-- Cavco Silva mantem-se mudo e quedo no seu alcazar de Belém, alheio à crise política em desenvolvimento, fazendo ouvidos moucos aos apelos para intervir, vindos de todos os quadrantes, como seja Ramalho Eanes, Mário Soares, Marcelo Rebelo de Sousa, Ricardo Espírito Santo, o presidente da CIP, etc. Cavaco Silva continua esfíngico no seu labirinto de Belém, deixando o país numa situação desesperada, tal como fez o cardeal D. Henrique, até à hora da sua morte, em Almeirim: morreu impotente e sem conseguir indicar um sucessor para chefiar o reino, deixando o caminho livre para Filipe II de Espanha anexar Portugal. Cavaco Silva disse, em campanha eleitoral, que seria um "Presidente mais activo" durante o seu segundo mandato. Na tomada de posse, disse que iria exercer uma "magistratura de influência", acusou o Governo de José Sócrates de ser o responsável pela crise financeira, económica e social do país, e tambem da crise que assolou os States e a União Europeia... Cavaco Silva ignorou a origem da crise financeira que assolou as economias ocidentais. No dia das eleições, Cavaco Silva disse o que disse sobre os seus adversários, ignorando que, depois de eleito, era o Presidente de todos os portugueses.. Cavaco Silva galvanizou os boys do PSD, a Geração à Rasca e desafiou a juventude de hoje a seguir o exemplo dos jovens que foram forçados a fazer a guerra do Ultramar, criando, assim, um conflito diplomático com os países da CPLP...Cavaco Silva mantem-se em silêncio, por rancor, por mesquinhez, para se vingar dos adversários que lhe colocaram problemas de ética política. Na situação caótica em que o país se encontra, Cavaco Silva mantem-se rancoroso e deixa a oposição zurzir sobre o Governo, sendo incapaz de intervir, como é seu dever. Não está em causa a queda do Governo, o que está em causa é o momento, é a ocasião, quando o país necessita de mostrar confiança, unidade e credibilidade, às instituições europeias e aos "mercados"... Os juros da dívida a cinco anos atingiram hoje os 8,00 por cento. Amanhã poderá ser o descalabro, por inépcia e vingança de quantos têm o dever de defender o país. Estamos fartos deste frenezim caótico e enlameado do "quanto pior, melhor". Acabe-se com o alarido, aprove-se o PEC IV, e, em troca, marquem-se eleições para daqui a tres meses... A falar é que a gente se entende. Acabe-se com o silêncio da esfinge, que se vai esboroando no calor do deserto.
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