Quinta-feira, 30 de Dezembro de 2010

Os efeitos da crise financeira, económica e social já se fazem sentir por todo o lado, mas o pior está para vir, depois do dia 1 de janeiro de 2011... O corte nos salários da função pública, nas pensões dos reformados, o aumento dos transportes, dos combustíveis, da alimentação e das bebidas, tudo vai ficar mais caro. E o consumidor pobre, terá menos dinheiro. Mas há momentos na vida de um povo que obrigam a enormes sacrifícios e o importante é que esse povo saiba retirar ilações das causas que nos conduziram a este encurralamento... A ganância, a soberba e a crueldade dos "engenheiros financeiros" levaram meio mundo a este sufôco. É preciso julgar os autores da debacle financeira, caso contrário o mundo vai continuar a viver em constante "roleta russa". A gestão das agências de rating, o FMI e o Banco Mundial devem ser entregues à ONU. Actualmente as agências de rating são parte integrante dos bancos de investimento, uma promiscuidade de interesses. Foram as agências de rating que atribuiram a classificação de AAA ao subprime, o crédito de alto risco. E os bancos de investimento criaram derivativos daquele crédito, e venderam-nos a bancos europeus e americanos. Ficaram "intoxicados", todos os bancos. Mas George Bush, na altura, culpou apenas os banqueiros, atirando-lhes a frase que marcou o fim de festa: "embebedaram-se todos, o resultado está à vista". É mais uma crise capitalista, mais uma. Os inocentos é que pagam.

Desejo que 2011 seja a luz ao fundo do tunel, sobretudo para a Europa, que foi enganada com a compra do "lixo tóxico" americano. A luz ao fundo do tunel, para Portugal, pode começar a aparecer a partir do primeiro semestre, com a correcta execução e controlo dos Orçamentos de Estado.

Edifício séde do Banco Central da China, que em 2011 vai comprar dívida

soberana de alguns países europeus (Portugal, Espanha, França). Agora a 

ajuda vem do oriente, do país de Mao Tze Tung... Quem haveria de dizer!



publicado por Evaristo Ferreira às 18:25 | link do post | comentar

O Diário de Notícias (DN) andou, durante um mes, a prometer aos seus leitores uma edição especial dedicada a marcar a passagem do 146º aniversário do matutino, que aconteceu ontem. Mas o jornal só chegou às bancas hoje, ao que parece devido a um "problema ténico". Pelo menos na minha área de residência, Oeiras, não foi possivel encontrar o jornal. Por parte do vendedor, as justificações foram esfarrapadas, e eu só tive conhecimento através do DN Online, que hoje estaria à venda nos locais habituais. Eu compreendo a razão deste adiamento, pois a distribuidora VASP inicia a distribuição de jornais e revistas pelo país fora durante as primeiras horas do dia, e não espera por atrasos ou contratempos. É este o procedimento de uma "máquina em movimento, como é a VASP. Quanto ao jornal, para além de ser em formato broadsheet, pouco ou nada trouxe de novo para os seus leitores. Tambem é verdade que, em matéria de aniversários, só é habitual comemorar os 20, 25, 50, 75, 100, 150 ou mais anos. Registar 146 anos de vida de um jornal, não é caso para tanta festança. E aquilo que nos haviam prometido foi um flop, um fiasco, tanto mais que o jornal não apareceu no dia de aniversário, nem foram dadas justificações aos seus leitores... nem ontém nem hoje.

