ou seja, era preciso manter tudo em segredo. (Afinal, onde ficou "o rigôr e a transparência", prometidos durante a campanha eleitoral?). Alem desta regalia, (i) "os magistrados após serem jubilados, e até à sua morte, mantêm direitos e regalias como se estivessem a trabalhar". (ii) "Continuam a não pagar impostos sobre parte significativa das suas remunerações". (iii) "Os magistrados recebem 7.000 euros por ano de subsídio de habitação, isento de impostos e sem cortes". (Tudo isto enquanto o Estado corta nos subsídios de doença, de desemprego e nos subsídios de apoio a idosos). (iv) "Os juizes e procuradores do STJ, STA, TC e Tribunal de Contas ainda têm ajudas de custo de valor igual aos membros do Governo por cada dia que vão aos respectivos tribunais. Em resumo: em tempo de austeridade, a crise bateu forte e feio nos mais carenciados, no entanto os mais previlegiados continuam a ver passar a crise sem que sejam molestados. Afinal, que justiça é esta? É vergonhoso o conluio estabelecido entre a ministra da Justiça e os magistrados, oferecendo a estes transportes grátis. É vergonhoso que o Estado corte nos subsídios aos mais pobres, e aumente os transportes públicos duas e tres vezes por ano... Como é possivel que Passos Coelho ceda à ministra da Justiça? É simples: por indulgência e gratidão. Foi a ministra da Justiça, que após declarar o "fim da impunidade", inquiriu junto do Ministério Público sobre as escutas feitas a Passos Coelho. A ministra fez uma declaração dizendo que o primeiro-ministro era inocente, que não tinha cometido nenhum crime. Por seu lado, o primeiro-ministro Passos Coelho veio dizer, destranbelhadamente, que tinha "muito gosto que as escutas em causa fossem reveladas", pois não tinha feito nada de grave. É vergonhoso e de ficar com o queixo caído, quando vemos e ouvimos o primeiro ministro a dar cobertura à violação do segredo de justiça... Com este Governo, a Justiça e o poder vivem em concubinato por conveniência de alguns.
Já não é apenas um problema de dislexia, a ministra da Justiça tambem acarreta
uma vontade indomável capaz de influenciar as decisões do Ministério Público...
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