Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012

A costa atlântica dos EUA acaba de ser assolada pelo furacão Sandy, um dos

mais devastadores de sempre, tendo deixado, à sua passagem, destruição, morte e perdas enormes na economia norte-americana. A uma semana das eleições presidenciais, e cinco anos após o rebentamento da bolha expeculativa originada no crédito hipotecário de alto risco, que levou à falência centenas de bancos, entre os quais se conta o Lehman Brothers, Bear & Stearns, o Merryl Linch, o grupo AIG, o Wachovia, e o Citibank, a nação americana debate-se agora com mais este desastre económico que, alem da perda de vidas humanas, deve superar os 80 mil milhões de dolares, ou seja, mais de metade do PIB português. Mas o colapso provocado pelo Sandy pode marcar o início da recuperação económica dos EUA. Depois das presidenciais marcadas para terça-feira, dia 6, o presidente eleito pode mobilizar os fundos necessários à reconstrução, apelando à Reserva Federal para emitir dinheiro. Será uma espécie de Plano Marshal, um ponto de partida para estimular a economia.

Nós por cá, estamos a ser vítimas de um Governo que nos trouxe até à beira do

abismo. Não se trata de um furacão, nem de um acidente ocasional. Trata-se de um verdadeiro desastre provocado por este Governo. Enquanto os EUA foram arrasados (na costa atlântica) por um fenómeno natural, em Portugal aconteceu um terramoto fiscal, que atingiu os mais pobres, e destruiu a classe média -- suporte da economia do país. Enquanto os EUA já se livraram do Sandy, por cá continuamos a ser vítimas das mal-feitorias infligidas pela Troika, uma espécie de Triunvirato tirânico, composto por Passos Coelho, Vitor Gaspar e Paulo Portas. Enquanto os EUA começam a arregaçar as mangas para superar a calamidade causada pelo Sandy, nós por cá continuamos à mercê desta gente tirânica, que rouba os pensionistas e prepara o suicídio colectivo do país. Enquanto nos EUA os reguladores e as instituições democráticas funcionam, nós por cá não temos quem nos liberte deste pesadelo. Temos um presidente esfíngico, ausente, seco de palavras e árido de comoção. Cavaco Silva não existe. Nós sabemos que ele mora em Belem, mas de lá não vem luz de esperança nem apoio aos clamores do povo. Os EUA seguem em frente, com a ajuda do seu Presidente, nós por cá, sofremos, definhamos e perdemos a esperança de viver.

A mãe Natureza atacou o coração do Império, mas este ainda não compreendeu o porquê

deste ataque destruidor. Quem deve estar a rir de raiva e de alegria são os Iluminati que já

anunciaram o fim dos tempos para 12-12-(20)12... Não vou por aí. Prefiro pensar em Kioto...

 



publicado por Evaristo Ferreira às 15:38 | link do post | comentar

Segunda-feira, 29 de Outubro de 2012

Os caboucos da "refundação" de Passos Coelho não passam de sound-bites.

"Se nós não formos referências dificilmente os portugueses aceitarão sacrifícios.

