Sexta-feira, 29 de Abril de 2011

Miguel Relvas, o secretário-geral do PSD, continua a dizer e a fazer

o que Pedro Passos Coelho já deixou de praticar e proferir, ou seja, não irritar Sócrates por forma a não inviabilizar um acordo de Governo. Depois do elogio recebido de Mário Soares, Passos Coelho parece estar agora a assumir o papel de "homem de Estado". Só que, o comportamento de Miguel Relvas, não só contrasta com a atitude de responsabilidade de Passos Coelho, como é prejudicial à imagem do líder social-democrata. Miguel Relvas tem um discurso trauliteiro, desafiador, como se fosse um cantor hard-rock, ou o mastim de guarda ao seu amo. Ontem veio dizer que "ainda há uma parte do eleitorado que quer ser enganada" (este discurso lembra o mefistofélico Vasco Graça Moura, quando escreveu que o "nosso eleitorado é estúpido", votou nesta "merda"). Quer dizer, o povo é burro, porque não vota PSD!

 

Paulo Portas, que já foi chefe do "partido taxi", vem agora dizer que quer ser primeiro-ministro de Portugal. Não vejo como poderá ele alcançar tão estranho target, pois 10 ou 11 por cento de score eleitoral não é o bastante para chegar a primeiro-ministro. Enfim, ele lá sabe com que armas vai disputar as eleições; se conta com um milagre da "santinha" ou com a ajuda dos ex-combatentes do ultramar. Talvez vá enfunar com os dois submarinos da Armada, ou com os Pandur do Exército, que metem água e custaram uma pipa de massa.

 

Para "enxofrar" aqueles que acusam Sócrates "por nada ter feito" nestes seis anos, deixo aqui dois exemplos de como o ensino cientifico mudou, para melhor, e mostra que Portugal tem futuro, tem gente de muito valor. (I) "Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência, resolvem mistério de doença que impede a malária". (II) "Fundação de Bill Gates aposta em investigação portuguesa", através da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Medicina Molecular, para o desenvolvimento de nanoparticulas com propriedades terapêuticas que podem conduzir à cura do vírus da SIDA. Este projecto foi um dos 88 selecionados entre 2.500 apresentados a concurso.

Em adenda a esta notícia, fica registado que o Tribunal Constitucional não aceitou a "revogação da avaliação de professores", proposta à sucapa pelos partidos da oposição, nas últimas horas antes da dissolução da Assembleia da República. O PS fez muito pelo ensino científico.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:08 | link do post | comentar

Quinta-feira, 28 de Abril de 2011

Pelo que temos lido, ouvido e visto nos últimos dias, a campanha

para as legislativas vai ser animada -- para não dizer "assanhada" -- ao contrário do que foi pedido em Belém, no dia 25 de Abril, pelos tres ex-presidentes da República, incluindo o que está em exercício.A estratégia do PSD, tem sido e continua a ser, descredibilizar Sócrates, chamar-lhe mentiroso, assacar-lhe a responsabilidade pela crise financeira nacional (e internacional), negar tudo o que de bom fez Sócrates, e imputá-lo de lunático... Foi assim nas legislativas de 2009, com a Velha Senhora a dizer que este país vivia numa "asfixia democrática", e foi assim com as famosas "escutas a Belém". A Velha Senhora perdeu as eleições, o PSD ficou ressabiado, e a João de Deus Pinheiro restou-lhe ir ao Parlamento para dizer que renunciava ao mandato, pois tinha-se candidatado para ser presidente da Assembleia da República... O tempo passa, mas o PSD, incapaz de se afirmar e de derrotar Sócrates, resta-lhe jogar ao boomerang. O alvo é Sócrates, o PS, e o Estado Social -- mas sempre chamando "mentiroso" ao primeiro-ministro... Com este argumentário, quem pode esperar uma campanha eleitoral contida, sem ataques pessoais, morna e sem agressões? Ninguem deve esperar isso, porque a estratégia do PSD é, foi e continua a ser, trauliteira. O povo, os eleitores, devem ouvir, para saber quem fala verdade, quem tem experiência, quem tem vontade e energia para governar Portugal.