Em resumo: hoje comprei o DN aniversariante, que havia reservado, e fiquei desiludido, enxofrado. De um total de 84 páginas, 27 eram páginas inteiras de publicidade de uma só entidade, com a agravante de serem páginas de "frente", do lado direito, aquelas para as quais se olha quando abrimos o jornal. Isto é enganar os leitores, demonstra falta de ética, apenas serve o mercado publicitário. Além das 27 páginas-propaganda, ainda havia 18 meias páginas de assédio publicitário, mais 2 páginas de 1/4 de página... Quer dizer, de 84 páginas, mais de 36 eram apenas "publicidade de prestígio", Desde a "técnica AUDI" até ao "Santander ideias", tropecei na "Bleu Channel", na "Vodafone negócios", na "natureza do BANIF", nos "saldos Corte Inglês" e nos "saldos TMN". Pelo meio bati na "História de Natal da CGD", nos "RH da Randstad" e nos "saldos Divani&Divani"... Atordoado, topei com o "C4-Citroen", com "está Zon quem é Zon", com a "Sport-TV", reparei na "energia viva da EDP", nos "14 milhões de passageiros da ANA", no "Turismo do Oeste" e caí na "Tricana dos tapetes"... Como leitor, fiquei desiludido, desagradado. Penso que este número "especial" do DN apenas serviu para aumentar a receita da Controlinveste, detentora do DN. Não serviu o interesse dos habituais leitores, que pagam 1,10 euros pelo jornal. Vivemos um tempo sem ética nos negócios...



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Quarta-feira, 29 de Dezembro de 2010

No exercício de livre opinião, seja em análises políticas, na crítica ou no comentário à acção dos políticos, sou de opinião de que deve haver limites para a publicação da asneira, da calúnia, da falsidade, da acusação gratuita, sobretudo quando se trata de dirigentes eleitos pelo povo. O mínimo que se deve exigir, nestes casos, é contenção nas palavras e respeito pela pessoa à qual o eleitorado incumbiu para desempenhar o cargo de Presidente da República ou de Primeiro-Ministro. Os ataques soezes que por vezes são dirigidos a estes magistrados da Nação, apenas demonstram, por parte de quem os comete, falta de educação e de respeito perante os eleitos pelo povo. Não respeitar as pessoas eleitas para aqueles cargos, é cometer um acto de irresponsabilidade, é não respeitar a função dos mais elevados cargos da Nação. Sim, é verdade que os deputados tambem chegam à AR por meio de eleições, mas estes não são eleitos directamente pelo povo; são, em primeiro lugar, pelos partidos a que pertencem, e raramente são nados e moradores no circulo eleitoral por onde são eleitos. O Presidente da República e o Primeiro-Ministro são eleitos por sufrágio directo, se bem que, esporádicamente, quem se submete a eleições legislativas, nem sempre acaba por ser Primeiro-Ministro. No entanto neste país é tradição ser eleito Primeiro-Ministro o candidato partidário que ganha as eleições.

Portanto, nestes dois casos, deveria haver um certa contenção verbal por parte dos "comentadores-analistas-fazedores-de-opinião". O julgamento final pertence ao povo eleitor, que fará o balanço do desempenho de cada um daqueles magistrados da Nação. Continuarmos na chinfrineira actual, alimentada pelos adversários políticos e por todos os que querem opinar, acabamos todos num comportamento desregrado, sem cortesia para com os mais altos cargos da República. Seria bom que houvesse limites, neste caso, tal como há limites na condução do tráfego automóvel: uns correm na faixa direita, outros na faixa esquerda. Se desrespeitarem esta regra, vai haver anarquia, choques frontais, mortes, acidentes diversos... E o trânsito não segue, fica parado, não vai em frente. Há regras que devemos observar, se queremos tirar benefícios das circunstâncias.



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Terça-feira, 28 de Dezembro de 2010

Estamos a tres dias do fim do ano de 2010, mas os "contabilistas" da nossa praça já fecharam os balancetes do exercício. Péssimistas empedernidos, os "papagaios" do costume deixaram cair os oráculos do presente, para se dedicarem agora ao Deve  e ao Haver do passado e do futuro. Como maus contabilistas que são, os "papagaios" não contabilizam o presente, ou seja, os activos em armazem. Não admira por isso que os balancetes estejam incompletos, não mereçam fiabilidade, nem que da sua análise se possa retirar ilações quanto ao futuro. Os "papagaios" vertem análises, debitam sentenças, têm perspectivas, prevêem um futuro incerto. Ora, nada disto tem utilidade, dado que os balancetes destes incompetentes estão viciados na forma e no conteúdo, mas eles continuam a palrar, a "vislumbrar" aquilo que não passa de um erro pois apenas se trata de ideias pré-estabelecidas, mendigadas aqui e ali, no Wall Street Journal, no Financial Times ou no Economist...

