Este Governo, planeado e gerado por interesses partidários, está em fase de
quarto-minguante. Os seus actores, parecem lunáticos à procura de água no deserto. Já sabiamos que se ligaram através de um "casamento de conveniência", mas agora verificamos que a sua relação é promíscua e feita de fios sem nexo. Os cônjujes esqueceram-se de jurar fidelidade um ao outro, e agora até mostram que no seu casamento, não consta a cláusula "em comunhão de bens". Paulo Portas não quer assumir o ónus do aumento de impostos. A sua relaçao com Passos Coelho tem sido de desprezo e tambem de amuo constante. Agora é Passos Coelho -- que tem feito o caminho da austeridade sem a companhia de Portas -- de vir castigar o "ministro ausente" (Paulo Portas), acusando-o de estar a contribuir para uma possivel queda do Governo. E deixa o aviso: se tal acontecer, Portas e o CDS/PP terão que arcar com a responsabilidade de uma crise política, que mergulhará o país no cáos. Até agora Paulo Portas, entronizado no diplomático cargo "Ministério dos Negócios Estrangeiros", tem viajado pelas sete partidas do Mundo, a promover as exportações portuguesas -- diz ele. (Mas, o que mais tem contribuido para o aumento das ditas, é o ouro nacional, que os portugueses estão a vender, desfazendo-se dos aneis, para poderem sobreviver à pobreza gerada por este Governo). Contudo, Portas raramente aparece nas reuniões da União Europeia, ao lado do primeiro-ministro, como era seu dever. É certo que Paulo Portas (óh, ironia do destino!), sempre foi eurocéptico... Agora já se reclama de "euro-calmo", mas essa confissão não lhe dá crédito nem o favorece como emissário de Portugal. Em Bruxelas, Estrasburgo ou Frankfurt, quem aparece a representar Portugal é o ministro Vitor Gaspar e o primeiro-ministro Passos Coelho. O ministro dos Negócios Estrangeiros, a quem compete defender a "diplomacia portuguesa", está sempre ausente, ou então é representado por um qualquer Secretário. Isto não faz sentido. Portas esquece que Portugal faz parte da União Europeia, e é no seio das suas instituições que o Governo deve procurar soluções para os problemas que afectam o nosso país. Desgraçadamente, o primeiro-ministro Passos Coelho -- embora vá estando presente nas reuniões da Zona Euro -- tambem não tem feito muito uso das instâncias europeias para resolver as dificuldades em que nos encontramos. Resumindo: com um ministro dos Estrangeiros "euro-calmo" e um primeiro-ministro formatado pelos ideais do neoliberalismo, não admira que toda a acção deste Governo se transforme numa bagunçada.
Os cônjujes parecem estar desavindos. Haja alguem que sirva de moderador
e faça com que esta gente se entenda, ou então que sejam substituidos por
outros actores. Estamos cansados de ver "pieguices e desavenças conjugais".
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