A classe política tem de ser exemplar, se não for, perde legitimidade. (...) Todos e cada um de nós, no seu local, têm de ser essa referência". (Parte do discurso "moralizador" proferido pela mnistra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, durante as jornadas parlamentares do PSD/CDS/PP). Ora bem, este discurso da ministra da Justiça, não passa, mais uma vez, de retórica ao estilo Frei Tomás. Esta "gente honrada", como gostava de se apresentar, não tem vergonha nenhuma em prometer uma coisa e fazer outra bem diferente. Não podemos esquecer -- quando o Governo impõe ao povo português "um enorme aumento de impostos" -- que a ministra da Justiça "no maior sigilo, prometeu aos magistrados que continuarão a usufruir os previlégios em vigôr nos Tribunais portugueses, incluindo as viagens em primeira classe dos comboios Alfa". O OE para 2013 será aprovado na generalidade quarta-feira, mas isso não é problema. A ministra vai pedir aos deputados e a Passos Coelho para que retirem do OE o corte nas viagens, ficando tudo como dantes. Em face da promessa feita, os magistrados fizeram logo circular a notícia, pedindo, no entanto, para que não fossse divulgada, ou seja, era preciso manter tudo em segredo. (Afinal, onde ficou "o rigôr e a transparência", prometidos durante a campanha eleitoral?).  Alem desta regalia, (i) "os magistrados após serem jubilados, e até à sua morte, mantêm direitos e regalias como se estivessem a trabalhar". (ii) "Continuam a não pagar impostos sobre parte significativa das suas remunerações". (iii) "Os magistrados recebem 7.000 euros por ano de subsídio de habitação, isento de impostos e sem cortes". (Tudo isto enquanto o Estado corta nos subsídios de doença, de desemprego e nos subsídios de apoio a idosos).   (iv) "Os juizes e procuradores do STJ, STA, TC e Tribunal de Contas ainda têm ajudas de custo de valor igual aos membros do Governo por cada dia que vão aos respectivos tribunais. Em resumo: em tempo de austeridade, a crise bateu forte e feio nos mais carenciados, no entanto os mais previlegiados continuam a ver passar a crise sem que sejam molestados. Afinal, que justiça é esta? É vergonhoso o conluio estabelecido entre a ministra da Justiça e os magistrados, oferecendo a estes transportes grátis. É vergonhoso que o Estado corte nos subsídios aos mais pobres, e aumente os transportes públicos duas e tres vezes por ano... Como é possivel que Passos Coelho ceda à ministra da Justiça? É simples: por indulgência e gratidão. Foi a ministra da Justiça, que após declarar o "fim da impunidade", inquiriu junto do Ministério Público sobre as escutas feitas a Passos Coelho. A ministra fez uma declaração dizendo que o primeiro-ministro era inocente, que não tinha cometido nenhum crime. Por seu lado, o primeiro-ministro Passos Coelho veio dizer, destranbelhadamente, que tinha "muito gosto que as escutas em causa fossem reveladas", pois não tinha feito nada de grave. É vergonhoso e  de ficar com o queixo caído, quando vemos e ouvimos o primeiro ministro a dar cobertura à violação do segredo de justiça... Com este Governo, a Justiça e o poder vivem em concubinato por conveniência de alguns.

Já não é apenas um problema de dislexia, a ministra da Justiça tambem acarreta

uma vontade indomável capaz de influenciar as decisões do Ministério Público...

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:56 | link do post | comentar

Sexta-feira, 26 de Outubro de 2012

Quase todos nós, os que acompanhamos o tratamento aplicado pela Troika

aos países sob assistência financeira, já começámos a perceber que a receita aplicada, está errada. No caso do nosso país, já percebemos que a dose cavalar de austeridade aplicada não trouxe melhorias. Pelo contrário, o país está cada vez pior, cada vez mais anémico. O PIB afunda-se, o desemprego é avassalador, o Governo falha as metas, a economia não funciona. O povo está exaurido, cansado, desiludido, e não vê luz ao fundo do tunel. O que é que está a falhar, o que é que está errado no Programa da Troika? É sabido que a Troika (FMI-UE-BCE), aplica os "modelos" utilizados pelo FMI nos demais países, ou seja, em África, América do Sul, Ásia e Europa. E, embora dolorosos, aqueles "modelos" têm sido aplicados com sucesso. Então porque é que não funcionam em Portugal e na Grécia (a Irlanda é um caso especial, tratou-se de salvar a banca, não a economia, que sempre funcionou). Quanto a mim, os "modelos" aplicadas na Zona Euro pela Troika (baseados nos manuais do FMI), não se ajustam a países da moeda única. A razão é simples, fora da Zona Euro, onde os países soberanos têm uma moeda, que podem desvalorizar, ou subir os juros bancários, os "modelos" do FMI funcionam bem. Nos países da Zona Euro os programas expressos nos "manuais em Excel" do FMI não resultam, pura e simplesmente, porque nenhum país do euro pode "desvalorizar moeda ou subir juros". Estas duas armas podem ser utiliazadas para baixar salários, controlar a inflação e animar a economia. Portanto, a receita da Troika nunca pode funcionar nos países do Euro. Está errada. E mais uma vez se prova que a teoria dos "modelos" e dos "cadernos de Excel", não bastam para ultrapassar a crise. Há prá aí alguem que faça chegar esta "abébia" ao senhor Abebe Selassie, ao Gaspar e ao Durão Barroso?

