O Orçamento para 2011 foi hoje aprovado, com a abstenção do PSD. Agora o fundamental é não deixar descarrilar a despesa do Estado e procurar vencer esta crise pelo lado das exportações. Quanto aos "mercados", esses vão continuar a especular, por que assim está defenido pelas forças em presença. Vamos continuar a ouvir aqueles que defendem a "necessidade" de chamar o FMI. Esses são os mensageiros dos especuladores e alinham com a corrente liberal europeia. Não há solidariedade na UE, o que há são interessses a defender. Por isso, com ou sem Orçamento, com ou sem medidas drásticas, os "mercados" vão querer assegurar-se de que o seu dinheiro está seguro... Aquele dinheiro que na última década investiram em Portugal, Espanha, Irlanda, Itália e Grécia. O problema não é de agora, já vem detrás. É aí que está o calcanhar de Áquiles... Repare-se no seguinte: os bancos da Alemanha, França, Inglaterra e Itália têm uma exposição à dívida dos PIGS num valor que ronda, neste momento, os 789.130 milhões de euros... Daquele valor, 374.320 milhões foram emprestados a Espanha... Um balúrdio!... Daí que, para os "mercados", este país se possa tornar num problema maior do que a Grécia. O actual Fundo de Emergência para a Estabilidade Financeira (FEEF) não tem cobertura para acudir a Espanha. Por isso os "mercados" (leia-se a banca europeia), estão com receio do pior. Espanha não é a Irlanda ou a Grécia, muito menos Portugal. Espanha é a quarta maior economia europeia, tem 20 por cento de desemprego, está dividida em regiões autónomas e quatro delas não se espera que vão cumprir o PEC, porque os governos autónomos não aceitam as medidas tomadas para baixar o défice. Os "mercados" querem que o FMI e a UE "ajudem" Espanha... para salvarem os seus interesses! Para chegar aí, começaram pelo elo mais fraco, aqueles países a quém os "bifes" ingleses apodaram de Pigs... Os "mercados" estão nervosos, dizem eles. Pudera! Até já têm um plano B: Segundo o jornal económico Expansion, o maior edge fund do mundo, a GLG Partners, que se fusionou com o MAN Group, reuniram as suas hostes para delinearem o plano B para apresentar às autoridades monetárias da UE, com vista ao resgate de Espanha, com a ajuda do FMI e do FEEF. Esta ideia tem feito eco no Financial Times, no Wall Street Journal e no The Economist. Enquanto não se concretiza o plano B, os países periféricos são vítimas da gula dos "mercados"... É mais um procedimento que não favorece a imagem do actual sistema capitalista. A gula e a avareza dos "mercados" são insaciáveis. Quando perdem, apresentam a factura aos mais fracos.
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