Na última entrevista de Passos Coelho, concedida aos jornalistas da RTP, Pedro
Gonçalves e Paulo Ferreira, o primeiro-ministro disse não temer manifestações de rua, até porque o povo português estava convencido de que este Governo tem estado a fazer o que é preciso (cito de memória), e, portanto, os portugueses estão dispostos a aceitar mais sacrifícios para podermos acabar de vez com o défice das contas públicas, e voltarmos aos mercados já em 2013. Passos Coelho não se dirigiu directamente aos portugueses, nem teve uma palavra de esperança ou de conforto moral. Frio, calculista e inexperiente, Passos Coelho teve o que merecia: uma resposta maciça, um rotundo NÃO às suas políticas de austeridade, um protesto da mais viva e espontânea desaprovação contra o desgoverno do seu Governo. Depois desta separação, entre Governo e governados, parece desenhar-se outro desenlace, sendo este dentro da Coligação de Direita. Paulo Portas, parceiro de Passos Coelho, saiu da toca para vir dizer o contrário do primeiro-ministro. Agora o PSD tocou a rebate, e vai reunir os orgãos nacionais para responder a Portas. Temos o caldo entornado, e o "casamento de conveniência" está agora em risco de acabar em divórcio. Estes senhoritos, auto-intitulados de "gente honrada, cumpridora da palavra dada" e que tambem se diziam ser "gente patriótica" com pin na lapela do casaco, começam a espernear e a dar o dito por não dito. O arraial começa a ficar animado!
Para chegaram ao "pote", prometeram ser fieis um ao outro, até ao final dos
tempos, mas o cinismo de um, torpedeou a inexperiência e o trabalho do outro.
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