O racionalismo das folhas de cálculo nem sempre é o suficiente para o estudo

de um problema complexo, que requer conhecimento e experiência em diversos

domínios da vida empresarial e na governação de um país em apuros financeiros.



publicado por Evaristo Ferreira às 16:04 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Quinta-feira, 25 de Outubro de 2012

Ontém estive na Casa da Democracia, ou seja, na Assembleia da República.

Há muito tempo que andava à procura de uma ocasião propícia para assistir a

um debate político na Assembleia da República. Aconteceu ontem, graças ao convite que me foi dirigido por dois amigos, ligados à indústria da Restauração. E devo confessar que fiquei desiludido. Esperava eu que o acesso às galerias do Plenário fosse facilitado a qualquer cidadão interessado na política, mas não é assim. Pelo contrário, o acesso é muito dificultado, ou por que estamos em "estado de emergência social", ou por que os "serviços secretos" têm indícios de possiveis atentados políticos. Quando os serviços de segurança mandaram avançar o pessoal, já o debate tinha começado. A entrada é feita pelo lado nascente da AR, por uma porta onde estavamos nós e passavam deputados, secretárias e pessoal dos serviços da AR. Uma confusão terrivel. Havia polícias, muitos polícias, que davam instruções, e logo vinha outro que dizia o contrário daquilo que nos havia sido dito. Depois de passarmos a porta de entrada, tivemos que passar, um a um, por uma porta de scaner, um detector de metais. Antes disso, foi-nos pedido para colocarmos num cestinho, as chaves, as moedas, o telemóvel e os documentos... Tudo isto me fez lembrar o pós-11 de Setembro. Depois de passarmos no scaner e de recuperarmos os nossos bens, aguardamos, à espera que o grupo se reunisse ao longo da escadaria de acesso ao res-do-chão. De seguida, subimos a pé uma escadaria em zigue-zague, o equivalente a quatro ou cinco andares, até chegarmos ao piso que dava acesso ao Plenário, o qual já havia começado à mais de meia hora. Naquele piso, fomos divididos em lotes, uns para a direita outros para a esquerda, a fim de acedermos às galerias. O meu grupo, antes de entrar, foi avisado de que não podíamos bater palmas, assobiar, gritar ou mostrar qualquer cartaz. Alguem que desobedecesse, seria desalojado e posto na rua. O agente da polícia falou com determinação e por forma a que todos ouvissem, incluindo os agentes em serviço de apoio. Polícia, era coisa que não faltava. Quando entrámos na galeria, debatia-se os cortes à agência de notícias LUSA. Da parte do Governo, frente aos deputados, estava Miguel Relvas, acompanhado da secretária de Estado Teresa Morais. Nunca trocaram uma palavra. Pareciam desconhecidos, inimigos, e sem vínculos partidários. Relvas esforçava-se por "estar à altura" do seu papel, e Teresa Morais ora falava ao telemóvel ora sacudia o penteado. Pareceu-me que Teresa Morais estava incomodada com a presença do"doutor" de aviário. No final da discussão, o ministro Relvas respondeu com ligeireza aos deputados e retirou-se, sem arrumar a cadeira nem se despedir ou acompanhar a colega Teresa Morais. Já há muito que passava das quatro da tarde, quando chegou a vez do debate sobre o "Iva da Restauração". Mais uma vez o PS apresentou uma resolução para baixar para 13% o Iva na Restauração. O debate foi duro, incisivo, apelativo, mas a "maioria de direita" não quis complicar a vida ao ministro das Finanças. Disse que, "o país está numa emergência" e, por isso os sacrifícios são para todos. O PS respondeu, dizendo que a receita do Iva seria desastrosa, que o desemprego iria subir, que milhares de pequenas empresas iriam encerrar... "Vocês vão ser os coveiros da Restauração" -- rematou a deputada do PS, Hortense Martins, que acabara de apresentar a proposta para redução do IVA. Esta mesma frase acabaria por ser o mote de grande parte da assistência, que no final se indignara, acusando o PSD e o CDS de "fascistas", "coveiros da Restauração"... "Tenham vergonha!". Um grupo de indignados, resistiu, ali, a protestar, e tiveram mesmo que ser retirados das galerias pelos agentes da polícia. Toda esta gente havia aceite o convite da AHRESP para irem à AR, enlutados, apoiar a Resolução apresentada pelo PS, destinada a taxar o IVA da Restauração a 13%. E vieram, de todos os cantos do país. Uma nota final: durante o debate desta proposta, o Governo não se fez representar pelo ministro da Economia, nem sequer por um Secretário de Estado, ou um simples assessor...   O lugar do Governo esteve sempre vazio.

