Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2013

Desde que foi eleito e sucedeu a José Sócrates, António José Seguro tem vindo

a renegar o "passado" do PS. Seguro é um dirigente político sem história, sem grande currículo, que foi instruido e formatado na escola dos jotinhas, tal como sucedeu com Pedro Passos Coelho. Tanto um como outro nada têm a ver com a cultura política de Mário Soares ou de Sá Carneiro, fundadores da democracia portuguesa. Daí que se trate de dirigentes híbridos, com pouca ou nenhuma experiência de governação, seja numa Câmara Municipal seja numa simples Junta de Freguesia. Este é o paupérrimo currículo dos dirigentes políticos responsáveis pelo PSD e pelo PS. O secretário-geral do PS, António José Seguro, logo que foi eleito, tentou dividir o PS, rodeando-se daqueles que o elegeram. Ora, em 2011, ao sair do Governo,o PS tinha um núcleo de militantes com larga experiência parlamentar e governativa, mas Seguro ignorou a maior parte deles. O sonho de Seguro era ter um partido dócil, pronto a seguir o seu líder, e que não contestasse a sua acção. Seguro, além de dividir o PS, quis esquecer o "passado recente", ou seja, a governação de José Sócrates -- que tantos engulhos causou à direita portuguesa. Seguro em vez de defender o passado do PS, fez orelhas moucas aos apêlos vindos do Grupo Parlamentar no sentido de se constestar os ataques da direita ao governo de Sócrates, mas preferiu fazer uma oposição "com elegância e cortesia"... A direita aplaudiu, e tem tido em Seguro um amigo e gentil-homem. Depois do confronto com António Costa, na séde do PS, espero bem que Seguro comece a unir o partido em vez de gerir uma parte do mesmo. É preciso criar "unidade na diversidade". Seguro não pode dividir, nem esquecer o passado glorioso e exemplar do PS, que foi dirigido por gente de grande dimensão política, humana e cultural.

José Sócrates foi um dos melhores dirigentes que o PS teve. Sócrates foi o primeiro

socialista a obter uma maioria absoluta. Ficará na história como político abrangente,

visionário e de grande capacidade de trabalho. É um político que honra a história do

PS e a democracia portuguesa. De Seguro, é de estranhar a indignidade do seu silêncio.



publicado por Evaristo Ferreira às 17:30 | link do post | comentar

Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2013

Este Governo não é "flôr que se cheire", nem "planta em risco de extinção".

Por isso não compreendo a necessidade de uma enxertia que o primeiro-ministro colocou em agenda, destinada a fazer uma "remodelação light" no seu executivo. Deste Governo não vamos ter saudades, nem vamos chorar pelo seu enterro. Em vez de uma "remodelação" feita pela rama, bom seria que fôsse feita pelo tronco da árvore, onde se encontram alojados os ministros que definharam o nosso país. Nada mais há a esperar desta "árvore", uma espécie rara, mas que persiste em resistir, em manter-se viva, sabendo nós que alguns dos seus "ramos" estão contaminados, infestados de pragas. Uma enxertia, a fazer-se, deveria ser nas pernadas da árvore, ou seja, nos ministros que desde há muito tempo estão mortos. Uma enxertia da qual poderia resultar bom efeito, deveria ser efectuada na "pernada" do ministro Miguel Relvas, que está a infectar a "árvore" do Governo; outra enxertia necessária, deveria ser feita na "pernada" do mnistro Álvaro; idem na "pernada" do ministro Nuno Crato; outro tanto na "pernada" do ministro-caixeiro-viajante que parece estar, mas não está; que parece ser, mas não é; que parece leal, mas é infiel, etc. Em resumo: este Governo é mefistofélico, é um cóio de demónios, é um lago pantanoso, é um cemitério de pecadores. Por favor, não procedam à poda nem à enxertia desta espécie florestal. Deixem que o clima crie condições atmosféricas para, através de raios e coriscos, provocar um incêndio onde tudo possa ser reduzido a cinzas. Este Governo está fora do "prazo de garantia". Não vale a pena fazer-lhe uma enxertia. Precisamos de "gente honrada", não de gente mentirosa. Precisamos de gente pragmática, mas generosa. De governantes com projectos de futuro, não de gente dedicada à enxertia, disposta a fazer de nós cobaias, subsmissos aos "mercados".