Ainda ontem à noite, na TVI24, assisti a uma autentica peixeirada protagonizada por uma deputada do PSD -- creio que é vice-presidente da grupo parlamentar -- que cortou a palavra à representante do PS de forma descabelada e fortemente agressiva, fazendo lembrar uma varina em plena lota do peixe. A senhora disse, afogueada e irritadiça: "é demais, eu não aguento ouvir tanta mentira, deixem-me falar"... Mas a deputada do PS continuou, como se nada houvesse acontecido. Os deputados dos restantes partidos ouviram, sufocaram e calaram. O moderador da TVI, Paulo Magalhães, nada fez, pois o "espectáculo" encenado pela "gladiadora" do PSD, prometia, e não há coisa melhor do que um escandalo destes para o canal de televisão subir nas audiências...  Aquele momento de crispação e de desvario, por parte da representante do PSD, é a prova da violência verbal que vai fazer carreira nas próximas eleições legislativas.



publicado por Evaristo Ferreira às 17:05 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quarta-feira, 27 de Abril de 2011

O país continua suspenso e desesperado até conhecer o diagnóstico

feito pela troika UE/BCE/FMI, que está a proceder à auditoria e à avaliação das contas públicas nacionais. São dias de angústia, mas tambem de confiança. O país espera pelo diagnóstico e pela "receita" prescrita, destinada a curar a doença. Entretanto os "papagaios" do costume continuam a palrar na comunicação social, debitando bitaites foleiros e proclamando oráculos a tôrto e a direito. A corporação dos "papagaios" é a instituição mais activa na palração do niilismo e da vacuidade. Mas é uma "indústria" que colhe bons resultados operacionais: com ela ganham os donos dos media (com realce para as televisões),  e engordam os "papagaios" palradores que se fartam de facturar a recibo verde.

À direita do PS, passados que são 38 dias após o chumbo do PEC4, o PSD ainda não mostrou uma única ideia estruturada para contrapôr ao chumbo do PEC4, nem tão pouco apresentou um Programa de Governo. Apenas ideias vagas, notas soltas, propaladas agora, desmentidas depois. Para quem quer apresentar-se como alternativa a José Sócrates, Passos Coelho não parece ser o "salvador do país", nem do PSD. Um dia fala Relvas, logo à tarde fala Moedas, no dia seguinte Nogueira Leite, e depois aparece a carroça dos "Mais Sociedade"... E, de carroça, não descolam.

À esquerda do PS, tudo se torna nebuloso e poeirento, com os convencinados do BE a recusarem "enfrentar a troika" e a nada proporem para ajudar o país a arrepiar caminho. Procuraram um namoro com o PCP, por forma a conseguirem uma "união de facto", mas Jerónimo de Sousa não aceitou o contrato, certo de que o PCP tem pergaminhos a preservar, e de que é um partido com enorme peso no Parlamento, nos sindicatos, nas autarquias, nas comissões de trabalhadores e nos movimentos associativos da lavoura. O BE é apenas o resto da extrema-esquerda revolucionária, dirigida agora por intelectuais enfastiados, ligados à academia. O BE representa aquilo que se denominou "a esquerda caviar".

O deputado Fazenda vai à Convenção do BE, nos dias 7/8 de Maio, para dizer que "o BE não é um partido-mochila". Com esta terminologia, Fazenda ainda confunde mais os convencionados, e nesta forma intemporal: "o processo de convergência às esquerdas é um desejo de hoje e uma realidade para ontem e pode não existir depois de amanhã, é talvez um produto da Internet, contudo, não tem tradução social e política".