O conjunto arquitectónico da Assembleia da República é imponente, nobre e belo.

Inspira dignidade, justiça, solidariedade e respeito pelas instituições do regime...

Falta saber se todos os nossos deputados, que frequentam aquela casa, merecem

tamanha honra. Conheço alguns que não têm craveira intelectual para andar por ali.

 

 

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:43 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Terça-feira, 23 de Outubro de 2012

Quem anda na blogosfera, há largos anos, está sujeito à fadiga e à desilusão.

É o que está acontecendo com WE HAVE THE KAOS IN THE GARDEN, que anda por aqui há 6 anos, 10 meses e 20 dias. Já todos nós, veteranos, passámos por esta fase crítica. Desiludidos, cansados  e perseguidos pela môsca varejeira do anonimato, acabamos por sair de cena, quando o estro se torna mais nublado. O blogue Kaos, "implantado neste jardim à beira-mar", despediu-se de nós. Por razões que são do seu foro íntimo, mas que todos nós compreendemos. Todavia, eu espero e tenho esperança de que o Kaos regresse um dia, para animar o pessoal, com os quadros burlescos, sarcásticos e muito bem engendrados pelo seu autor. O Kaos tem adeptos em 161 países do mundo. O título em inglês faz com que, numa consulta ao Google, apareça nos mais remotos cantos do globo. Aconselho os meus leitores a passar pelo Kaos e deixar na sua caixa de comentários uma palavra de ânimo ao autor, e de apreço pela sua criatividade gráfica e pictórica.



publicado por Evaristo Ferreira às 16:26 | link do post | comentar

Segunda-feira, 22 de Outubro de 2012

Não tencionava abrir esta janela hoje, pois tenho andado em paz e sossego,

mas eis que, ao consultor o JN Online, encaro com o abominável João César das Neves, esse economista evangélico da Católica, que utiliza o seu Livro de Horas para meditar sobre problemas criados pelo Mafarrico. César das Neves, no intervalo das suas aulas, deve dedicar-se, tambem, a beijar os paramentos sacerdotais como forma de auto-flagelação. Penso eu, que seja assim. O economista da Opus Dei, tem dias em que parece estar tão perto do Mafarrico, como parece ter descido do céu etéreo. O abominável homem, versado em econometria, tem dias em que só diz disparates, mas daqueles disparates que causam revolta, asco, nôjo e alergia epidérmica. O estouvado professor saiu-se hoje com esta: "Com democracia Portugal nunca conseguirá controlar a despesa" (...) Tá-se a ver a formatação do evangelista! Mas diz mais: "Foi o Tribunal Constitucional que desgraçou o país". (...) Esta sentença, cuspida assim, sem o mínimo de respeito pela inteligência do povo português, é uma autêntica blasfémia, tão ou mais grave, tal como seria, se eu tivesse dito, que o economista-pensador, mastiga a hóstia sempre que vai comungar. A minha indignação deve-se às palavras do comentador/palrador. Mas eu, como fui formatado pelos ensinamentos da "santa madre igreja", acabei por reflectir nas palavras do economista, e dei-lhe de barato a ira que o consome: senti piedade e misericórdia por este humano desacorçoado... É que, afinal, a austeridade, o "assalto à mão armada", decretado por este Governo, tambem já chegou à carteira do professor César das Neves. Até agora, ele estava satisfeito, porque quem estava a sofrer, eram os reformados e os funcionários públicos... Agora já não são apenas os mesmos de sempre, a pagar crise. Toca a todos, graças à justíssima decisão do Tribunal Constitucional (TC). Mas o evangélico César das Neves acusa o TC por todas as desgraças deste país... Para ele, só uma ditadura é que poderia proteger o país destes desmandos. Pois, pois. Tal é o desespero desta gente!...  