Pedro Passos Coelho pretende fazer uma poda, logo seguida de uma enxertia,

para renovar -- ou refundar -- o seu Governo. Um Governo cheio de parasitas,

que está a corroer os fundamentos do Estado Social e da democracia portuguesa.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:50 | link do post | comentar

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013

O que se passou no PSD no passado recente, está a acontecer agora no PS.

O PSD, após 7 anos de oposição, chegou ao poder em 2003 com Durão Barroso. Com a fuga deste para Bruxelas, e sabendo que deixava o "país de tanga", o PSD entronizou Santana Lopes como primeiro-ministro. Mas Santana naufragou ao deixar-se envolver numa série interminável de "trapalhadas", entre elas a cena de "bofetadas que os irmãos mais velhos" lhe deram enquanto ele "ainda estava na incubadora". Depois veio Marques Mendes, que nada conseguiu fazer. Em 2007 foi eleito Luis Filipe Menezes, que acabou por se retirar num pranto de lágrimas ao fim de seis meses. Logo foi a vez de Manuela Ferreira Leite, que pretendia ganhar as eleições através da campanha da "asfixia democrática" e das "escutas a Belém". Perdidas as eleições legislativas de 2009, chegou a vez do neoliberal Pedro Passos Coelho vencer no PSD e preparar-se para chegar ao "pote". Prometeu "cortar nas gorduras do Estado" e nos "custos intermédios", e foi o suficiente para chegar a primeiro-ministro, mentindo a toda a gente.

Agora, temos o PS na oposição, chefiado por António José Seguro, que está

a ser contestado no partido, mas ele continua a dizer que "está seguro em todo o lado". E é triste assistir a cenas destas. Mas em democracia acontecem incoerências, soluções de ocasião, casos mal arrumados, que mais tarde impedem a luta política pelo poder do partido que se posicione para ganhar eleições. Neste momento o PS é dirigido por Tozé Seguro, um bom funcionário de secretaria, mas um mau general para ganhar uma batalha -- a menos que o poder lhe caia no colo. Seguro dirige o PS à quase dois anos. Ora, em face da política de austeridade, que arruinou a nossa economia e a das familias portuguesas, e apesar do diktat passista "ir além da Troika" e do "custe o que custar", esperava-se que o PS subisse nas sondagens e nas intenções de voto, até à maioria absoluta. Mas não, o PS não arranca, não sobe para além dos 34/36%... E porquê? Porque Seguro não soube unificar o partido, não conseguiu ter um projecto para o país, nunca defendeu o governo anterior do PS, não é capaz de convencer o eleitorado, e a ala socrática do PS tambem não vê como poderá Seguro ganhar o poder a Passos Coelho. E assim vai a política neste país, aos solavancos, aos zig-zagues, sem alternativa a Passos Coelho. "Aquilo que eu sinto é uma enorme alegria no interior do PS, altamente mobilizado. Estou muito bem-disposto e determinado em ajudar [...] o país a sair desta crise" -- disse Seguro. "O líder do PS é o líder de todos os socialistas. Conto com todos. Estamos todos mobilizados", disse Seguro no encerramento do Congresso do PS açoriano. Seguro é um apparatchik do PS, à boa maneira do PCP: controla todas as federações locais. Fora dessa rede, Seguro pode estar certo que não conta. Eu nunca votarei Seguro, um aparatchik que omite o passado recente do PS. que mudou os símbolos do PS. E que usa gravata azul celeste -- a côr dos neoliberais. Com Seguro o futuro é incerto. O país vai queimar etapas, o eleitorado vai afastar-se, as oportunidades de mudança vão tardar, até o PS ter um líder capaz de dar esperança aos portugueses e de lhes mostrar o caminho para um futuro melhor.