Nestes dias de inverno, que ainda agora começou e vai até meados de Março, muita água vai cair do céu, alguma transformada em neve e esta poderá passar a gelo, agravando ainda mais a crise da aviação civil. Mas o Novo Ano tambem pode chegar ameno, soalheiro, temperado de alguma chuva, mas óptimo para a agricultura, a pecuária, a pesca e a floricultura. Enfim, poderá ajudar a minorar o sofrimento de quem viu o seu ordenado ser reduzido,assim como poderá melhorar as exportações... Mas o baril, o melhor que pode acontecer, será a notícia de que o governo está a controlar a despesa pública do Estado... Com o controlo da Despesa, os fantasmas do FMI e o pior do que por viria, ficavam arredados,  e isto trazia-nos "vantagens competitivas"...



publicado por Evaristo Ferreira às 14:51 | link do post | comentar

Segunda-feira, 27 de Dezembro de 2010

As élites políticas do país continuam ressabiadas desde as eleições legislativas realizadas a 27 de Setembro de 2009. Ressabiadas porque contavam com a derrota do PS (leia-se José Sócrates) e, pelo contrário, foi este o vencedor, embora com maioria relativa. O eleitorado continuava a confiar em Sócrates, mas penalizava-o, obrigando este a negociar com a oposição. Ao constatar este facto, a oposição ganhou fôlego para vingar-se de Sócrates. Uniram-se todos no Parlamento (PSD-CDS-PCP-BE) para contrariarem a governação de Sócrates. Foram criadas alianças esporádicas e gerados consensos espúrios tendo em vista anular todas as propostas do Governo. Não estava em causa o "interesse do país", mas tão somente os interesses partidários. Este "caldo político" gerou ódios, vinganças, relações concubinas, "santas alianças, e tudo o que a ira e o fel podem fornecer para gerar um clima de tensão política. Os meses seguiram-se, e, um ano depois, Portugal estava sem soluções à vista, entregue aos "mercados", que aproveitaram o desvario dos políticos portuguses. Foi preciso Cavaco Silva "soprar" aos ouvidos de alguns dos seus amigos para que a calma e o bom senso regressasem ao seio do PSD. Neste momento o PSD sabe que vai ser governo, só que a crise das finanças portuguesas é de tal ordem que nenhum dirigente ousa avançar já... Aguardam por melhores dias. Ésta atitude do PSD compreende-se e aceita-se, pois governar o país na presene conjuntura económica e financeira é demasiado dificil. O país vai iniciar um ano muito dificil, por isso é bom que, da parte da oposição, haja serenidade e bom senso. Isso ajudará, e muito, à resolução dos problemas, pois os "mercados" sempre terão em conta a coesão política e social do país. Porém, as élites de "papagaios-analistas-comentadores", essas vão continuar a chafurdar na cultura dos ressabiados. Ressabiar, perorar, mal-dizer, é uso e costume dos que pouco ou nada produzem. A sua quota-parte na "produtividade" nacional, é tagarelar, palrar, dar bitaites... Trata-se de uma tradição muito antiga, que vem dos tempos de D. Dinis, das histórias de "escárnio e mal-dizer". Além disso, sempre tivemos "Velhos do Restelo", incapazes de fazerem obra, gerirem conflitos, passarem "além da Taprobana" e vencerem o Cabo das Tormentas.