E assim vai a extrema-esquerda: longe do país, fora do jogo político, incapaz de assumir compromissos, e lutar por eles.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:00 | link do post | comentar

Terça-feira, 26 de Abril de 2011

O 25 de de Abril, este ano, foi celebrado na Presidência da República, em Belém, por vontade de Cavaco Silva. Foi uma festa celebrada em "casa" do mais alto magistrado da Nação, justamente por aquele que nunca mostrou grande entusiasmo pela Revolução dos Cravos. Mário Soares foi um combatente pela democracia; Ramalho Eanes fez parte do FMA, e, como Presidente da República, desempenhou um papel importante na reconciliação nacional, após o 25 de Novembro; Jorge Sampaio marcou a contestação ao regime durante a luta académica e viria aderir ao Partido Socialista, onde desempenhou vários cargos, foi autarca de Lisboa e chegou a Belém com grande aceitação dos eleitores portugueses. Cavaco Silva chegou a Belém pelos votos da direita, e pouco mais. Não esteve contra a guerra colonial, não participou na luta contra o salazarismo, não fez carreira de deputado. Foi chamado por Sá Carneiro, fez a travessia do deserto, e aparece no Congresso da Figueira, onde foi eleito para dirigir o PSD e levar os sociais-democratas ao poder. Sem tarimba nem uma cultura democrática, Cavaco Silva nunca conseguiu ser um dirigente capaz de falar com o "povão", com alma de líder, nem a grandeza de quem exerce o poder. Sempre mostrou timidez, nunca aceitou as críticas dos adversários, sempre foi um político de raíz ruralista. Humildade, franqueza, tolerância e receptividade, sempre faltaram a Cavaco Silva na sua relação com os outros. Ainda agora padece desses males: na noite da sua re-eleição, Cavaco Silva espadeirou contra todos os seus adversários, e, fora do "registo oficial", dirigiu-se àqueles que o elegeram, para atacar os seus adversários, num discurso cheio de rancôr, raiva e de intolerância, esquecendo-se de que, após a eleição, era o Presidente de todos os portugueses. Como se não bastasse isto, no dia da tomada de posse, perante a Assembleia da República, disse "cobras e lagartos" do Governo dirigido por José Sócrates... Nem uma palavra teve sobre o "tsunami" financeiro que atingiu Portugal e o mundo.. Para ele, o causador de todos os males (no país e na Europa), era o Governo de José Sócrates...

Depois de seis anos de ataques ao caracter do primeiro-ministro, Cavaco Silva, com o seu discurso na AR, afastou-se do Governo para se colocar ao lado daqueles que sempre faltaram ao respeito daquela Câmara e do próprio José Sócrates. Chegados aqui, voltemos aos apêlos de Belém ouvidos no dia 25 de Abril: "esqueçam as quezílias, os ataques pessoais, deixem de se acusar uns aos outros"... Pois é, mas quem é que semeou o ódio e a intolerância na vida política portuguesa, nestes últimos seis anos?...

Foi um bom começo de vida, esta festa, realizada em Belém. Emendou os erros cometidos pelo anfitrião... Para o conseguir, solicitou a presença dos tres "senadores" da República, pois só assim Cavaco Silva seria capaz de enfrentar "os portugueses que não votaram nele", mas que o respeitam. Esperemos que o bom-senso volte a reinar entre as instituições e os eleitos da República. O país precisa de todos, de unidade. 

 



publicado por Evaristo Ferreira às 14:43 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Segunda-feira, 25 de Abril de 2011

Todos os povos aspiram à liberdade e à democracia...

(Cortesia do Jornal de Angola)



publicado por Evaristo Ferreira às 18:59 | link do post | comentar

Quinta-feira, 21 de Abril de 2011

Os boys e os senadores do PSD estão angustiados com a sondagem

da Marktest: o PS está um ponto acima do PSD... As "mentiras" propaladas contra José Sócrates, a partir de uma Central de Informações, sediada algures na São Caetano à Lapa, parecem estar a fazer ricochete, demolindo, assim, a estratégia montada pelos pupilos de Passos Coelho. Até o palrador Professor Marcelo, que é uma espécie de professor Karamba do PSD, saiu para a rua apregoando que "começa a ser perigoso", a subida do PS. Mais a norte, o cabeça de lista por Viana do Castelo, o ex-blasfemo Carlos Abreu Amorim (que tantas vezes enxovalhou Passos Coelho com pasquinadas ou artigos de opinião), protesta, dizendo que tudo se vai "inverter quando as pessoas pensarem pela sua cabeça e Sócrates for confrontado com os seus erros". Mendes Bota, o algarvio do capachinho, diz que tudo isto se deve ao Governo "que tem capacidade mediática para desvirtuar os factos". Já o número dois de Passos Coelho, Miguel Relvas, está tranquilo, não o preocupam as sondagens. Por fim, o enfastiado António Nogueira Leite "acha estranho, que o PSD não esteja a 15 pontos do PS". Á margem deste quadrante, está Paulo Portas, que em 1993, ao leme do Independente, aspirava a ser o Citizen Kane português -- farpeando editoriais contra o então primeiro-ministro Cavaco Silva -- e vem agora dizer, como qualquer como qualquer noiva despeitada, que "nunca governará sózinho com José Sócrates". Isto promete...