Este sujeito sem alma nem fulgôr, prefere usar gravata azul celeste, só porque

José Sócrates usava gravata côr-de-rosa... Sofre de recalcamentos, coitado.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:55 | link do post | comentar

Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013

Não durou muito a euforia causada pelo "regresso aos mercados". Hoje já se

nota uma certa contenção verbal nos adventistas dos "mercados". Só o cardeal António Borges, defensor dos "baixos salários", continua a dizer que já "nem é preciso mais austeridade". A nível internacional, a Fitch veio reafirmar o que já tinha dito: o rating da República vai continuar ao nível de lixo. Os analistas do Wall Street Journal consideram que o perigo da subida dos juros continua a estar presente, não só para Portugal como para a Irlanda. Em 2012 a economia portuguesa afundou 3% e a irlandesa quedou-se nos 0,4%. A grande questão coloca-se no final do Programa da Troika. Na Irlanda isso vai acontecer no fim deste ano, e Portugal em Setembro de 2014. Qualquer destes dois países, no termo dos respectivos programas, vai quedar-se com uma dívida pesadíssima. Portugal em 2014 e 2016 vai necessitar de qualquer coisa como 40.000 milhões para pagar dívida vencida. este é um imbróglio que preocupa o Eurogrupo, estando já está a engendrar um plano de ajuda. Portugal vai apresentar a execução orçamental de 2012 dentro em breve, mas as sombras são muitas. Vai haver algumas surpresas. A nossa economia, ao contrário da irlandesa, vai afundar cerca de 2% este ano. O panorama é sombrio. Não há, portanto, razão para continuar com o fuguetório do "sucesso" no retorno aos "mercados". Este trimestre vai trazer muitas dores, muitas desilusões. Infelizmente.

Neste Inverno da nossa tristeza, a Europa está a ser assolada por neve e gelo, dificultando a

vida a muitos cidadãos, com estradas bloqueadas, aeroportos fechados e escolas encerradas.

O frio é intenso e já chega à Península Ibérica. Não admira, portanto, que o efeito provocado

pelo "regresso aos mercados" esteja a esmorecer no coração de Passos, Moedas e Gaspar.

 

 



publicado por Evaristo Ferreira às 18:58 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2013

Animado pela euforia nos "mercados" da dívida pública, tambem eu fui hoje

tomar o pulso aos "mercados" que negoceiam nos derivativos da pesca e da agricultura. Para tanto, fiz-me acompanhar de meia dúzia de especialistas na matéria, que muita inveja fariam a Vitor Gaspar, e que constam desta lista: Fernando de Miami, Sanches da Orca, Armando da Pontinha, Fadigas de Alvalade, Genas do Pombalinho e o Heinrique Nabantino. Cada um deles é especialista em derivativos daquilo que mais se consome e menos se produz neste país, ou seja, peixe e produtos agrícolas. A praça escolhida não foi Wall Street, nem a City de Londres e muito menos o Euronext Lisbon. Fomos ao "Mercado das Picôas", ali junto ao antigo Liceu Camões, na Praça José Fontana. Foi no primeiro piso, onde funciona um excelente "mercado" de restauração. Os derivativos em negociação constavam de 1 cabeça de garoupa para três, cozida com grelos de nabiça, cenouras, batata e ovo de galinha pedrês. Os demais derivativos constavam de robalinho, cherne (não o de Bruxelas), douradinha e choquinhos sem tinta. Logo que foi iniciada a transação em mesa -- préviamente apalavrada com outros operadores para nada falhar -- fizemo-nos ao investimento, com alegria e confiança no bom resultado. Passada hora e meia ainda decorria a operação financeira, acompanhada de sobremesa, e dos respectivos cafés (cimbalinos ou bicas, para que todos entendam). Pouco depois foi encerrada a operação financeira, contando-se 5 garrafas vazias de branco "Santo Izidro", cultivado na zona de Pegões, e cuja marca homenageia o padroeiro da Agricultura, segundo consta do rótulo. Feitas as contas, foi a sessão encerrada pelas 15 horas, tendo este "regresso aos mercados" sido considerado um êxito total. Por fim, foi efectuado um brinde pela presença do Sanches da Orca, por este ter "regressado aos mercados", numa altura em que o Governo está a levar o país para um buraco. Mas esta, é outra história. Eu queria partilhar este "regresso aos mercados" com os meus leitores. Espero não desiludir ninguem. De resto, esta mais-valia, já não vai parar aos cofres do Gaspar.

