O efeito da crise profunda em que Portugal se encontra mergulhado
contribuiu, em grande parte, para a derrota da "nossa Selecção" frente à Dinamarca. A nossa equipa apareceu em campo nervosa, abatida, descrente, frente à equipa dinamarquesa, que mostrou nervo, força de combate, vontade em vencer. Salvou a honra da nossa equipa o belo, potente e certeiro remate de Cristiano Ronaldo. E, aos 2 minutos do prolongamento, houve golo. Assim ficava provado que a "nossa Selecção" tem qualidade, e podia ir mais além. Na crise que estamos a viver, os portugueses começam a ficar resignados, impotentes ou desiludidos. Para ajudar a esta "depressão mental", os meios de comunicação social todos os dias nos atiram à cara o "estado a que o país chegou": recessão, desemprego, subida de impostos, encarecimento de bens de consumo, pobreza franciscana na cultura, cortes na Educação, no subsídio de Desemprego, nas bolsas de estudo, etc., etc. Vivemos um tempo de restrições, cortes, incumprimentos, falta de dinheiro e de trabalho remunerado. No meio de todo este inferno, poucos são os portugueses que se podem rir, de felicidade. Quando muito, o que lhes resta, perante esta desertificação de luzes e sons paradisíacos, é um sorriso amarelo, forçado. A tristeza e o desânimo apodera-se dos mais frágeis. A desilusão e a desistência dos mais fortes, acaba por lhe retirar a coragem de lutar... Porque estamos a viver tempos difíceis, tormentosos, onde o Estado todos os dias nos parece mais burocrático, e onde os políticos nos ameaçam com mais impostos e corte nos rendimentos. Nestas condições, quando os mais fortes começam a descrer, é inevitável que se verifique a derrota, a desistência. A derrota da "nossa Selecção" é, tambem, consequência da crise que estamos a viver. Mas a crise não chega a todos. Uns poucos, largas centenas, não são afectados por esta crise. Apesar disso, neste momento, não tiveram uma palavra sequer para encorajar, prèviamente, a "nossa Selecção" -- da qual os portugueses esperavam uma vitória. Que viria a aliviar o sofrimento comum, causado pela crise que estamos a viver.
N.B. - Não sou fanático de futebol, não me perco com a redondinha. Apenas quero manifestar o meu estado de alma, neste tempo de crise prolongada.
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