Boa Páscoa para todos.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:18 | link do post | comentar

Quarta-feira, 20 de Abril de 2011

Para fazer uma abordagem ao calaceiro poeta Vasco Graça Moura,

que atirou a sua obra poética para as calendras gregas, "à vassourada", como ele gosta de referir (sempre que fala de limpeza sanitária), é necessário usar de uma linguagem "nova", coisa que ele utiliza nos seus "artigos de opinião" expressos no DN. Eu prefiro usar o português antigo, dos tempos de D. Dinis, pois este sempre é mais assertivo, mais correcto, e menos "vernáculo" do que o português utilizado pelo poeta renegado. Hoje o calaceiro, na sua croniqueta do DN, vem escarnecer do povo português, ao acentuar a sua "natureza calaceira", do seu "feitio de incumpridor relapso", do seu "péssimo nível de qualificação escolar e profissional". O calaceiro poeta diz que "a governação socialista seguiu uma estratégia desmiolada", contribuindo com isso, para "uma certa propensão para a estupidez e a crendice fácil [do povo português] que explica algumas vitórias eleitorais socialistas". De resto -- prossegue o calaceiro -- "Portugal está uma porcaria (da última vez disse "uma merda"). "Depois das precipitações, equívocos e dificuldades do último alargamento, parceiros como nós só causam problemas à Europa". E foi este calaceiro deputado no Parlamento Europeu! Faço ideia do quanto contribuiu ele para arrasar o bom nome de Portugal, e dos portugueses!

Este sujeito está obliterado, ansioso por chegar a hora dele, num governo do PSD, onde possa ser ministro, sim ministro dos cemitérios. Outra coisa não lhe assentará bem, só um cargo destes, talhado ao seu perfil, como albarda para burro. Eu, que em tempos fui leitor da obra poética deste obliterado e rancoroso poeta, temo que algo de estranho se passe com ele. Já não tem a verticalidade de outrora, parece amorfo, torcido, bronco. Talvez lhe faça falta um arrocho, para andar com passo certeiro, e não escoicear a torto e a direito. Porém, se a maleita perdurar, o melhor que o calaceiro tem a fazer é marcar uma consulta, no estaminé do professor Karamba. O inguiço pode passar-lhe, recuperar a veia poética, e abandonar a sua doentia propaganda da má-lingua e da verborreia soez e porcalhona.

A linguagem utilizada por VGM está ao nível dos piores arruaceiros.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:21 | link do post | comentar

Terça-feira, 19 de Abril de 2011

O Professor Freitas do Amaral foi ontem entrevistado na RTP por

Fátima Campos Ferreira. Foi mais uma entrevista sob o lema "Portugal e o Futuro", título este já usado pelo general Spínola em livro editado em 1974, que haveria de contribiur para minar os alicerces da ditadura e empurrar o MFA para o golpe militar. Freitas do Amaral, um catedrático formado em direito público e em direito administrativo, foi fundador do CDS, candidato à PR e expulso do Largo do Caldas, depois de aceitar ser minstro dos Negócios Estrangeiros no primeiro governo de José Sócrates. Em 2008 queixa-se por falta de saúde, e larga o cargo de MNE. A sua fotografia voltou à sede do CDS no Largo do Caldas, mas em 2009 terá votado PSD, e em Cavaco este ano. Agora não votará PS nem apoiará Sócrates -- porque, disse o académico, houve o Sócrates I e agora o Sócrates II... Mas tem amizade por Sócrates e gostou muito de ter participado no seu Governo. Freitas disse que Sócrates foi excepcional, reduziu o défice para 2,8 por cento, fez reformas no Estado e fez com que a economia subisse para 2,7 por cento em 2007... Só que, a partir daqui, da crise do Lehman Broters, Sócrates II não conseguiu fazer reformas a tempo de evitar a crise... Zapatero sim, fez reformas, e evitou o alastramento da crise -- adiantou Freitas do Amaral.