Esta gente, quando é chamada a partilhar dos sacrifícios, até ficam

de cabelos eriçados. E perdem o norte. O culpado de toda a nossa

desgraça, é o Tribunal Constitucional, disse o César, sem corar...



publicado por Evaristo Ferreira às 15:23 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Sexta-feira, 19 de Outubro de 2012

Entediado com a qualidade dos políticos que actualmente nos governam,

resolvi ir até ao Chiado, visitar as Livrarias que por ali ainda resistem abertas. Farto de ouvir o ministro Álvaro, que ainda ontém achincalhou o PS na AR, ao afirmar, a propósito da crise, "que estamos a pagar a festa socialista"; farto de ouvir o primeiro-ministro, cujo pensamento está obliterado pelo uso e abuso das folhas de cálculo Excel, e que, num assômo de cultura adquirida disse ter lido A Fenomelogia do Ser, de Jean Paul Sartre, mas  ninguem é capaz de identificar na bibliografia deste autor; farto de ver o "doutor" de aviário, Miguel Relvas, cujo pensamento disse estar resumido nesta frase: "continuo na procura do conhecimento permanente", e que, quanto mim, quereria dizer "na procura permanente do conhecimento"; farto e cansado do obstruido cérebro de Vitor Gaspar, devido ao seu trabalho permanente em gabinetes de estudo, mas alheio ao que vai acontecendo na sociedade deste país; farto e entediado do discurso kiplinguiano do ministro enclausurado no Palácio das Necessidades; desiludido pelo espírito economicista do ministro do Ensino Nacional, Nuno Crato, formado em altas matemáticas; enjoado dos discursos feitos pelo ministro Álvaro, cujo pensamento formatado por recalcamentos freudeanos, bolceja forte, sempre que aparece sózinho no Parlamento a falar aos deputados sobre o "bom caminho do Governo" na ausência do primeiro-ministro, resolvi hoje esquecer a crise provocada por estes políticos de aviário, imergindo na atmosfera, amena e civilizada, que nos invade, quando visitamos uma boa livraria. E senti elevar-me, culturalmente. Senti que vale a pena estar entre os mestres da literatura universal. E fiquei com uma percepção agúda da carência cultural, da ignorância e do excesso de tecnicismo usado por esta gente que nos governa. Não pode haver bons políticos sem cultura humanista, sem o conhecimento dos fenómenos sociais que levaram as nações a progredir e enriquecer.  

Victor Hugo sonhou com os Estados Unidos da Europa. Isto

aconteceu no último quartel do século XIX. Grande visionário.



publicado por Evaristo Ferreira às 17:36 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quinta-feira, 18 de Outubro de 2012

O ministro-sombra para as privatizações, António Borges, veio dizer-nos

que "temos a enorme sorte de contar com o professor Vitor Gaspar" ao leme das Finanças Públicas. Borges veio, assim, corroborar as declarações de Gaspar que há dias tinha afirmado estar ao serviço do Governo, por achar que deve "pagar ao Estado o enorme investimento" que este fez na sua educação". António Borges, que tem feito declarações muito polémicas, teceu rasgados elogios ao ministro Gaspar, desvalorizando, por via disso, as competências do primeiro-ministro Passos Coelho, que o contratou. O ministro Gaspar tem sido muito elogiado pelos seus amigos, mas ainda lhe falta ser nomeado doutor honoris causa por uma qualquer academia. Todavia, estou certo que Miguel Relvas não se vai esquecer de propôr à Lusófona a atribuição desse galardão a Vitor Gaspar. É um palpite, baseado na estreita e mútua colaboração entre ambos, visível nos últimos dias. Ainda na terça-feira, apareceram ambos com umas folhas de Excel, para apresentarem aos deputados da AR quatro "simulações" dos efeitos das mexidas no IRS. As folhas de Vitor Gaspar mostram os números favoráveis, ou seja, quem ganha menos, perde menos, e quem ganha mais, perde mais. Das folhas do "doutor" Relvas, ninguem quis saber, mas as de Gaspar, embora "simuladas", geraram grande controvérsia. É que o ministro das Finanças, para adoçar a pêra, omitiu a formula mais habitual de calcular as variações percentuais. A realidade é esta: quem menos ganha, vai pagar mais, e quem mais ganha, vai pagar menos... Esta "simulação", vinda de Vitor Gaspar -- o novo Homo Sapiens da sapiência e do rigôr orçamental --é uma autência fraude. Mas, enfim, como Gaspar estava acompanhado do "doutor" Relvas -- um ignorante em Economia e Cálculo Infinitesimal -- não é de estranhar o gesto manhoso e fraudulento do ministro Gaspar. Esta gente está eivada por "falta de rigôr e de transparência", e a podridão começa a contaminar todo o executivo governamental. E, assim, cai por terra o discurso laudatório que o ministro-sombra das privatizações fez a favor de Vitor Gaspar, o novo Homo Sapiens das finanças.