Os "mercados" estão eufóricos. Em Taiwan, a Politron Technologies Inc. já apresentou o novo

modelo de telefone celular. É transparente, como se espera que sejam os negócios feitos através

deste gadget, e vai ser colocado nos "mercados" no final de 2013. O nosso Magalhães está fora

deste foguetório. Por cá, porque a empresa de Matosinhos está a exportá-lo para 67 países...

 



publicado por Evaristo Ferreira às 16:46 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2013

A notícia é esta: Portugal voltou aos "mercados", com êxito, vai vender mais

dívida do que tinha calculado, e pagará juros entre 4,85 e 4,95% a um prazo de 5 anos. Para não haver descarrilamento, o Estado já tinha assegurado a venda de títulos ao Barclays, Deutsche Bank, BES e Morgan Stanley -- não fôsse a coisa ir por água abaixo. Pois toda esta gentinha -- os azetecas louvaminheiros dos "mercados" -- se levantou em bicos de pé para chamar a cada um de si o êxito desta operação. Até o ministro do Foreign Office, Paulo Portas, veio dizer que tinha mobilizado o pessoal diplomático para ajudar à operação financeira... Portas, o ministro que tem procurado fugir -- sempre que Passos Coelho tem austeridade para anunciar aos portugueses -- veio a terreiro colher louros. Para além do ministro Portas, vimos, ouvimos e lemos o côro de hossanas, vindos de todos os azimutes onde reside a fauna azeteca louvaminheira dos "mercados". Que grande fraude, que grande cantata em ré maior. Não fora o senhor Mário Draghi, maestro do BCE; não fora a promessa de Schäuble feita a Vitor Gaspar; não fora a Irlanda; não fora a Espanha -- que recusou a Troika, não cumpriu o défice de 2012, e que ontem vendeu dívida a juros justos, com procura superior a 6 vezes o montante pedido -- eu queria ver como é que esta gente se aviava. O Banco Central Europeu, pela voz de Mário Draghi, em Junho do ano passado, "travou" a fundo a soberba dos "mercados" especuladores de dívida soberana, ao prometer que tudo faria para salvar o euro e acabar com a desenfreada especulação verificada nesta área financeira. A partir de Julho, os "mercados" começaram a ter tino e a não prevaricar. A operação financeira de hoje é boa para Portgal? Claro que é, mas isso deve-se a factores externos e não a esta gente "bajuladora dos mercados", que sempre recusou a exigir da Troika mais prazo e menos juros. Passos Coelho jurou à pouco tempo que Portugal não iria pedir adiamento nem renegociação da dívida. Sempre o afirmou. Não admira que, nos próximos meses, o Governo vá continuar a ser escoiceado pelos indignados deste país. O calendário das manifs começa a estar na ordem do dia. É que, efectivamente, o "sucesso" de hoje, em nada alívia a carga de impostos ou a descida do desemprego, nem o corte nas pensões e nos ordenados, e muito menos o empobrecimento do país, que esta gente arrastou para as horas da amargura.

A cúpula do movimento "Que se lixe a Troika", responsável pelas manifestações

em 15 de Setembro de 2012, já está no terreno. Próxima manif é a 2 de Março...



publicado por Evaristo Ferreira às 15:33 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Terça-feira, 22 de Janeiro de 2013