Á margem destas considerações importa ter em conta que os "papagaios" palradores repetem o que ouvem até à exaustão. Além do mais, estes "papagaios" vivem em rede, repetem-se uns aos outros, criando, assim, uma chinfrineira de sons, que os leva a palrar dia e noite sem parar, até que a garganta lhes dôa... Chegados aqui, bebericam uns gins, uns scotch e tudo volta ao mesmo... Indefenidamente.



publicado por Evaristo Ferreira às 15:07 | link do post | comentar

Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2010

Até ontem, os portugueses tinham sacado mais de 5.000 milhões de euros das suas contas bancárias. Convenhamos que, nos tempos que correm, parece ser um desafio à crise. Mas ela está aí, e vai chegar em força a aprtir do dia 1 de Janeiro. Os portugueses, pelos encargos que têm ou porque não resistem ao consumismo na quadra de Natal, não pensam no futuro, não pensam em poupar. Isto é mau, por que o país está endividado, as familias estão endividadas, a banca não tem onde ir buscar o dinheiro... Assim, sem dinheiro na banca para investir e com as familias endividadas, como pode o país sair deste aperto? O défice das contas do Estado tem que baixar, e isso traduz-se em mais impostos, menos apoios sociais, mais desemprego. Este Natal não devia ser comemorado com espírito consumista, mas com alguma contenção nos gastos famliares por forma a poupar para o ano seguinte, que vai ser duro. Infelizmente são poucos aqueles que resistem ao apelo ao aconsumo, venha ele da parte das grandes superfícies comerciais, da parte das sociedades financeiras ligadas à oferta de "dinheiro na hora" ou das entidades emissoras de cartões de crédito, com juros a 30 por cento... Este país é pobre e mal amanhado, mas o portuguesinho gasta como se fossem rico e abastado.



publicado por Evaristo Ferreira às 19:03 | link do post | comentar

Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2010

A União Europeia procura sobreviver à crise financeira que, vinda do outro lado do Atlântico, se abateu sobre a banca de investimento do Velho Continente, e conduziu à crise económica que estamos vivendo. Falta um "motor" à liderança europeia. Nos actuais orgãos que constituem a União, faltam líderes visionários, como foram Helmut Khoel, Miterrant e Helmut Schmit. Nem as lideranças promovidas em função do Tratado de Lisboa têm feito nada de relevante. O presidente Van Rompuy ou a senhora Ashton das Relações Exteriores têm-se mostrado irrelevantes na sua actividade. Apesar disso, empurrada pelos acontecimentos, lá vai navegando à vista. Ontem, em Pequim, a EU reuniu com uma delegação da China, seu maior parceiro comercial, tendo em vista o nivelamento das trocas comerciais. Até agora a UE recusava-se a vender à China equipamento e know-how de alta tecnologia. Depois desta reunião a UE poderá ceder, aumentar o valor das exportações e equilibrar a balança comercial. Em troca a China está disposta a investir parte das suas reservas monetárias na compra de dívida soberana europeia. Deste modo aprofunda-se a parceria estratégica com a China e o euro vai, concerteza, ganhar mais credibilidade e continuar a impor-se como moeda de reserva de outros países.

Em Xichuan, região autónoma da China, foram descobertas cerca de quatro

toneladas de moedas da dinastia Song. Pelo tipo de caracteres das moedas

terão sido emitidas entre 1102 e 1106. Há mais de 900 anos, portanto.

O clima seco as conservou.



publicado por Evaristo Ferreira às 18:28 | link do post | comentar

Terça-feira, 21 de Dezembro de 2010

O Jornal de Negócios (JdeN) quiz antever o ano de 2011. Vai daí, lançou um desafio aos oráculos da nossa praça para que apresentassem "Ideias para dar sorte a Portugal". A "revelação" feita por cada um dos oráculos convidados pode ser consultada na edição de hoje do JdeN, que é gratuita. Vou citar apenas o oráculo de Bagão Félix, académico-economista-comentador-analista-agricultor nas horas vagas, etc. A biografia de Bagão Félix é extensa, variada, colorida, açambarcadora de títulos e medalhas. Não haverá companhia de seguros que não tenha sido presidida por Bagão Félix, que foi ministro, deputado, alto funcionário do Banco de Portugal e de bancos comerciais. A par de toda esta actividade, Bagão faz parte de dezenas de instituições de solidariedade social ligadas á igreja. Aos fins de semana dedica-se à agricultura de subsistência, mas trabalha a terra montado num tractor, e à porta de casa tem um aviso: cuidado com o Bagão. Como a vida lhe corre de feição, ainda arranja tempo para "palrar" na rádio e na televisão, a solo, ou acompanhado à desgarrada por outros "papagaios" da nossa praça.