Esta é a Troika que nos governa... Inexperientes, desconfiados e trapalhões.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:48 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quarta-feira, 17 de Outubro de 2012

Este Governo, planeado e gerado por interesses partidários, está em fase de

quarto-minguante. Os seus actores, parecem lunáticos à procura de água no deserto. Já sabiamos que se ligaram através de um "casamento de conveniência", mas agora verificamos que a sua relação é promíscua e feita de fios sem nexo. Os cônjujes esqueceram-se de jurar fidelidade um ao outro, e agora até mostram que no seu casamento, não consta a cláusula "em comunhão de bens". Paulo Portas não quer assumir o ónus do aumento de impostos. A sua relaçao com Passos Coelho tem sido de desprezo e tambem de amuo constante. Agora é Passos Coelho -- que tem feito o caminho da austeridade sem a companhia de Portas -- de vir castigar o "ministro ausente" (Paulo Portas), acusando-o de estar a contribuir para uma possivel queda do Governo. E deixa o aviso: se tal acontecer, Portas e o CDS/PP terão que arcar com a responsabilidade de uma crise política, que mergulhará o país no cáos. Até agora Paulo Portas, entronizado no diplomático cargo "Ministério dos Negócios Estrangeiros", tem viajado pelas sete partidas do Mundo, a promover as exportações portuguesas -- diz ele. (Mas, o que mais tem contribuido para o aumento das ditas, é o ouro nacional, que os portugueses estão a vender, desfazendo-se dos aneis, para poderem sobreviver à pobreza gerada por este Governo). Contudo, Portas raramente aparece nas reuniões da União Europeia, ao lado do primeiro-ministro, como era seu dever. É certo que Paulo Portas (óh, ironia do destino!), sempre foi eurocéptico... Agora já se reclama de "euro-calmo", mas essa confissão não lhe dá crédito nem o favorece como emissário de Portugal. Em Bruxelas, Estrasburgo ou Frankfurt, quem aparece a representar Portugal é o ministro Vitor Gaspar e o primeiro-ministro Passos Coelho. O ministro dos Negócios Estrangeiros, a quem compete defender a "diplomacia portuguesa", está sempre ausente, ou então é representado por um qualquer Secretário. Isto não faz sentido. Portas esquece que Portugal faz parte da União Europeia, e é no seio das suas instituições que o Governo deve procurar soluções para os problemas que afectam o nosso país. Desgraçadamente, o primeiro-ministro Passos Coelho -- embora vá estando presente nas reuniões da Zona Euro -- tambem não tem feito muito uso das instâncias europeias para resolver as dificuldades em que nos encontramos. Resumindo: com um ministro dos Estrangeiros "euro-calmo" e um primeiro-ministro formatado pelos ideais do neoliberalismo, não admira que toda a acção deste Governo se transforme numa bagunçada.

Os cônjujes parecem estar desavindos. Haja alguem que sirva de moderador

e faça com que esta gente se entenda, ou então que sejam substituidos por

outros actores. Estamos cansados de ver "pieguices e desavenças conjugais".