Este mês de Janeiro tem sido rico em sinais de mudança a nível nacional e

internacional. A chegada em força do Inverno, veio lembrar-nos os últimos anos de seca. Estas fortes chuvadas estão a lavar a sujidade causada não apenas pelos actos mas tambem pelas palavras dos Velhos do Restelo. As alterações climáticas voltam a estar na ordem do dia. Na política nacional, Tozé Seguro resolveu colocar de parte o seu Laboratório de Ideias para vir endurecer a oposição ao Governo de Passos Coelho (a quem havia prometido "uma oposição com elegância e cortesia"). Agora, seguro de si, Tozé Seguro prometeu levantar umas baias à volta da Coligação de Direita a fim de delimitar-lhe a acção governativa em tudo o que fôr para além das "linhas vermelhas" marcadas por Seguro. Isto vai ser uma luta renhida, e  Tozé Seguro até já veio afirmar que vai passar a andar de gravata côr de rosa, tal como fazia Sócrates. Mas para além deste episódio picaresco, está a verficar-se uma verdadeira mudança, vinda do lado do Governo. Vitor Gaspar aceitou a ideia de Jean Claud Junker, ou seja, Portugal vai ter prazos mais dilatados para o pagamento da dívida. Possivelmente tambem haverá um ajustamento nos juros, respeitante à parte correspondente ao montante do empréstimo do FEEF. Finalmente o frio e calculista Gaspar, cedeu aos apelos da oposição e à boa vontade do Eurogrupo. A nível internacional, os sinais de mudança tambem são evidentes: na Alemanha, Angela Merkel perdeu as eleições no estado federal da Baixa Saxónia, contrariando as previsões e sondagens. Face a este resultado, as eleições federais em Setembro podem muito bem ser uma surpresa. Ontem, nos EUA, Barak Obama tomou posse perante uma assistência nunca antes vista, que a comunicação social calcula entre 600.000 e 1.000.000 de pessoas. Obama falou como cidadão, prometendo levar a América para um novo caminho. Os EUA já não são a "América branca", mas uma nação de negros, amarelos, espânicos e de brancos. Na Europa, começa amanhã, na Suiça, o Fórum de Davos, um conclave de gente poderosa, onde são discutidos os problemas económicos e sociais do mundo desenvolvido. De Portugal foram convidados, para alem dos habitués, os gestores do Pingo Doce, da Sonae, da PT, do BIC, etc. Banqueiros, políticos, empresários, economistas e sociólogos vão certamente apelar ao investimento, ao crescimento económico, à criação de empregpo. Um alto responsável do Forum de Davos veio hoje dizer que as economias mais competitivas não o eram por ter salários baixos, antes pelo contrário, as economias mais competitivas são aquelas que têm os salários mais altos (cito de memória). Este é um conselho que devia chegar aos ouvidos de Passos Coelho.

Vai ser neste ambiente de inverno, mas cheio de conforto e segurança, que vai decorrer

o Fórum Económico de Davos, na Suiça, um lugar fortemente vigiado por fortes medidas

de segurança, para evitar a intrusão de anarquistas e niilistas durante o evento.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:45 | link do post | comentar

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2013

"Ninguém aconselhou os portugueses a emigrarem" -- garantiu ontem Pedro

Passos Coelho em Paris no final de uma reunião com François Hollande. É preciso ser um mentiroso sem memória para responder assim, sem pestanejar, aos jornalistas presentes. Todos nós nos lembramos quando recomendou aos professores para "olharem para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa". Disse-o em 18 de Dezembro de 2011, mas já o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre, havia dito, em 31 de Outubro de 2011, que "se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras". O primeiro-ministro, durante a campanha eleitoral, tambem tinha dito que "nunca cortaria o subsídio de Natal", que isso era uma atoarda de José Sócrates, e logo que formou Governo, foi uma das primeiras medidas que incluiu no Rectificativo de 2011... Passos Coelho ou sofre de amnésia, ou então é um mentiroso compulsivo que requere tratamento do foro psicológico. Quem faça uma pesquisa no Google sobre "aldrabão", "mentiroso", "trafulha" ou "vira-cascas" fica surpreendido com a antologia de impropérios contra o Pedro, devido à sua falta de palavra, devido à sua arte em dizer agora uma coisa e depois fazer o seu contrário. A indignação e a afronta contra o Pedro estão patentes nas redes sociais. O que me surpreende, é o facto de o Pedro escrevinhar no Facebook, e ainda não ter dado pela indignação dos seus fieis. Diria mais: pelo acinte dos comentários ofensivos e cheios de ira que lhe são dirigidos. De Passos Coelho é sempre bom duvidar, porque ele não tem memória nem vergonha. 