Está feita a apresentação deste prospector dos amanhãs.

"Ideias para dar sorte a Portugal", segundo a previsão de Bagão Félix: (i) "o desafio da produtividade é o único factor com que podemos ganhar vantagens comparativas"; (ii) "os nossos recursos naturais, que são poucos mas dois são muito importantes: o mar e o clima"; (iii) "a agricultura, que tem de voltar a ser uma prioridade, em moldes mais racionais"; (iv) "finalmente, a demografia. Precisamos de ter mais nascimentos, [...] precisamos de 160 mil crianças por ano para manter as gerações".

Bagão Félix tem o discurso igual aos demais "papagaios". Fala de "produtividade", de forma vaga, como fazem todos os grandes comentadores. Quer uma agricultura em moldes racionais, sem explicar a ideia, e numa altura em que Mira Amaral vem defender a indústria, mais indústria para servir de motor às exportações e aumentar o emprego. Bagão destacou ainda o "sol e o clima", sem nada concretizar. E nós sabemos como o clima está alterado e pode transformar o estio num outono invernoso... Por fim, reclama maior produtividade em nascimentos... Bagão parece confundir produtividade económica, com produtividade erótica. "Precisamos de 160 mil bebés por ano", proclama o evangelista Bagão Félix. Penso que Bagão está a advogar o contrário de Malthus: os meios de subsistência disponíveis não se coadunam com excesso de população. Anda por aí meio-mundo a dizer que 3 milhões de portugueses passam fome, por isso, com o aumento de produtividade libidinosa, defendida por Bagão, vem ainda complicar mais a carência de alimentos. São mais uns milhares cujo destino é passar fome...

Sinceramente, estes problemas são demasiado sérios para serem tratados na praça pública por "papagaios" palradores. Deixemo-nos de jogos florais, de exercícios palavrosos, de bitaites sem música, de ideias fúteis. Haja bom senso.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 18:08 | link do post | comentar

Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2010

O DN publicou, ontém, uma entrevista feita ao professor João César das Neves (JCN), classificada na série "Gente que Conta". Ora bem, este país tem gerado poucas criaturas de elevada craveira intelectual, política ou pedagógica, e JCN não passa de um catedrático mediano. No entanto o DN, mais alguns senhoritos ligados à "indústria palratória", continua a classificar o homem com o rating de AAA, tal como as agências fizeram em relação ao subprime hipotecário nos EUA... Sejamos francos: o professor César das Neves pode ter aprendido muito bem a tabuada e as variáveis económicas, mas nunca conheceu dificuldades no dia-a-dia, e isso dar-lhe-á uma certa aura perante os jovens alunos da sua faculdade. Nada mais do que isso, porque o pensamento de JCN está espelhado nas entrevistas e crónicas publicadas. Ele não passa do menino mimado que não sente nem vê a realidade da vida. Ele é apenas o catedrático que "joga a feijões". César das Neves joga com as variáveis económicas e defende "a taxa de fertilidade" para que Portugal possa ter uma maior produtividade económica. João Céasr das Neves não é capaz de fazer um diagnóstico sério sobre a actual crise económica. Isso ultrapassa a sua compreensão, vai além do discurso sobre "feijões" ou sobre as variáveis económicas. O que verdadeiramente o preocupa é a sua fé evangélica. "Eu acredito em Jesus Cristo", disse o economista ao DN. "Os cristãos sabem que o pecado está presente" -- respondeu ele sobre a pedofilia dos bispos. Para ele, Beneditus XVI "é um grande dom que Deus deu à igreja". Mas César das Neves tambem falou do país, e lembrou que "Portugal está em vias de extinção", devido aos "ataques à família"... Quando lhe perguntaram o que pensa de Sócrates, César disse taxativamente: "É perigoso..." Mas porquê? "Tem muito poder", respondeu. Mais adiante acabou por dizer que "ele (sócrates) já morreu há um ano"... O analista-palrador João César das Neves disse ainda que Sócrates afrontou os juizes e magistrados, os funcionários públicos, os professores... "Só não conseguiu afrontar quem o suporta, quem lhe paga, que são as construtoras"... (Atenção BE, CDS e PCP: convoquem uma Comissão de Inqurérito para analisar esta acusação. É preciso saber quem anda a pagar o ordenado ao primeiro-ministro).