Este palavreado político de Freitas do Amaral, não é mais do que a cartilha da oposição neoliberal lusitana e europeia. O mestre de direito público vai pelo mesmo caminho, alinha agora na vulgata da São Caetano à Lapa. Zapatero fez -- diz o mestre administrativo -- mas Espanha, apesar de ser a quarta economia da zona euro, tem graves problemas no imobiliário, que levou à falência todas as Caixas de Afôrro, e alguns pequenos bancos, como seja o Banco Pastor, o Banesto e o Bankinter, que estão agora na corda bamba... A banca espanhola, no seu conjunto, precisa de uns 200.000 milhões de euros... É uma segunda Irlanda. Não se percebe a análise feita por Freitas do Amaral -- copiada do neoliberalismo reinante, e apoiada pelas agências de rating que já começam a "advinhar" falhas na economia espanhola, tal como previu Nouriel Rubini há mais de um ano...

Em conclusão: Freitas do Amaral largou o barco do Governo Sócrates I, saltou pela borda fora, e pensa agora em voltar à política através do PSD (foi apoiante de Cavaco) ou do CDS, se os" filhos desavindos" quizerem aceitar o regresso do pai desamparado... Freitas não parece ser coerente, mais parece ser um oportunista. "Sócrates II nasceu com a crise financeira internacional", mas Freitas não admite esse facto, tal como fizeram e fazem os boys do PSD, os que encostaram Passos Coelho à parede: "ou vamos para eleições, ou o PSD faz eleições". Grande descaramento... De quem anda a saltar de cadeira em cadeira, ao sabor do tempo e conforme as conveniências políticas.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:55 | link do post | comentar

Segunda-feira, 18 de Abril de 2011

Um mês após o chumbo do PEC4, Passos Coelho ainda não 

conseguiu apresentar um conjunto de ideias para governar Portugal. Pode dizer-se que agora é o FMI, e não o PSD, quem vai governar. Mas Passos Coelho tem que apresentar um programa eleitoral, onde defenderá as suas ideias para governar e com elas atrairá (ou não) o eleitorado. Passos Coelho, inexperiente, colocou o "dream team" do PSD a trabalhar na elaboração desse programa, mas nada sôa cá para fora. Apenas são lançadas umas ideias soltas, logo desmentidas ou rectificadas, como seja a revisão da Constituição, a privatização da CGD, de parte do ensino público, de parte do SNS, das Águas, etc. Coisas soltas e desconexas. O país precisa saber quais são as alternativas. Da parte do PS, já sabemos qual vai ser o rumo.

Passos Coelho está a passar as "passas do Algarve" na São Caetano à Lapa. Ele dá mostras de inquietação e de navegar ao sabor da bolina. Tudo isso é evidente, desde o "golpe palaciano" forjado pelos boys do PSD, quando encostaram o "chefe" à parede: "ou vamos para eleições, ou o PSD vai a eleições". Depois deste ultimatum, Passos Coelho entrou em contra-mão e tem feito uma série de erros fatais. Disse que Sócrates apenas lhe telefonou sobre o PEC4, mas já teve que rectificar: não só lhe telefonou, como tambem esteve reunido com ele em S. Bento. Isto faz parte do "golpe", urdido pelos boys do PSD, contra o Governo do PS. Foi o golpe de misericórdia ao Governo e ao país, que nos conduziu a um beco sem saída.