Passos Coelho - o Pedro do Facebook - acredita que o povo não tem memória.

É burro. O velho ditado "com papas e bolos se enganam os tolos" não se aplica

ao povo português. Primeiro, porque Passos Coelho não tem dado "papas" nem

"bolos" ao seu povo, quando muito uma cenoura. Segundo, porque o povo que

ele despreza, não é parvo, nem se deixa enrolar por quem o quer escravizar...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:46 | link do post | comentar

Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2013

Alem de cegos, surdos e lunáticos, os actuais governantes são ditadores.

De tal forma que, com a sua acção repressora sobre os contribuintes, acabaram por amedrontar a maioria dos portugueses. Com esta gente ao leme da governação, nunca mais se ouviu falar dos Indignados nem da Geração à Rasca, os mesmos que, durante o governo de Sócrates, se aliaram à direita nas manifs de rua contra as medidas governamentais de então. O mais certo é que tenham emigrado, fazendo pela sua vidinha em terras de Angola, Brasil ou Reino Unido, ou então andam por aí, amedrontados. Para alem desta verdadeira "asfixia democrática", provocada pela acção do actual Governo, é de considerar a desastrosa inabilidade demonstrada por Passos Coelho e os seus ministros. Eles são cegos porque não sentem nem querem ver a "realidade" à sua volta: a economia tem-se afundado, o desemprego subiu para 16,3%, a dívida está acima de uns insustentáveis 120%, as metas do défice nunca têm sido cumpridas, a carga de impostos atingiu o limite, a pobreza aumentou com a destruição da classe média. Eles são surdos porque  não ouvem os apêlos do Presidente da República, nem os avisos do Banco de Portugal, nem tão pouco os conselhos de alguns organismos internacionais, como é a OCDE. Esta gente é lunática porque vê na aridez do deserto um jardim celestial; são lunáticos porque, enquanto o país se afunda, eles afirmam que tudo está a ir muito bem, que o défice da balança comercial está igual ao dos idos de 1952 -- graças à quebra do consumo e à falência de PME. E reafirmam, sorridentes, que os "mercados" estão confiantes no futuro do país; que os juros da dívida estão a baixar; que Portugal vai voltar aos "mercados" dentro de poucos dias... Esta gente vive de miragens, sonha com os "mercados", a quem obedece cegamente, e para quem trabalha afanosamente. Ora, é sabido que sem crescimento da economia não é possivel haver empregos, cobrar impostos nem subir os salários. É sabido que  os "mercados" -- exceptuando a acção de Mário Drahgui do BCE -- continuam a não acreditar no país. A dívida colocada no mercado tem sido comprada pela nossa banca... e é muito provável que os Fundos da Segurança Social tenham sido aconselhados a comprar dívida portuguesa. Portanto, o "sucesso de colocação da dívida a juros baixos", é uma falácia. Tem sido a nossa banca quem tem comprado a dívida nacional. Esta gente é tão funesta a governar que, apesar do "enorme aumento de impostos", anda a empurrar com a barriga o défice das contas de ano para ano. Começou com o confisco do subsídio de Natal aos reformados em 2011, e não cumpriu. Arrastou o valor para 2012, com a chancela do "custe o que custar", mas tambem não cumpriu. O défice acumulado de 4,000 mil milhões de euros sobrecarregou o OE-2013, e as previsões do Banco de Portugal (e não só), apontam para mais um ano de incumprimento do défice, para o aumento do desemprego, e forte retracção no consumo: Afinal, para onde nos leva Passos Coelho? O que foi feito do nosso dinheiro, dos nossos sacrifícios, das promessas que nos fez? Para onde vai este país?

O exercício da mentira e a crispação no diálogo demonstram falta de traquejo político...



publicado por Evaristo Ferreira às 17:01 | link do post | comentar

Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2013

Carlos Moedas e Sofia Galvão enquadrados no rico ambiente da belle epoque.