publicado por Evaristo Ferreira às 14:52 | link do post | comentar

Terça-feira, 16 de Outubro de 2012

Esta noite tive um sonho terrível. Estávamos a 9 de Março de 2011, na tomada

de posse de Norodon Shianouk (Cavaco Silva). O Governo de José Sócrates estava presente, e Norodon Shianouk (Cavaco Silva) dirigiu-se para a tribuna onde declarou, sisudo e com voz grave: alcançamos o limite da subida de impostos; não se pode exigir mais sacrifícios aos portugueses. As bancadas do PSD, CDS, PCP e BE deliraram e aplaudiram em pé. No final da cerimónia Norodon Shianouk (Cavaco Silva) ausentou-se da sala e nem sequer se despediu do Governo. (Neste instante acordei, esfreguei os olhos, e continuei a dormir. O sonho terrivel prosseguiu). Dias depois desta cerimónia, Pol-Pot (Passos Coelho), na oposição aproveitou a "deixa" de Norodon Shianouk (Cavaco Silva) e falou às televisões: Estou farto de dar o aval aos PECs do primeiro-ministro. Peço desculpa aos portugueses por eu ter, até gora, dado o agreement aos PEC-1, 2 e 3, que penalizaram muito os contribuintes. Não vou aceitar o PEC-4. Isto tem que parar. O Governo deve ser demitido e convocadas eleições. (Adormeci, mas sobressaltado). Pouco depois, acordei em plena campanha eleitoral, onde Pol-Pot (Passos Coelho) prometeu não aumentar os impostos, não roubar o subsídio de Natal, mas cortar nas "gorduras do Estado" e nos "custos intermédios". (Dei meia volta na cama, e voltei a sonhar).

Pol-Pot (Passos Coelho) ganhara as eleições e formara um míni-Governo 

ancorado no CDS. Norodon Shianouk (Cavaco Silva) estava feliz. O Orçamento de Estado fora aprovado, com o aval do soberano (Shianouk), apesar do aumento de impostos, da subida dos transportes, dos cortes na Saúde e na Educação. Em Outubro foi necessário aprovar um Rectificativo, seguido do OE para 2012, onde foram efectuados mais aumentos de impostos, de corte nos subsídios de Férias e de Natal à função pública, pensionistas do Estado e reformados do sector privado. (Gemi, acordei e fui tomar um copo de água). Depois de adormecer, às 5 da manhã, voltei a sonhar com Pol-Pot (Passos Coelho) e Norodon Shianouk (Cavaco Silva). Já estávamos em Outubro de 2012. As metas orçamentais de 2012 não foram cumpridas. O défice atingira 7,2%, o desemprego 15,8% e a dívida pública os 124% do PIB. Um descalabro. Mas Pol-Pot, apesar deste desaire, continuava a dizer: "custe o que custar", nós vamos cumprir... Entretanto, com o novo OE para 2013, o povo veio para a rua protestar, e Norodon Shianouk (Cavaco Silva) utilizava o Facebook para dizer que se tinha atingido o limite no aumento de impostos. Mas Pol-Pot continua a acreditar na sua receita. Ouvem-se ecos de "bomba atómica fiscal", de "roubo à mão armada", de "suicídio económico", do "fim da classe média nacional"... (Nesta altura acordei, saltei para fora da cama e fui tomar um duche morno. Eram sete da manhã. Liguei a televisão e vi cenas de pancadaria policial frente à Assembleia da República. Nas cidades e vilas do país, o povo protestava, com cartazes onde se lia: fora com o Governo, ladrões, gatunos... Afinal, o objectivo de Pol-Pot (Passos Coelho) e os seus lacaios, era destruirem, arrasarem com a economia do país, arruinarem a classe média, para assim poderem ter um país "competitivo", com ordenados miseráveis, onde o capital podia ganhar mais-valias à vara larga. O espírito de Pol-Pot continua presente nas mentes desta "gente honrada, cumpridora da palavra dada"... O raio que os parta! -- digo eu. Alguma coisa tem que ser feita para travar estes alucinados da "economia competitiva". O pior, é que a "bola" está agora na mão de Norodon Shianouk (Cavaco Silva), que apadrinhou, ajudou e deu a benção a estes neoliberais de aviário. Estou para ver como vai ele rectificar as coordenadas do GPS deste Governo de incompetentes.

Estes são os émulos de Pol-Pot, malfeitores que desgovernam este

país, e que pretendem instalar aqui uma república de baixos salários.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:47 | link do post | comentar | ver comentários (1)

mais sobre mim
Abril 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30


posts recentes

FIM DE CICLO...

A ENTREVISTA DE SÓCRATES

SÓCRATES NA RTP

PASSOS DE JOELHOS

DESCRÉDITO TOTAL

COM PAPAS E BOLOS...

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!

OS PROFETAS DOS "MERCADOS...

QUE SE LIXE O "PÚBLICO"

OS PAPAGAIOS DO COSTUME

arquivos

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

links
blogs SAPO
subscrever feeds