Após o "golpe", as agências de rating, umas após outras, baixaram a notação da República, da banca e das empresas públicas, para um nível considerado "lixo". A banca viu os activos reduzirem os balanços e a República deixou de poder financiar-se nos "mercados da dívida soberana". Foi um crime de lesa-pátria, que não se pode imputar apenas à oposição, mas tambem a Belém.

Não se admirem pois as vestais, com a dureza da campanha eleitoral. Quem andou, durante seis anos, a denegrir o caracter do primeiro-ministro José Sócrates, vem agora pedir contenção verbal durante a campanha das legislativas, sabendo que isso é impossivel. A "verdade" tem que ser reposta: devem ser apontados os "mentirosos", os "falta de caracter" os "oportunistas" que chegam ou já estão na política... E, pela amostra, nem todos são impolutos. E a verdade, verdade, é admitir que foi a crise internacional quem atrapalhou o Governo e fez o país recuar.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:11 | link do post | comentar

Sexta-feira, 15 de Abril de 2011

PONTO 1 - Cavaco Silva continua esfíngico e mudo no Palácio de Belém, sem se perceber porquê. A tão prometida "magistratura de influência" levou-a o vento. Ao país tudo falta, até Cavaco Silva, que se entretém a dar bitaites no Facebook, a rede social dos que nada têm para dizer.

PONTO 2 - O porta-voz do PSD, Miguel Relvas, decretou hoje: "temos um Governo guerrilheiro". Relvas, com esta linguagem, que nada tem a ver com a Sierra Maestra dos barbudos cubanos, nos idos de 1959, e muito menos com a apregoada "acalmia entre os partidos e o Governo", deixa passar a ideia de que ele "é o mastim de Passos Coelho". Com o FMI em casa, esta linguagem é como terra pesada no cova do morto.

PONTO 3 - O maquilhado Fernando Ruas, autarca de Viseu e presidente da Associação Nacional de Municipios Portugueses (ANMP), e militante do PSD, célebre por ter recomendado aos viseenses "corram-nos à pedrada" (aos técnicos do ambiente), apareceu hoje na praça pública com um "caderno de encargos" para apresentar ao FMI. A chinfrineiria e a esteria continua, como se o país fôsse um jardim infantil sem brinquedos...

PONTO 4 - Para compensar as "negas" dos senadores, Passos Coelho tira da cartola "novos coelhos" para as listas do PSD. Hoje foram indicados mais tres noviços. Um deles é o Francisco José Viegas, escritor, palrador, oportunista, com programa de livros na TVI24, antigo colaborador da RTP, blogger na Origem das Espécies (apropriou-se de Darwin) e tambem conhecido como o "Papa Almoços" por ter publicado em jornais as ementas de restaurantes, tascos e tasquinhas onde comia à borliu... Todos os restaurantes eram excelentes, tinham bons vinhos e boa sobremessa. De higiene e segurança alimentar, nada dizia o Viegas. Em tempo de crise, o Viegas está anafado, com um enorme perímetro de barriga... É cabeça de lista por Bragança. Depois vem o blogger Carlos Abreu Amorim, que ganhou fama no Blasfémias, e já esteve com o CDS. Este anafado noviço, vai ser cabeça de lista por Viana do Castelo. É mais um vira-casacas, neo-liberal e conservador. Por fim temos o noviço Manuel Meirinho, para cabeça de lista pela Guarda (o meu distrito). Deste noviço nada sei, mas sei que meirinho, antigamente, era o oficial de diligências, ou o magistrado que governava uma comarca. Não sendo isto, meirinho é tambem o gado lanígero que, de verão, pasta nas montanhas, e, no inverno, na planície. O nome não faz a pessoa, mas pode dizer muito para as gentes onde a transumância do gado ovino se faz acompanhada dos pastores, no justo modo que acabei de referir.

Com tanto noviço/neófito, Passos Coelho arrisca-se a não cumprir a promessa de ter um "dream team".

Angola está no bom caminho. Nasce de raíz, Kilamba Kiaxi,

cidade para 200 mil habitantes nos arredores de Luanda...

Kilamba Kiaxi deverá estar concluida em 2012.



publicado por Evaristo Ferreira às 18:02 | link do post | comentar

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