O primeiro-ministro Passos Coelho apelou aos cidadãos para participarem na 

discussão do Documento do FMI, destinado a refundar o Estado Social. Como cidadão interessado procurei dar o meu cotributo, tendo-me dirigido, para tal fim, ao Palácio Foz -- antiga sede do Secretariado Nacional de Informação (SNI) salazarista -- a fim de assistir à discussão das propostas apresentadas pelo FMI (a pedido do Governo). No entanto, os mestres de cerimónia (Moedas e Sofia), avisaram logo que, daquele debate, nada transpiraria cá para fora, ou seja, a imprensa não estava autorizada a publicar nada do que ali fosse debatido, nem sequer imagens do evento. Um verdadeiro lock-out à informação. Perante tamanha censura, imposta nos moldes do antigamente, recusei-me a assistir áquela palhaçada. Procurei contornar o ferrôlho, e fiz-me à vida, tal como afirmam Marques Mendes, o Professor Marcelo, e outros comentadores da nossa praça. E consegui o que pretendia. Utilizei a técnica do Professor Karamba, a magia da taróloga Maia, a rede de informadores do Ganda Nóia, e até consegui imagens e sons colhidos durante o evento, graças à colocação de microfones nas pernas de uma cadeira. Como diz o comentador Marques Mendes, é preciso fazer pela vida. Devo informar que os oradores foram muito cordatos, civilizados e pródigos em lôas a este Governo. Lá houve um ou dois casos mais reticentes e desafiadores, mas não o suficiente para descarrilar a "dinâmica da sociedade civil" a que Passos Coelho tinha apelado. Tambem houve tédio e bastante fastio. Em dada altura ouviu-se alguem a ressonar, mas logo foi abafado o ronco devido ao arrastar de cadeiras. Quanto ao Documento do FMI, fiquei a saber que o Governo pretende efectuar uma "alteração radical" no SNS e na Educação. Quem introduziu o tema do SNS foi Carlos Moedas, o jovem secretário de Estado, cujo cérebro foi formatado e estruturado no banco Goldman Sachs. Moedas defendeu o seu ponto de vista nestes termos: antes curar a saúde do que curar a doença. Para evitar despesa com o SNS, Moedas propõe a reeducação do povo português, obrigando os cidadãos a um exercício físico constante. Fazer ginástica sueca, ioga e natação, vai ajudar a conservar a saúde, disse o anfitrião do Governo. Para secundar as suas propostas, Moedas pediu a presença de uma performer australiana, a senhora Bette Calman, de 84 anos, praticante de medicinas alternativas, que demonstrou estar em grande forma física, e que foi vivamente aplaudida pela assistência. Após um brevíssimo coffe-break, falou o ministro da Educação, para defender a apredizagem oficinal e obreira, tendo como base o financiamento do Estado aos colégios particulares. Nuno Crato afirmou que, por esta via, o seu ministério poderia poupar mais de 3 mil milhões de euros com o despedimento de 2/3 dos professores e pessoal auxiliar. Devo informar que estas propostas de Crato não obtiveram grande aceitação, tendo em conta os escassos aplausos. Chegados aqui, a comunicação com o Palácio Foz foi interrompida, pelo que nada mais fiquei a saber sobre a magna reunião -- à porta fechada -- destinada a "criar uma dinâmica na sociedade civil", profetizada por Passos Coelho. Em face deste imprevisto, não posso confirmar a totalidade da informação aqui prestada. É aborrecido, não há dúvida. Mas com a "lei da rolha" ou o lock-out à informação, a democracia fica à mercê do Secretariado Nacional de Informação (SNI), situado no Palácio Foz, nos tempos da ditadura, e que agora foi revisitado por Moedas e Sofia. Ontem e hoje, ao discutir-se, à porta fechada, um documento que vai arruinar o Estado Social portugês, voltámos a ter censura.

Bette Calman exibiu toda a sua flexibilidade física, aos 84 anos

de idade, e levou Carlos Moedas a defender um novo paradigma

para o SNS: antes curar a saúde do que curar a doença. Calman

impressionou vivamente a assistência do Palácio Foz em Lisboa.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 16:40 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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