Enfim. João César das Neves é um "papagaio" como os demais palradores pagos a recibo verde. Diz tonterias, joga a feijões, ri-se de si próprio e dos outros. Pouco se conhece sobre este palrador, "gente que conta" (para o DN), mas do qual muito pouco se sabe. Sendo ele católico e defensor da alta "taxa de fertilidade", gostariamos de saber quem ele é, para além do nome, idade, professor na Católica, ex-assessor de Cavaco Silva nos anos de 1991 a 1995 e ter reunido em livro uma série de ideias sobre os jogos a feijão. Eu gostaria de saber se é casado, se tem muitos filhos, e se cumpre os preceitos?  Para mim, o professor João César das Neves, alem de ser um notável "papagaio" da nossa praça, é tambem uma espécie de Coronel Tapioca, que reza o terço e proclama a virtude da castidade.



publicado por Evaristo Ferreira às 14:50 | link do post | comentar

Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010

Uma das aves canoras do DN é Jorge Fiel, jornalista nortenho com pronúncia de "morcão", que escreve semanalmente no jornal da Controlinveste. Embora ele já tenha meia dúzia de tachos e panelas onde se deleita a facturar, hoje escreve a propósito do Canal Parlamento com o propósito de arranjar mais um tacho. O Fiel é divertido, tem piada e sabe ironizar, mas não parece ser um empedernido comentador político. Para o Fiel, o mais importante é contar boas histórias sobre o quotidiano dos cidadãos. mas nos últimos tempos está a ficar sem estro. Isto aconteceu desde que regressou de férias nas terras do Búfalo Bill. Cavaco Silva tinha apelado aos portugueses para passarem férias cá dentro, mas o Jorge Fiel não foi nessa. No dinheiro dele ninguem manda. Foi até aos States, o paraíso dos grandes horizontes. Ao aterrar em Nova Iorque, foi alugar um carro para a família, pensando gastar uns 250 dolares, mas foi "hidrominado" pelo business man e acabou por pagar mais do dôbro... Convenceram-no a alugar uma "caravan" com lugar para sete pessoas, a fazer um seguro contra tudo e contra todos, com bónus em hoteis, descontos em estações de serviço, etc.  Tudo em grande, como se ele fosse o "citizen Fiel". Pagou como americano rico. Talvez por isso tenha ficado deslumbrado com o que viu na terra do tio Sam. De tal modo que, no regresso, nos brindou com duas crónicas semanais, onde relatou a sua aventura e se gabou de não acatar o recado de Cavaco Silva...

Jorge Fiel é esperto, distinto, e de discurso escorreito, nada enviezado, o que o torna diferente dos outros "papagaios". Agora ven candidatar-se para dinamizar o Canal Parlamento. Tem experiência desse poleiro, às terças no Porto Canal e às quartas no Canal Q. Ele quer um Canal Parlamento a mostrar a "verdade", os inquéritos parlamentares, os bastidores da AR, os fait-divers passados nos corredores do Parlamento. E faz pontaria a alguns casos que não foram relatados no Canal Parlamento: (i) o administrador da AR obrigou os deputados a beberem água da torneira, para poupar nestes tempos de crise; (ii) um deputado do PS de Braga, que ganha 3.700 euros, foi-se queixar por não ter dinheiro para comer; (iii) um assessor do PSD que foi apanhado, pelas mulheres da limpeza, quando se preparava para dar uma queca à namorada. O "morção" Fiel sabe o que nós lisboetas não sabemos. Parece-me ser um "papagaio" de estirpe diferente daquela que enxameia os orgãos de comunicação social deste país.´Tem dinamismo, ideias maradas, espírito empreendedor. Merece ser incentivado. Força, amigo Fiel.

 



publicado por Evaristo Ferreira às 17:49 | link do post | comentar

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