Para que não aconteça o que aconteceu com a Madeira, ou talvez para
fragilizar as autarquias, os ministros Miguel Relvas e Vitor Gaspar dirigiram um ultimato às 308 Câmaras do país para apresentarem, até dia 15 de Março, uma nota descriminativa das dívidas à Inspecção Geral de Finanças. Macário Correia, ao receber a missiva, vai ficar apopléctico. Ele, que tem andado a passar a ideia de que os autarcas são pessoas responsáveis e, portanto, crê que o Estado não deve proceder com os autarcas como se estes fossem «criminosos». É bom lembrar que a Câmara de Faro é, talvez, a autarquia mais endividada do país. À margem deste facto, há quem avance com uma dívida global de 2.000 milhões de euros, superior ao resgate da Madeira, eternamente governada pelo soba Alberto João, que agora foi convidado por Passos Coelho para ser seu mandatário nacional. Longe vão os tempos em que Jardim fugia de Passos, como o fez no Congresso do PSD em Mafra. Recusou o convite de Passos Coelho e, para vincar a sua preferência, foi sentar-se ao lado de Paulo Rangel, o «afilhado» da Velha Senhora. Isto, foi antes da votação, que elegeu Passos Coelho como presidente do PSD. Pois bem, com o desemprego a subir, o PIB a descer, a receita a baixar e a despesa a manter-se, o país vai afundar-se, ainda mais, este ano. Que vai ser de nós no final de 2012? Quem souber, que o diga. Mas que a perspectiva é sombria, isso é evidente. Para piorar o panorama, andam por aí os «profetas da desgraça», que ora admitem o falhanço das medidas tomadas pela Troika, ora vêm dizer que há 75% de probabilidades de Portugal se manter no euro, como amanhã são capazes de vir dizer o contrário. Os Nobel da Economia fazem pela vida e lá vão deitando cartas, mas tudo se complica, ainda mais, quando as nossas academias resolvem premiar, de um momento para o outro, Paul Krugman com «3 títulos de doutor honoris causa 3». Este economista keynesiano é um sortudo! Arrecadou mais 3 Óscares académicos, colocando em cheque a estratégia neoliberal do Governo liderado por Passos Coelho. «Esta austeridade só agravará a recessão», foi o recado de Paul Krugman para quem o quiz ouvir.
Ontem foi noite de «Óscars» na Aula Magna da Universidade de Lisboa. O laureado foi
Paul Krugman, recebido ao som da marcha «Pompa e Circunstância», de Elgar (1901)
e do Hino Académico, cantado pelo coro de 3 Universidades. Krugman recebeu 3 títulos
de doutor honoris causa, tantos quantas as Universidades que o distinguiram. Krugman
já disse «cobras e lagartos» de Portugal, mas ontém parecia apostado em atacar Passos
Coelho... «Cortar na despesa só agravará mais a recessão», disse. Quanto a mim, Paul
Krugman deveria era ter a coragem de dirigir o sermão à Troika, não a Passos Coelho.
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